No próximo domingo, 16, o PIX (sistema brasileiro de pagamentos instantâneo do Banco Central) completa seis meses desde o seu lançamento, em novembro passado, com mais de 87.3 milhões de usuários, considerando pessoa física e jurídica, e 230.6 milhões de chaves registradas. Dessas, 220.9 milhões são chaves de usuários pessoa física e 9.6 milhões são chaves de usuários pessoa jurídica.
Outros números do PIX impressionam igualmente: foram realizadas 1.549 bilhões de transações, que movimentaram R$ 1.108 trilhões. A grande maioria dessas transações foi feita de pessoa para pessoa (P2P), mas é o aumento das transações de pessoa para empresa (P2B) que chama atenção: se em novembro foram realizadas 1.4 milhões de PIX P2B, em abril esse número passou para 47.5 milhões; um aumento de 3.299%.
Esse salto impressionante pode ser explicado pelo fato de que, diante da boa recepção do PIX junto aos usuários, empresas passaram a oferecer o PIX como forma de pagamento – inclusive gigantes como Mercado Livre, que aposta no PIX para substituir o boleto, aumentar a taxa de conversão do carrinho e acelerar a entrega, iFood e Magazine Luiza. Nessa sexta-feira, a rede de lojas Americanas passou a aceitar o PIX em todas as suas mais de 1.700 lojas físicas. É um movimento crescente. Ainda assim, hoje apenas 11% dos PIX são de pessoa para empresas, indicando um enorme potencial a ser explorado pelo mercado.
“O pagamento para empresas está com uma taxa média de crescimento de 57,5% por mês. Em comparação a outros sistemas de pagamentos instantâneos no mundo, o PIX figura entre os que tiveram adoção mais rápida. A novidade movimentou bastante o mercado, promovendo maior competição”, avalia Carlos Eduardo Brandt, chefe adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central, à frente da Gerência de Gestão e Operação do PIX.
Segundo dados do Banco Central, um terço da população adulta do Brasil já fez pelo menos um PIX e 752 instituições, entre bancos tradicionais, bancos digitais, fintechs e cooperativas, podem ofertar o PIX (e soluções de integração para outras plataformas de e-commerce, delivery, transporte, etc.).
Pesquisa realizada pelo C6 Bank/Ipec em abril mostrou que o PIX já é considerado melhor do que DOC e TED por 83% dos brasileiros. A pesquisa mostra ainda que 67% dos brasileiros quer usar o PIX no varejo.
O Brasil, de fato, é um dos 10 principais mercados de pagamentos instantâneos (que incluí outros métodos além do PIX), com 1,3 bilhão de transações feitas no ano passado, conforme relatório da ACI Worldwide em parceria com a GlobalData.
Banco Central aposta em mais novidades
Para Brandt, a rápida adoção do PIX pelos brasileiros – em abril, por exemplo, foram realizados 106.1 milhões de PIX a mais do que em março – se deve ao conjunto de funcionalidades que tornam o método atrativo para o consumidor.
O PIX funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano, com compensação e liquidação em tempo real e pode suportar uma ampla gama de pagamentos: P2P (entre pessoas), P2B (entre pessoas e empresas), C2B (entre pessoas e negócios), C2G (entre pessoas e serviços públicos/governos) e B2G (empresas e governo). Os usuários podem fazer transferências por meio de vários canais usando suas chaves ou lendo um código QR com um smartphone.
A aposta do Banco Central no PIX é alta e a instituição quer incluir outras funcionalidades até o fim do ano. Já para o segundo trimestre está prevista a inclusão da conta salário na lista de contas movimentáveis por PIX.
O PIX foi lançado com muitas funcionalidades que facilitam a vida de quem paga e de quem recebe, mas ainda estamos trabalhando em muitas novidades que vão agregar ainda mais conveniência e ampliar o uso do PIX como, por exemplo, o PIX Saque, o PIX Troco, PIX off-line e PIX por aproximação que estarão disponíveis ainda em 2021.
Carlos Eduardo Brandt, chefe adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central
Nessa semana, inclusive, o Banco Central abriu consulta pública sobre a criação do PIX Saque e do PIX Troco, que possibilitarão a retirada de recursos em espécie. A diferença, segundo a instituição, é que o PIX Saque é uma transação exclusiva para saque, enquanto o PIX Troco é associado a uma compra ou prestação de serviço.
Pela proposta colocada em consulta pública, os usuários terão quatro saques gratuitos por mês utilizando as duas funcionalidades. A partir da quinta transação, as instituições financeiras ou de pagamentos detentoras da conta do sacador poderão cobrar uma tarifa pela transação. O Banco Central definirá o limite de valor máximo que o usuário poderá sacar por dia, a princípio estipulado em R$ 500. A consulta pública ficará aberta até 9 de julho no site da instituição.