A 99 Pay, carteira digital do aplicativo de transporte individual urbano 99, controlado pela gigante chinesa Didi Chuxing desde 2018, quando virou o primeiro unicórnio brasileiro, alcançou a marca de 1,3 milhão de usuários ativos menos de um ano após o seu lançamento.
Disponível em mais de 25 cidades, a 99 Pay chegou ao Rio de Janeiro em abril e agora acelera seu cronograma de expansão devido à boa aceitação do serviço. A previsão é chegar à Grande São Paulo ainda no primeiro semestre e estar em todos os municípios brasileiros até o fim do ano, mesmo naqueles em que o app de transporte da 99 não opera.
A empresa não revela o volume de dinheiro movimentado via carteira digital, mas afirma que o serviço já gerou mais de R$ 22 milhões em economia aos clientes através de cashback, descontos em corridas e bonificação por saldo mantido na carteira.
Maurício Orsolini Filho, diretor da 99 Pay, contou ao LABS que o objetivo da plataforma é ser protagonista da aceleração dos meios digitais de pagamento no Brasil, agregando valor à plataforma de serviços da 99 e gerando segurança ao usuário.
Queremos usuários engajados e recorrentes na nossa plataforma de serviços, queremos que eles usem todos os nossos serviços. Trabalhamos para que a 99 Pay seja uma das três maiores carteiras digitais do país.
Maurício orsolini filho, diretor da 99 pay
A 99 Pay é voltada aos passageiros – os motoristas possuem um outro aplicativo – e é a primeira investida da empresa na área de serviços financeiros. Orsolini Filho reforça que a 99 não tem planos de se tornar uma instituição financeira no momento, mas confirma que a estratégia relacionada ao portfólio de soluções financeiras é ousada e inclui, no futuro, o desenvolvimento e lançamento de um cartão de crédito. “Os negócios evoluem e as demandas também.”
99 segue estratégia para se tornar um ecossistema
A criação de uma carteira digital própria foi o passo natural para a 99, que quer crescer como um ecossistema, com atuação em vários segmentos, e não apenas no serviço de transporte individual urbano. “A 99 presta serviços de mobilidade e delivery, e a carteira digital é um produto que gera mais valor para o nosso usuário. Além de ser uma solução para pagamentos externos, também gera eficiências internas, porque a nossa carteira está inserida em uma plataforma mais ampla de serviços.”
A 99 aposta na capilaridade e na recorrência da plataforma para impulsionar sua carteira digital. Hoje, a 99 está em 1.600 cidades brasileiras e tem mais de 20 milhões de usuários ativos mensais.
Nossa capilaridade gera um efeito de rede que é um dos valores agregados à carteira digital. A gente tem essa vantagem na largada, porque já temos a confiança do consumidor. As pessoas não ficam desconfiadas em deixar o dinheiro na nossa carteira digital.
Maurício orsolini filho, diretor da 99 pay
Outro atrativo, segundo o empresário, são o cashback, os descontos nas corridas pagas com a carteira digital e a bonificação de 220% do CDI sobre o saldo mantido na wallet. “Já geramos uma economia de R$ 22 milhões. Estamos sempre testando formas de devolver valor para o usuário.”
Além de funcionar como forma de pagamento de outros serviços oferecidos na plataforma da 99, a 99 Pay também possibilita o pagamento de boletos, recarga de celular e transferências entre pessoas físicas (P2P). Diante da boa recepção, novas funcionalidades serão adicionadas, como a integração com o PIX e parcelamento de boletos ainda no primeiro semestre.
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De acordo com Orsolini Filho, a 99 Pay também aposta em recursos para atrair usuários sem conta bancária ou com acesso precário aos serviços bancários. Geralmente, ele explica, o usuário precisa adicionar saldo na carteira digital por meio de um depósito ou boleto bancário. “A 99 Pay possibilita que o saldo seja adicionado pagando um valor a mais pela corrida via 99, e esse valor é repassado para a wallet; ou revertendo o troco da corrida em saldo na wallet. É um feature único que só a 99 pode oferecer pela integração da plataforma”, explica.
Orsolini explica que a carteira digital poderia ter sido lançada com mais recursos, mas a empresa concluiu que antes era mais importante “conquistar” o usuário. “Mostrar como usar, que é simples, que é eficiente, que faz sentido enquanto produto.”