Economia

Revolução Pix: como o método de pagamento instantâneo criado no Brasil colocou o país na vanguarda da indústria global de pagamentos

Está com um telefone celular em mãos? Ótimo. Isso é praticamente tudo o que você precisa hoje para fazer um pagamento usando Pix, novo método de pagamento instantâneo que tem sido amplamente adotado no país, especialmente para valores menores e transações cotidianas. O Pix está hoje no dia a dia de trabalhadores autônomos, como eletricistas ou diaristas, e até mesmo de pequenos negócios, como mercearias ou salões de beleza de bairro, que passaram a adotar o Pix pela conveniência de não precisar carregar uma maquininha de pagamento e pela potencial isenção de taxas de transação.

O pagamento acontece de maneira muito simples: basta informar a sua chave Pix — que pode ser um número de telefone, um CPF ou CNPJ, um email ou até um QR Code — e indicar o valor a ser pago. Em questão de segundos, o pagador faz a transferência e o valor é depositado instantaneamente na conta do recebedor.

A beleza do processo é que era exatamente esse tipo de facilidade e inclusão que o Pix queria oferecer quando foi pensado pelo Banco Central (BC) em colaboração com representantes de instituições financeiras e de pagamentos do Brasil. Uma das premissas básicas do Pix era ampliar a inclusão financeira no país ao mesmo tempo em que tornava possível transferir recursos de uma conta para a outra em poucos segundos. Surgia então um canal de pagamentos inédito, capaz de funcionar com facilidade via celulares e permitindo quitar débitos em tempo real, 24 horas por dia, em qualquer dia da semana.

Para oferecer a inclusão almejada, foi estabelecido desde os primórdios que o Pix seria uma transação gratuita para pessoas físicas e empreendedores individuais, que poderiam enviar e receber valores via Pix sem pagar por isso. Taxas só poderiam ser cobradas de contas corporativas, com valores negociados diretamente com a prestadora do serviço.

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Foi nestes termos que o Pix chegou ao mercado brasileiro em novembro de 2020, bem no meio de uma pandemia, e rapidamente se tornou um grande sucesso. Em pouco mais de um ano de funcionamento, a maioria (70%) dos brasileiros adultos já fizeram um Pix, segundo o Banco Central. “Seria redutor dizer que a pandemia ‘fez o sucesso’ do Pix, mas certamente ela agiu como um catalisador da adoção”, analisa João Bragança, economista e especialista em mercado financeiro na consultoria Roland Berger, lembrando do benefício de poder fazer transações gratuitas, sem sair de casa, em um período de isolamento social.  

Os números confirmam a visão de Bragança, e mesmo com o arrefecimento do distanciamento social, o formato de pagamento instantâneo seguiu em forte avanço. Até meados de maio de 2022, o Pix tinha como carro chefe as transações (gratuitas) entre pessoas físicas, ainda que as estatísticas do BC apontem um crescimento forte do uso do Pix também em transações entre lojistas e consumidores, indicando um movimento de adaptação dos negócios ao novo formato de pagamento.


Parte da velocidade da adoção do Pix, segundo Bragança, é reflexo de uma comunicação muito bem feita. “Os benefícios do Pix ficaram muito claros de maneira muito rápida para a maior parte do público”, frisa o consultor. Além da instantaneidade do recebimento e de poder economizar com a ausência de taxas de transações, pequenos empreendedores e profissionais autônomos também puderam reduzir os custos do recebimento via maquininhas ou outros formatos de pagamento. Pode parecer algo pequeno, mas que é visto como revolucionário tanto para os beneficiários diretos quanto para os observadores do Pix no cenário global.

“A nível internacional, o Pix está sendo percebido como um marco de transformação para os sistemas de pagamento. O que o Banco Central conseguiu fazer está sendo visto como uma referência não só para os pagamentos em tempo real, mas para a eventual criação de, em uma segunda ou terceira fase dessa revolução, uma potencial chegada de um Real ou um Euro Digital”, relata Bragança.

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Fato é que a capacidade de revolução do Pix se apoia em uma importante transformação digital anterior, que popularizou a presença de smartphones no país. Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), dão conta da existência de mais de 258 milhões de smartphones nas mãos de brasileiros em março de 2022, uma média de mais de um telefone por pessoa. A alta densidade de celulares no país aliada à presença do Pix em aplicativos de bancos, fintechs e outros serviços de pagamentos também explica por que a grande maioria das transações (98%) têm acontecido em dispositivos móveis, representando cerca de 70% do volume transacionado via Pix, de acordo com dados do Banco Central obtidos pelo EBANX.

