A Atlas Governance, startup de governança, nasceu em 2018 depois que seu fundador, Eduardo Carone, sentiu na pele as consequências de práticas corporativas ruins, conforme ele contou ao LABS em setembro.
Agora, com a operação consolidada e atendendo mais de 300 organizações no Brasil, México, Colômbia, Peru, Chile e Argentina, a Atlas acaba de captar R$ 28 milhões (US$ 5 milhões) em uma rodada Série A liderada pela Volpe Capital.
“Chegamos a receber proposta de cinco fundos de investimento, mas resolvemos apostar no modelo da Volpe, que é um pouco diferente de parte das empresas do mercado. Eles querem ter menos investimento e um envolvimento maior com essas empresas [investidas]”, disse Carone, CEO da Atlas.
A Volpe Capital é um novo fundo criado pelo ex-sócio gestor do SoftBank no Brasil, André Maciel, que captou US$ 100 milhões para fazer até 20 investimentos.
A maior parte do dinheiro será para reforço da expansão pela América Latina e cerca de 20% do montante será aplicado em desenvolvimento de produto, como um software para assembleias com lançamento previsto para 2022. “Além de cuidarmos do conselho de administração dos comitês, também vamos ter um produto para cuidar de assembleias, seja de acionistas de empresas, de investidores, ou até de um prédio, qualquer coisa que tenha mais de um associado”, explica Carone.
A Atlas pretende fechar o ano com cerca de 400 clientes. Para o ano que vem, a ideia é triplicar a base de clientes, chegando a uma carteira de 1.200 empresas atendidas no próximo ano – cerca de 12 mil conselheiros e membros de comitês são clientes da Atlas e este número deve atingir quase 40 mil.
“Temos hoje uma área muito bem estruturada no Brasil e a intenção é ampliar a nossa posição e nossos esforços comerciais nos outros cinco países da América Latina onde a gente está hoje, dando continuidade na expansão internacional”, complementa o CEO.
Sara Caballero é diretora de expansão internacional da startup e conta que quando o movimento de internacionalização começou, há um ano, a ideia era testar o modelo de negócio e o software da Atlas em novos mercados. “Contratamos uma pessoa em cada país para ver como fazer essa entrada em cada um desses mercados e pegar um pouco de inteligência nesses países porque a complexidade cultural de cada cliente é diferente”, lembra.
Agora, com 20 clientes nos países hispânicos da região, a Atlas Governance quer reforçar essas equipes comerciais.
“Estamos vendo uma aceitação e um processo de desenvolvimento muito rápido no norte da América Latina“, diz Carone.
A empresa, que deve fechar 2021 com faturamento de R$ 13 milhões, espera chegar aos R$ 30 milhões no ano que vem.
O E, o S e o G andam juntos
Segundo Carone, as letras que compõem a sigla ESG (de boas práticas para meio ambiente, social e governança) andam juntas e que não há como executar critérios de sustentabilidade e diversidade se a governança não estiver estabelecida em uma empresa.
“Usamos o ‘G’ todos os dias. A governança é o conjunto de regras de convivência, que começam dentro da sua casa, com quem quer que você more. Elas se expandem para o seu prédio, se expandem para clube, para o município, estado e país”, pontua.
“O problema é que a governança foi vestida de forma complexa. O nosso propósito hoje é transformar governança em algo simples, acessível e digital. Sem boa governança, não tem empresa que vai salvar o meio ambiente e nem promover diversidade e inclusão”.