Já imaginou matricular seus filhos em uma escola que vai além das disciplinas tradicionais, tais como português e ciências? Países como os Estados Unidos, Índia e Inglaterra encaram o ensino de programação com a mesma prioridade que vemos essas disciplinas, tornando o estudo da linguagem obrigatório desde cedo. Por meio da programação, é possível mesclar o aprendizado lúdico com o mundo prático.
Um levantamento feito pela Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos EUA (US Bureau of Labor Statistics) prevê uma taxa de crescimento de empregos de 22% para desenvolvedores entre 2020 e 2030, muito mais rápido quando em comparação com a taxa de 4% para outras ocupações. Neste cenário questiono: “Será que o Brasil está preparado para esta nova era digital? E como a educação está formando pessoas preparadas para encarar essa nova realidade?”.
O ensino da programação tem ganhado espaço no Brasil e existem dois principais aspectos motivadores para que isso aconteça, o primeiro é o crescimento da tecnologia global, que é algo que se tornou a principal força disruptiva em toda a economia mundial. E, em seguida, temos o aumento do ensino superior e de base em áreas técnicas. No entanto, ainda pouco se fala do ensino na infância. A questão é que no Brasil, o movimento educacional em torno desse tipo de ensino ainda é visto como inacessível. Existe a oportunidade de um olhar mais atento das escolas e órgãos públicos de educação para as profissões do futuro.
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Segundo o LinkedIn, 9 a cada 15 novos empregos estão relacionados a tecnologia e de acordo com a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), haverá um déficit de profissionais na área de TI no Brasil, que chegará aproximadamente à 795 mil vagas até 2025.
A revolução do “novo idioma”
Segundo Klauss Schwab, em 2014 foi iniciada a 4ª Revolução industrial – e consequentemente acelerada pela pandemia da Covid-19. Tem sido de tecnologias avançadas, como iOT, IA, robótica, entre outras inovações que impactam diretamente os modelos de negócios, a vida de cada indivíduo e a economia mundial.
No livro “O Futuro É Mais Rápido Do Que Você Imagina”, de Peter Diamandis, atualmente são mais de 20 bilhões de dispositivos conectados à internet, ou seja, cada vez mais as empresas estão se tornando tecnológicas e exigindo profissionais experientes em dados, programação, etc. Além de todo o cotidiano que vem se transformando de forma acelerada.
Diversos países já notaram a importância do “novo idioma”, ou seja, o pré-requisito do ensino de programação para crianças e a incluíram em suas grades curriculares oficiais. Israel foi pioneiro a ensinar a disciplina nas escolas, que está na grade curricular desde os anos 1970. A Inglaterra foi o primeiro país Europeu a introduzi-la em 2015. Recentemente, em 2020, Singapura também tornou obrigatório o ensino dessa linguagem nas escolas.
Os cursos devem ser adaptados para ensinar linguagens de codificação específicas às crianças. Um dos focos é respeitar o ritmo de aprendizagem de cada aluno. Isso inclui a atenção e orientação individualizada para que cada indivíduo se apaixone pelo aprendizado.
Criar e desenvolver jogos e aplicativos auxiliam o pensamento criativo e melhoram as habilidades de resolução de problemas de maneira prazerosa. É um ensino recomendado a partir dos seis anos, idade em que as crianças são alfabetizadas. Se no futuro tudo vai ser codificado, é muito mais seguro estar entre aqueles que sabem programar. E, se aprender a programar é bom, aprender mais cedo é melhor ainda. Com a digitalização cada vez mais presente na educação, a infância é o momento perfeito para começar algo novo, e cabe aos adultos abastecer as crianças com habilidades “à prova de futuro”.