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Vale a pena investir em e-commerce na Argentina? Especialistas internacionais trazem a resposta!

Gustavo Sambucetti, da Câmara Argentina de Comércio Eletrônico, e o especialista do EBANX Sebastian Fantini, falaram sobre o cenário econômico e momento atual do país durante o EBANX Summit 2018

Se você está acompanhando as notícias internacionais, já deve ter ouvido a Argentina ser mencionada ao lado da palavra “crise” algumas vezes e é verdade que o país não vive realmente seu melhor momento econômico. Ainda assim, a instabilidade econômica não é motivo suficiente para que e-commerces internacionais deixem de investir no país e para comprovar, trouxemos ao palco do EBANX Summit 2018 o diretor da Câmara Argentina de Comércio Eletrônico (CACE), Gustavo Sambucetti.

E este não foi o único momento em que o país foi o centro das atenções durante o evento, que tinha como principal objetivo proporcionar aos convidados o verdadeiro entendimento do complexo mercado da América Latina. O Product Manager B2B em LatAm do EBANX, Sebastian Fantini, foi responsável pela missão de falar sobre o cenário de pagamentos no país em um workshop exclusivo.

A taxa de crescimento anual composta (CAGR) do e-commerce argentino nos últimos 7 anos foi de 50%

Para comprovar a força e as oportunidades que o e-commerce argentino representam, a impressionante taxa de crescimento de 50% não foi o único dado revelado por Sambucetti. O diretor da CACE também afirmou que apenas em 2017, o faturamento registrado em e-commerces domésticos no país atingiu US$ 8 bilhões em vendas.

Todos esses números explicam-se quando analisamos os dados em relação a frequência de compra dos argentinos online, 40% da população total do país compra online e não para por aí, 50% deles compram regularmente na internet, tendo finalizado pelo menos 1 compra online nos últimos 6 meses.

Sambucetti demonstrou também como o antigo modelo político protecionista não reflete o momento atual do país, principalmente quando o assunto são e-commerces internacionais. Entre os mais de 18 milhões de argentinos que compram online frequentemente, 43% já realizaram alguma transação em sites estrangeiros e Gustavo define o perfil do público no país para explicar esta afinidade com o cross border. Segundo ele, os argentinos são “pioneiros, ansiosos por acessarem bens importados e estão sempre em busca dos melhores preços”.

Os argentinos e o hábito de pagar em dinheiro

Metade da população argentina possui uma conta bancária, mas ainda assim 20% destas pessoas não utilizam sua conta. Por que? Sebastian Fantini ressalta três motivos principais:

  1. Falta de educação financeira;
  2. Falta de acesso ao sistema financeiro;
  3. Economia informal.

Ou seja, mesmo a parcela da população que poderia ter acesso a uma conta bancária e cartões de crédito e débito, muitas vezes acabava optando por continuar pagamento apenas em dinheiro pela informalidade da economia no país.

Você já chegou ao caixa do supermercado ou de uma loja no shopping para pagar por suas compras com um cartão de débito e recebeu a informação de que este método não é aceito?

Enquanto no Brasil esta é uma situação muito incomum, na Argentina as lojas físicas que aceitavam o débito como pagamento é que eram raridade. Analisando o cenário a partir deste ângulo, não é mais tão difícil imaginar porque o dinheiro continua sendo um método tão popular por lá.

Uma das medidas governamentais mais recentes para a formalização da economia, segundo Fantini, foi a iniciativa da AFIP que obrigou todas as lojas físicas argentinas a aceitarem o pagamento com cartão de débito com o objetivo de aumentar o uso dos mais de 45M de cartões de débito e +40M cartões de crédito ativos no país.

A ação foi mandatória e as lojas tiveram que adaptar-se rapidamente à nova realidade e muitas delas passaram a aceitar a maioria das grandes bandeiras, mas a VISA ainda detém 70% do market share argentino, por isso é comum encontrar estabelecimentos que aceitem apenas cartões dessa bandeira como pagamento.

Com aspectos culturais tão fortes no mundo offline, não é difícil imaginar que a cultura do pagamento em dinheiro também é replicada para os e-commerces. Segundo dados internos do EBANX, os métodos de pagamento em dinheiro representam 40% do total no país.

Entender as regras do jogo é a chave para ter sucesso vendendo para a Argentina

Analisando todas as informações ressaltadas por Gustavo e Sebastian, fica claro que continuar associando a Argentina a uma economia fechada para o mercado internacional, não reflete a situação atual do país. Sambucetti ressaltou que “(nós, argentinos) Viemos de oito anos da última administração, em que tínhamos uma economia mais fechada, mais protegida, e agora temos uma projeção de crescimento”.

A Argentina é um amplo território de oportunidades a serem exploradas, mas existem três fatores que serão determinantes para alcançar o sucesso vendendo para este país:

  1. Conhecer os aspectos culturais que influenciam no modelo de compra;
  2. Ter um e-commerce traduzido para o espanhol, com a precificação em moeda local e oferecer métodos de pagamento locais serão pontos chave;
  3. Entender a economia do país e estar atento para se preparar para todos os momentos.

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