Com pais brasileiros que foram exilados políticos na época da ditadura militar, Bernardo Carvalho Wertheim nasceu no Reino Unido, mas foi criado no Rio de Janeiro. Um ex-nômade digital (pessoas que usam tecnologia para ganhar a vida e trabalham remotamente em outros países), ele teve a ideia da The Bridge Social quando morava na Austrália.
“Eu queria ajudar mais pessoas, meu propósito era auxiliar que pessoas conseguissem emprego fora de seu país de origem. Pensei que eu conhecia tanta gente nos Estados Unidos, Europa, Brasil e América Latina, que buscam oportunidades. Então vou fazer a ponte, vou conectar talentos a oportunidades internacionais”, disse, em entrevista ao LABS. Assim nasceu a The Bridge, uma rede global para profissionais criativos digitais e de tecnologia.
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Fundador e CEO, Wertheim se intitula Chief Happiness Officer (Presidente Executivo de Felicidade) da startup que dispõe de uma base de dados com mais de 230 mil perfis de profissionais do mundo digital e os conecta com grandes empresas e consultorias como Santander, Itaú, Accenture, Carrefour até unicórnios como Uber, PagSeguro, e Loggi.
A The Bridge foi financiada por uma das maiores aceleradoras da América Latina: a Startup Chile, da qual recebeu uma rodada Seed. Agora, Wertheim administra a rede de talentos digitais do Chile, trabalhando com escritórios em Santiago, no Brasil e México para clientes em toda a América Latina.”Hoje não temos necessidade de investimento porque o nosso crescimento é orgânico e somos altamente rentáveis, por enquanto não precisa. Mas temos atraído interesse dos investidores e estamos avaliando ofertas de investidores no momento”, disse.
Em 2020, a empresa cresceu 300%, principalmente devido à urgência de contratação de profissionais digitais para trabalhar remotamente. No ano passado, a receita da The Bridge foi de US$ 2,5 milhões, considerando as operações no Chile, Brasil e México. Em operações exclusivamente brasileiras, a empresa faturou R$ 7,1 milhões. Atualmente, a The Bridge tem cerca de 100 funcionários.
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“Por conta da COVID-19 houve uma demanda muito grande dos clientes para fazer a contratação de profissionais digitais para poder potencializar os canais digitais, portanto houve um grande boom de recrutamento de tecnologia e nós estamos surfando nessa onda”, afirma.
Contudo, a The Bridge não faz só recrutamento de UX, Tech, Agile e Digital. mas também staffing (que é a expansão das equipes desses clientes, com a contratação de mão de obra temporária) e outsourcing.
“Tínhamos um plano de lançar uma plataforma de freelancer, mas honestamente a gente decidiu focar mais no staffing, outsourcing e recrutamento para esse ano. A gente também tem o executive search, que é um trabalho de recrutamento de profissionais de C-level. Mas a gente já tem um volume grande de contratação de profissionais independentes, que são remunerados por mês com projetos de dois a três meses no mínimo”, contou Wertheim.
Na prática, a The Bridge entrega um serviço apoiado por um software e por estratégias de marketing e inbound recruitment.
Esse nosso sistema permite que possamos avaliar em tempo recorde e entregar perfis selecionados aos clientes em 48 horas
Bernardo Carvalho Wertheim, Chief Happiness Officer da The Bridge.
Irina Bezzan assumiu recentemente o cargo de gerente geral da The Bridge no Brasil. Segundo ela, a pandemia ajudou a luta da The Brigde para romper a visão do mercado para a contratação de pessoas de outros países. Hoje, até bancos mais tradicionais do Brasil estão olhando para trabalhadores de países vizinhos e os países vizinhos estão procurando brasileiros.
*Atualizado no sábado às 10h13