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Mercado Livre, Amazon, Shopee: Beyond Borders aponta os principais e-commerces da América Latina

Estudo realizado pelo EBANX identificou os maiores concorrentes do varejo região; Mercado Livre lidera em audiência

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O mercado de e-commerce na América Latina deve dobrar de tamanho até 2024 e isso significa que há oportunidades para companhias com diferentes abordagens: desde os grandes nomes do varejo local até grandes marcas globais, além de algumas surpresas. Apesar da vantagem que algumas dessas gigantes possuem, a resistência de companhias com estratégias locais e ênfase em experiências mobile tem dado resultados.

Em parceria com a empresa de inteligência de marketing Similarweb, o estudo Beyond Borders 2021/2022, promovido pelo EBANX, identificou os maiores concorrentes no varejo online da América Latina com base em uma análise de dados sobre o trafégo nas redes. O unicórnio brasileiro é dono do LABS.

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Um dos destaques, de acordo com o estudo promovido pelo EBANX, é a companhia argentina Mercado Livre. A marca segue como a principal plataforma de e-commerce da América Latina, com mais de 50% dos tráfego online entre os 10 principais competidores da região. No entanto, algumas companhias internacionais vem aumentando sua fatia de participação, caso de Amazon, Shopee e Walmart. O trio tem ganhado tráfego e notoriedade de forma consistente em diferentes países.

“O e-commerce acelerou de maneira agressiva na América Latina, com a entrada de vários competidores nessa arena, o que gerou um mercado muito mais pulverizado em termos de tráfego online”, explica a diretora de vendas da Similarweb, Juliana Quarantani Junkes, no estudo Beyond Borders. A executiva explica que “em geral, os grandes competidores diminuiram seu market share em diferentes países, com algumas exceções”.

Fonte: Similarweb (dados de Janeiro-Setembro 2021)

Levando em conta e exemplo do Mercado Livre, a companhia tem quatro de seus sites locais entre os dez endereços mais acessados na América Latina (Brasil, Argentina, México e Colômbia). O grupo tem investido em logística, experiência do usuário e construção de marca, e suas métricas de engajamento e fidelidade cresceram consideravelmente na região, segundo a Similarweb.

No entanto, mesmo o Mercado Livre viu sua fatia de tráfego online cair em mercados como Brasil e México — onde vem encontrando competição crescente tanto de companhias locais quanto globais.

A resistência do varejo local

Ao mesmo tempo que marcas expandem pela América Latina, marketplaces e grandes varejistas locais, como Casas Bahia, Magazine Luiza, Coppel, Bodega Aurrera e Falabella também estão se juntando a esse momento de alto crescimento da região.

A gigante brasileira Via (dona das Casas Bahia, Ponto e Extra.com.br) abriu sua plataforma para vendedores parceiros em um movimento em direção ao digital. A companhia está ampliando sua pegada no espeço digital e passou a marca de 100 mil vendedores em seu marketplace.

“Temos um olho no crescimento e na transformação da companhia e outro em novos negócios, novas unidades. E as coisas se complementam, há um pouco de retroalimentação nesse ciclo que estamos criando”, conta o chief digital officer (CDO) da Via, Helisson Lemos, em entrevista ao LABS.

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A varejista brasileira tem feito uma transição do offline para o online, com mais de 65% de suas vendas acontecendo no ambiente online. Realizando duas entregas a cada segundo, a marca precisou redesenhar o gerenciamento de seus centros de distribuição.

“A Via se coloca numa posição de ser um canal onde o cliente brasileiro pode comprar o que ele quiser e na hora que ele quiser. A logística tem de ser ágil para poder suportar essa movimentação de produtos”, conta o diretor executivo de logística e abastecimento da Via, Fernando Gasparini, em entrevista publicada pelo LABS em outubro.

No México, a popular Bodega Aurrera, uma rede de mercados da Walmart e com uma presença massiva em bairros de classe média e baixa, fez uma transição bem-sucedida para o online. A rede ficou entre os 10 principais sites de comércio eletrônico mexicano em 2021 — não apenas pela adoção de compras online, mas também por conta de uma série de campanhas de divulgação no TikTok e outras mídias sociais, como também pelo alto engajamento de consumidores de alta renda que buscaram as pechinchas do site.

Os gigantes globais miram a América Latina

Ao lado dos gigantes locais, há novos competidores. A Amazon é uma das marcas globais que está entre os melhores colocados no ranking da Similarweb, com dois de seus endereços locais no top 10 de e-commerces na América Latina, e a companhia segue crescendo de forma consistente nos diferentes mercados da região.

A Amazon fez um trabalho excelente de percepção de marca na América Latina. Em países como México e Colômbia, ela aparece na segunda posição em número de visitantes, atrás apenas do Mercado Livre.

JULIANA QUARANTANI JUNKES, Diretora de vendas da SIMILARWEB

Mas, se engana quem pensa que a competição internacional vem apenas dos EUA. A região da Ásia Oriental também traz competidores: a startup de Singapura, Shopee é um dos e-commerces com crescimento mais rápido da região, com sua versão brasileira anotando um aumento de 900% em audiência online em 2021, segundo dados da Similarweb. A varejusta online aposta alto na região, com uma estratégia que chama de “mobile-first”, ou seja, dando privilégio para a experiência e as compras pelo celular.

“A Shopee entrou de forma super agressiva no mercado do Brasil e, mai recentemente, no México. O seu aplicativo mexicano de compras vem subindo posições de forma rápida e já está tirando players locais do top 10”, afirma Junkes.

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O estudo Beyond Borders 2021/2022 revela que a Shopee não é a única empresa forte no mercado de apps na América Latina. Ter um app tem funcionado muito bem para lojas de roupas, como SHEIN, Dafiti e Netshoes, que apesar de não esterem no top 10 ao se considerar tráfego online, estão entre os apps de compras mais baixados de Brasil, México, Chile e Colômbia.

Fonte: Similarweb (dados de Janeiro-Setembro 2021)

Lojas de departamento regionais como Coppel, no México, e Falabella no Chile e Colômbia, também estão fazendo sucesso ba base de estratégias para smartphones, figurando entre os dez maiores competidores em seus países. “AliExpress, Wish e Amazon também entregam números sólidos de engajamento nos seus apps”, complementa Junkes

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O estudo Beyond Borders é publicado anualmente pela fintech brasileira com operações globais EBANX. É possível acessar o material completo (em inglês) de maneira gratuita no site oficial do estudo.