Crescimento impressionante em apenas 18 meses

A rápida adoção do Pix pela população também fez com que empresas e negócios se movimentassem o quanto antes para de adaptar a demanda pelo novo formato. Para Willer Marcondes, sócio e especialista em serviços financeiros na PwC, já era esperado que isso acontecesse, porque tanto o uso quanto a oferta de novos formatos de pagamento devem acontecer de maneira conjunta para darem certo. “É um mercado sempre com dois lados: alguém que paga e alguém que recebe. Não adianta querer pagar com um instrumento que não se recebe, e não adianta ter um formato de pagamento que ninguém quer usar”, sintetiza.

A sinergia entre oferta e demanda, no caso do Pix, dá indícios de estar em compasso ritmado. Em 2021, primeiro ano de seu pleno funcionamento, o Pix apresentou o maior crescimento entre os meios de pagamento oferecidos na América Latina. No último mês de março de 2022, o total de transações alcançou um novo recorde, com mais de 1,6 bilhão de transações realizadas e mais de 438 milhões de chaves Pix cadastradas. “Esses números comprovam a eficiência e a aceitação do meio de pagamento, que trouxe conveniência e facilidades para os clientes nas transações financeiras do dia a dia”, avalia Walter Faria, diretor adjunto de serviços da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN).


Diante de tamanho crescimento, é inegável que o Pix se revela como um êxito, “tanto do ponto de vista de adoção quanto de tecnologia”, concorda Lauro Gonzalez, pesquisador, professor e coordenador do Centro de Estudos em Microfinanças e Inclusão Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Nem mesmo o crescimento vertiginosamente maior entre pessoas físicas desestabiliza a celebração dos especialistas que acompanham o setor, que foram unânimes em avaliar a adoção como positiva e inovadora. “É importante lembrar que o Pix é gratuito para pessoas físicas e pode ser tarifado entre pessoas jurídicas. Dessa forma, é natural esperar que o crescimento fosse mais rápido entre os consumidores”, ressalva Rafaela Nogueira, economista-chefe da Zetta, associação de empresas de tecnologia que atuam no setor financeiro e de meios de pagamento.

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Além da gratuidade que incentivou as transações P2P (pessoas entre pessoas), o Pix teve sua estreia em um momento de pico do varejo no Brasil, que a partir de novembro lida com eventos de compras importantes, como a Black Friday e as festas de fim de ano. Isso faria com que qualquer adaptação nos sistemas de pagamentos para a chegada do Pix se tornasse um risco muito grande para os negócios, lembra Ricardo Pandur, gerente sênior de estratégias e negócios da Accenture. “Muitos adquirentes esperaram o início do semestre seguinte, fora do pico de vendas, para começar a fazer seus ajustes”, explica.

Na percepção do especialista da Accenture, que tem acompanhado o avanço de sistemas de pagamentos instantâneos em países europeus, como o Reino Unido e a Suécia, o Pix teve uma velocidade de adoção bastante superior à que foi vista em países do hemisfério Norte que adotaram formatos similares. “Foi o meio de pagamento instantâneo que mais cresceu globalmente e já é o segundo maior do mundo em apenas 1,5 ano”, aponta Pandur. O Pix está atrás apenas da Índia, em termos de número de usuários, e do Reino Unido, considerando o volume transacionado.

A expectativa é que a partir do segundo ano de pleno funcionamento os pagamentos via Pix passem a crescer entre lojistas e negócios dos mais diversos portes, conforme estes forem se adaptando à instantaneidade do Pix. “Existem processos de backend [bastidores], como conciliação, liquidação e baixa de estoques, que não estavam adaptadas ao tempo real”, pondera o especialista da Accenture, lembrando do tempo de compensação de cartões de crédito, débito e boleto. Conforme tais processos forem adaptados, maior será o impacto de inclusão financeira e de consumo do Pix.

