A startup de saúde Alice anunciou nesta terça-feira (21) que levantou US$ 127 milhões em rodada Série C liderada pelo Softbank Latin America Fund – seria a maior rodada já recebida por uma health tech na região. Sem revelar a avaliação da health tech com a nova rodada, o CEO e cofundador André Florence disse que os recursos serão usados em tecnologia e na expansão dos serviços da Alice para empresas interessadas em oferece-los como benefício aos seus funcionários.
“Essa rodada demonstra o quanto o mercado confia na nossa visão e na empresa que estamos construindo. Isso aumenta muito nossa responsabilidade; sabemos disso, queremos isso e vamos para arena contribuir para uma mudança positiva no mundo”, escreveram os fundadores em uma carta aberta postada no site da empresa – além de Florence, assinam a carta Guilherme Azevedo e Matheus Moraes.
Investidores anteriores da startup, como Kaszek e ThornTree Capital Partners, além de novos investidores, como Allen & Company LLC, G Squared, Globo Ventures e StepStone, também participaram da rodada.
Alice adquiriu recentemente a startup Cuidas, com foco no fornecimento de produtos de saúde para empresas. Paolo Passoni, diretor do Softbank Latin America Fund, disse que menos de 25% dos brasileiros têm acesso à saúde privada e que Alice é uma das empresas que está tentando enfrentar os problemas de saúde.
Assim como acontece com outras rodadas recentemente anunciadas na América Latina, o novo investimento veio apenas alguns meses depois da última rodada. Em fevereiro, a Alice tinha levantado $33 milhões em uma rodada liderada pela ThornTree Capital Partners. A pandemia parece ter, de fato, acelerado o interesse dos investidores no setor de saúde da região. Na semana passada, a startup brasileira Sami arrecadou R$ 111 milhões em uma extensão Série A.
A Alice foi lançada em junho de 2020, em meio à pandemia, com um aporte de US$ 16 milhões oriundo de dois de seus fundadores André Florence e Matheus Moraes (ex-diretor financeiro e presidente do aplicativo de caronas 99), além de Guilherme Azevedo (co- fundador de outra startup de tecnologia da saúde Dr. Consulta) e dos fundos latino-americanos Kaszek, Canary e Maya Capital, após 15 meses de incubação.
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A ideia da startup é usar a tecnologia para fazer um “cuidado coordenado”, ou seja, os dados de saúde do paciente ficam concentrados no app da Alice, integrados a um plano de saúde individual. Desta forma, as operações de hospitais, médicos e equipe de saúde são integradas dentro do app. Ao entrar no plano, o usuário passa por uma “imersão” com um dos médicos de Alice.
O que a startup propõe é uma solução tecnológica com essas informações médicas consolidadas, além da rede privada de saúde credenciada, que tradicionalmente os planos de saúde oferecem. Alice tem parcerias com laboratórios e hospitais, como Fleury e Oswaldo Cruz, na cidade de São Paulo.
A startup, que atua atualmente apenas na região metropolitana de São Paulo, oferece assistência médica para cerca de 6 mil pessoas (número dez vezes maior que o que a Alice tinha no início de 2021) e tem como parceiros 10 hospitais e 200 laboratórios médicos.