09/06/2022 REUTERS/Kevin Lamarque
Economia

Biden pressiona CEOs para ajudar a impulsionar economias latino-americanas

Em reunião bilateral, Bolsonaro voltou a defender "eleições auditáveis" e "soberania na Amazônia"

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um apelo nesta quinta-feira para que os líderes empresariais norte-americanos ajudem a impulsionar seu plano de parceria econômica ambientalmente sustentável com a América Latina, no primeiro dia completo da cúpula regional, estremecida por tensões criadas por conta da lista de convidados para o evento.

Ao discursar na conferência patrocinada pela Câmara de Comércio dos EUA em Los Angeles, Biden fez uma proposta para aumentar investimentos nas economias dos países ao sul dos Estados Unidos, estimulando a recuperação no pós-pandemia e ajudando a abordar as causas estruturais da imigração para os Estados Unidos.

A cúpula foi concebida como uma oportunidade para reafirmar a liderança dos EUA e contrapor o crescimento da influência econômica da China na região. Mas, a agenda de Biden foi atrapalhada por um boicote parcial de líderes que protestaram contra a exclusão de Cuba, Venezuela e Nicarágua do evento.

LEIA TAMBÉM: Bolsonaro sanciona lei de modernização cambial, que abre espaço para a entrada de fintechs nesse mercado

Dizendo aos executivos que eles têm um papel importante no futuro da região, Biden afirmou: “O setor privado pode agir com rapidez para mobilizar vastos volumes de capital de investimentos, o que será necessário para destravar um potencial enorme para o crescimento nesse hemisfério”.

A participação de Biden na quinta-feira inclui a sessão plenária de abertura da cúpula, muito focada em iniciativas de energia limpa, seguida por uma reunião formal com o presidente Jair Bolsonaro, conhecido por sua postura de ceticismo em relação às mudanças climáticas.

Biden destacou sua proposta, a “Parceria das Américas para a Prosperidade Econômica” à conferência, dizendo que seu objetivo é trazer as cadeias produtivas mais para perto de casa, reformar o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), agilizando investimentos e engrenando ações climáticas na região.

Mas o plano, que parece ser um trabalho em andamento, não apresenta detalhes específicos, não chega a oferecer a desoneração de tarifas e irá se focar inicialmente em países que já possuem acordos comerciais com os EUA.

LEIA TAMBÉM: Bolsonaro sanciona lei que exige seguro para entregadores de app; iFood diz já oferecer o recurso

Bolsonaro repete a Biden discurso sobre eleições auditáveis e defende soberania na Amazônia

Encontro de Bolsonaro e Biden, na Cúpula das Américas. Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

Em seu primeiro encontro bilateral com o presidente norte-americano Joe Biden, o presidente Jair Bolsonaro reafirmou a fala de que quer eleições “limpas, transparentes e democráticas”, em momento em que o governo dos EUA já demonstrou preocupação com a retórica pouco democrática do brasileiro.

Em sua fala, Bolsonaro afirmou que chegou ao poder de forma democrática e quando sair do poder será também pela via democrática.

Pouco antes, Biden elogiou o Brasil como uma democracia vibrante com instituições eleitorais fortes. Bolsonaro tem repetidamente atacado ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O presidente também defendeu seus pontos de vista em relação à Amazônia, afirmando que país cuida bem da região, tem uma legislação rígida mas, por vezes, “se sente ameaçado em sua soberania na região.” Mesmo discurso do encontro virtual que teve com Biden na Cúpula do Clima, em 2021.