A Agrofy, agtech nascida na Argentina em 2015, a partir de um portal de notícias, anunciou uma nova rodada Série C de US$ 30 milhões (R$ 171,3 milhões) liderada pela Yara Growth Ventures, braço da norueguesa Yara International e investidora conhecida no setor. Os novos recursos ajudarão a empresa a unificar verticais que têm andado em paralelo: a plataforma de e-commerce de produtos para o agro, a carteira eletrônica Agrofy Pay (que deve chegar ao Brasil no segundo semestre de 2022) e o próximo lançamento da startup, a Agrofy Créditos. Com isso, a Agrofy quer ser a principal “agfintech” da região.
“No contexto da pandemia, o agro aumentou o ritmo de seu processo de digitalização. Temos trabalhado nessa direção desde muito antes e capitalizamos esse fenômeno. Fechar esta nova rodada de investimento nos permite consolidar o produto transacional e a oferta de payments, o que nos dá a possibilidade para proporcionar uma melhor experiência de compra on-line ao cliente. Em um momento em que os investimentos não são abundantes, estamos muito satisfeitos em seguir avançando e, ao mesmo tempo, consolidar-nos cada vez mais no Brasil”, disse Maximiliano Landrein, CEO e cofundador da Agrofy, ao lado de Alejandro Larosa, um comunicado distribuído à imprensa.
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“Isso nos dá a oportunidade de melhorar os produtos e começar a desenvolver novos em 2022, momento que focaremos no desenvolvimento de negócios para consolidar nossa proposta de valor como agfintech, por meio do crescimento dos serviços da Agrofy Pay e da incorporação da Agrofy Créditos, um serviço para qualificar os produtores e conceder créditos através da plataforma”, acrescentou Landrein.
A nova rodada também teve a participação de outros investidores privados e de atuais acionistas da Agrofy: Cresud, Bunge Ventures, Syngenta Ventures, Fall Line Capital, ACRE, SP Ventures, Glocal, BrasilAgro, Capria, Endeavor, Draper Cygnus e Lartirigoyen.
Essa foi a quarta rodada levantada pela Agrofy. No total, a startup já recebeu mais de US$ 66 milhões em investimentos.
“Uma das coisas que mais gostamos na Agrofy é o potencial que tem para a expansão futura”, afirmou Erkki Aaltonen, diretor-presidente da Yara Growth Ventures, também em comunicado. “Maximiliano e Alejandro têm trabalhado consistentemente em prol de uma estratégia para a empresa expandir geograficamente na América Latina e crescer com novas ofertas para atender seus clientes. A Yara Growth Ventures espera acelerar seu crescimento e fazer parte da jornada.”
Os co-fundadores da Agrofy se conhecem desde a Bolsa de Comércio de Rosário, uma associação de comércio na Argentina. Em 1999, eles começaram a conversar sobre como ajudar os produtores do país a comercializar grãos e fundaram o que hoje é a maior comercializadora de grãos da Argentina, a Futuros y Opciones.
Landrein e Larosa decidiram começar a ideia de criar um empreendimento online para o setor com um portal de notícias, o Agrofy News, que hoje é um dos maiores sites de notícias da Argentina. Em 2018, a empresa começou a montar o seu marketplace para o agro com menos de 40 pessoas. Hoje são 300 colaboradores, a maior parte alocada em Rosário, na Argentina – esse número deve crescer 30% no médio prazo com a nova rodada.
A Agrofy tem hoje cerca de 5 milhões de visitas mensais em sua plataforma. São mais de 5 mil marcas oferecendo produtos na Argentina, Brasil, Colômbia, Chile, Bolívia, Peru, Uruguai e Paraguai – no longo prazo, a Agrofy também pretende chegar ao México.
Tradicionalmente, as agtechs crescem mais devagar do que as fintechs porque o mercado de distribuição da agricultura é desafiador. Essa pode ser uma razão pela qual a América Latina ainda não tem seu unicórnio do agro. Mas a Agrofy entre as candidatas que podem quebrar esse jejum.
“O que nos diferencia de outras propostas de e-commerce para a agricultura é que não há nenhum que seja um marketplace puro como o nosso e que seja apoiado por uma equipe com DNA 100% digital e focado 24 horas por dia no setor agro”, complementou Landrein, via comunicado.