Um framework de pagamentos com cara de política pública

Mais do que uma proposta inovadora de pagamentos instantâneos, o Pix também foi desenhado de modo a funcionar como uma ferramenta de inclusão financeira para os brasileiros, o que faz o framework ganhar contornos de política pública. Segundo Gonzalez, que tem acompanhado o impacto do Pix no país desde o seu anúncio, isso acontece porque os pagamentos fazem parte de quatro serviços financeiros considerados importantes para a inclusão financeira, junto com o crédito, a poupança e os seguros. “E existe uma relação entre eles. Basta pensar que com os pagamentos, é possível construir novos modelos de avaliação de risco de crédito, e nesse sentido um modelo como o Pix pode contribuir no longo prazo para aprimorar soluções de crédito e microcrédito”, explica o professor.  

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É por isso que, na avaliação dele, é razoável dizer que o Pix acaba tendo efeitos semelhantes ao de uma política pública, já que consegue trazer melhorias para uma parte significativa da população que gastava valores elevados com a realização de pagamentos. “Para quem fazia transações maiores, os custos eram diluídos, mas eram muito altos para quem fazia transações pequenas. Afinal, uma coisa é pagar R$ 10 para enviar R$ 5 mil para outra pessoa, e outra completamente diferente é pagar R$ 10 para enviar R$ 100”, exemplifica Gonzalez.

A redução dos gastos com custos de transações foi especialmente importante para os beneficiários de programas de transferência de renda, como o Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família). “Os recursos podem ser utilizados com menos custo via Pix, o que tem efeito provavelmente positivo no bem estar da população de baixa renda, já que transações menores caracterizam fortemente o seu cotidiano”, lembra o professor da FGV. Segundo um levantamento da Zetta, a economia em tarifas entre as 90 milhões de contas existentes em suas empresas associadas somaria cerca de R$ 60 bilhões, o equivalente a 67% do custo do Auxílio Brasil estimado para 2022.

Além de liberar esses recursos, que deram à essa camada da população um maior poder de compra, o Pix também promove uma maior bancarização dos brasileiros. Dados recentes mostram que existem cerca de 110 milhões de pessoas com chaves Pix cadastradas no país, enquanto os números da população com acesso bancário soma algo como 80 milhões de pessoas. “Existe aí uma lacuna de 30 milhões de pessoas usando o Pix que antes eram consideradas não bancarizadas”, calcula Pandur, citando como explicação da divergência a possibilidade do uso de Pix não só via contas em bancos, mas também em carteiras digitais.

Parte da dificuldade em acessar bancos tem a ver, mais uma vez, com os custos envolvidos no processo. Em sua dissertação de mestrado na Fundação Getulio Vargas (FGV), o pesquisador Arthur Smolarsky elencou, com base em dados agregados do Global Findex, que 58% dos adultos brasileiros desbancarizados diziam não ter conta em banco por “não ter dinheiro para isso”. “Um relatório de 2013 do Banco Mundial indicava que as três razões para que a população latino-americana se mantivesse desbancarizada era 1) não ter dinheiro suficiente, 2) considerar as contas muito caras e 3) não enxergar razão para ter uma conta bancária”, rememora o Smolarsky, reforçando que boa parte das pessoas desbancarizadas costuma viver na economia informal, que tende a lidar mais com dinheiro em espécie e têm menos acesso a meios de pagamento digitais. Tanto que, ainda de acordo com o Global Findex, parte significativa da população brasileira segue pagando suas contas de consumo (como água e luz) em dinheiro, ainda que o percentual venha diminuindo com o passar dos anos, caindo de 61% em 2014 para pouco mais de 40% em 2017. 

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Smolarsky ressalta também que as estatísticas indicam que essa população desbancarizada parece ter sido efetivamente atingida pelo Pix. “Os dados do BC mostram que o crescimento do Pix tem sido maior proporcionalmente entre as classes mais baixas. Para se ter uma ideia, entre todos os segmentos de renda, o avanço do Pix ficou na casa dos 52%, enquanto o aumento de usuários de baixa renda foi de 131% na conta pagadora”, destaca o pesquisador, que também julga impactante a capacidade de descentralização do Pix nas regiões brasileiras, com forte adoção no Norte e Nordeste, que já respondem por 40% das transações Pix do país.  


Essa inclusão de quem antes trabalhava mais com dinheiro em espécie fica evidente também em um levantamento recente da Accenture, que verificou que a circulação de dinheiro em espécie no Brasil tem diminuído, passando de 45% das transações do início de 2021 para cerca de 35% no final do mesmo ano, período no qual o Pix passou a representar 10% do movimento do mercado.

Inclusão financeira se converte em novo segmento de consumo e benefícios para o e-commerce

Para além da inclusão financeira que ajuda a bancarizar parte significativa da população do país, o Pix também traz outra inclusão importante: a inclusão do consumo, especialmente em plataformas de compras digitais.

Isso porque o e-commerce brasileiro vinha se apoiando bastante no cartão de crédito como uma das suas principais vias de pagamento para compras online. Quem tinha dificuldades com obtenção de crédito acabava sujeito ao boleto, que tem um formato de compensação mais demorado. “Apesar de todo o inconveniente, o boleto se manteve por muito tempo como uma das únicas formas de muitas pessoas pagarem compras online e representava 20% do share de e-commerce até cinco anos atrás”, contextualiza Erika Daguani, vice-presidente de produto do EBANX.

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No entanto, com a chegada de fintechs, novas contas de pagamento, carteiras digitais e, mais recentemente, a oportunidade do uso do Pix, o cenário tem se alterado. “Os novos meios de pagamento começaram a trazer um público mais desbancarizado para o mundo digital”, destaca a executiva.

Esse movimento ficou perceptível nas análises feitas pelo EBANX, que percebeu que entre as mais de 1 milhão de transações Pix feitas pela sua plataforma no último trimestre de 2021, 62% eram de consumidores novos, que não haviam ainda feito compras naquele aplicativo ou site específico naquele ano. Estes novos consumidores somavam quase 40% do volume pago via Pix naquele trimestre, representando uma média de aumento de 20% do volume de vendas das empresas que adotaram o recebimento via Pix por meio do EBANX. “O Pix trouxe uma demanda represada que a gente não sabia que existia. Um público novo, comprando pela primeira vez no e-commerce”, comentou Wagner Ruiz, cofundador e Chief Risk Officer do EBANX no relatório Beyond Borders 2022.

Essas análises, somadas à evidência estatística de que a penetração do Pix entre os brasileiros é maior do que a do cartão de crédito (51% vs. 25%, segundo dados do Banco Mundial) demonstram o potencial do Pix de alcançar novas camadas demográficas de consumidores, que talvez estivessem distantes das compras online por dificuldades com as formas de realizar seus pagamentos.

E se a chegada de um novo público consumidor já era uma boa notícia para as lojas virtuais, Bragança destaca ainda a vantagem dos lojistas poderem reduzir seus custos logísticos com um formato mais instantâneo. Afinal, quem precisava se sujeitar ao boleto como única via de pagamento online acabava por gerar uma logística complicada para os negócios, que precisam imobilizar seus estoques por dois, três ou até 10 dias para conseguir atender o pedido “boletado” pelos consumidores. “A liquidação instantânea simplifica as cadeias logísticas e permite que os custos do comércio eletrônico sejam menores, o que também impulsiona o setor”, aponta o consultor da Roland Berger.

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Não é à toa que a previsão para os próximos anos é que o Pix tenha um uso exponencial no e-commerce, crescendo a uma média de 95% ao ano até 2024, quando poderá representar quase 10% do volume total de compras online no Brasil, segundo estimativas da consultoria Americas Market Intelligence (AMI).


Por mais inovador e revolucionário que seja, o Pix não foi um passe de mágicas criado e executado exclusivamente pelo Banco Central. A sua criação envolveu uma série de passos pequenos e incrementais ao longo das últimas décadas, com a colaboração dos principais stakeholders do sistema financeiro do país, que estiveram trabalhando juntos para chegar a acordos que se transformaram em relatórios, resoluções, recomendações e leis que abriram o espaço necessário para que o Pix se transformasse nesse sucesso.

*

Essa é a primeira matéria de uma série especial sobre a Revolução do Pix. Clique aqui para ler a segunda matéria da série, que conta um pouco mais sobre como o Pix foi criado, a partir de uma colaboração inédita entre os principais representantes do mercado financeiro do país.

This post was last modified on junho 28, 2022 6:03 pm

Jacqueline Lafloufa

Journalist, non-fiction content writer, and hostess of the podcast Guia Prático. Specialist in scientific journalism and digital communication, she is also a Master's Program researcher at the Laboratory of Advanced Studies in Journalism (Labjor) at Unicamp.

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Jacqueline Lafloufa

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