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Negócios

BTG Pactual quer impulsionar empresas tech e novos negócios com linha de crédito especial e programa de mentoria

O LABS conversou com Frederico Pompeu, head do boostLAB, hub de negócios para empresas de tecnologia do BTG Pactual, sobre o novo programa, linhas de crédito e venture debt

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A cada seis meses o BTG Pactual, por meio de seu hub para empresas de tecnologia boostLAB, abre nova rodada para um programa de mentoria de startups em nível avançado, as chamadas Scale-ups. Nessa segunda-feira (3), o BTG começa a receber inscrições (que vão até o dia 25 de junho) de startups brasileiras banking related que queiram participar, por meio do site do boostLAB

É a oitava edição do programa, que em sua última rodada teve 450 inscritos. A concorrência é grande: o boostLAB seleciona apenas de cinco a 10 startups que tenham pelo menos dois empreendedores fundadores, faturamento (com clientes, independentemente do tamanho), e que tenham dedicação exclusiva dos fundadores. 

Frederico Pompeu, head do boostLAB do BTG Pactual. Foto: Divulgação.

A ideia do boostLAB é ser o ponto de contato entre essas startups com empreendedores, fundos ou outras startups que queiram fazer um bom negócio, como o head do hub, Frederico Pompeu, contou ao LABS. Em outras palavras, o BTG quer criar uma agenda para quando a startup for abrir capital lembrar do banco. Trata-se de um investimento de longo prazo, principalmente em relacionamento.

Quero que o BTG seja um dos primeiros a ser lembrado por qualquer empreendedor, em qualquer estágio que ele esteja, quando pensar em um banco.

Frederico Pompeu, head do boostLab do btg pactual

Linha de crédito exclusiva para startups

O BTG passou a usar serviços de startups que passaram pelo programa de aceleração e foi natural que o banco investisse em empresas que tivessem fit estratégico.

Com as portas de entrada abertas para startups, além do programa de aceleração, o BTG promete ajudar com câmbio, com uma linha de crédito automatizada com taxas de 1.8% ao mês e carência de até seis meses para esse empreendedor, com corporate venture e com venture debt – forma de investimento mais comumente usada nos Estados Unidos e na China.

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A nova linha de crédito do BTG para startups funciona como capital de giro para tíquetes menores, variando de R$ 200 mil a R$ 4 milhões. Para o empréstimo, o banco usa a receita recorrente mensal da empresa como garantia e só empresta dinheiro para startups investidas por um fundo institucional, como um fundo de venture capital.

Já no financiamento da dívida (venture debt), o banco entra com um componente de renda fixa e um equity kicker na operação (equity kicker é um componente variável de remuneração que corresponde a um percentual, pago ao credor, sobre o valuation atingido, usualmente, na rodada de equity seguinte à captação do venture debt). 

Tomar dívida é saudável para a empresa em todo o ciclo de mercado de capitais. Você tem os deals de equity e os de dívida, que são mais garantidos e menos caros para os empreendedores do que vender o equity da própria empresa, que é o que ele tem de mais valioso.

Frederico pompeu, head do boostlab do btg pactual

Um caso de sucesso de venture debt do BTG foi a aquisição da plataforma de e-commerce Buscapé pelo buscador Zoom. “Fizemos essa transação e depois acabamos pegando o mandato do IPO da Mosaico (empresa mãe do Zoom e Buscapé), e fizemos uma parceria estratégica do BTG com a Mosaico, na qual eles vão desenvolver o marketplace dentro do nosso aplicativo e a gente tem exclusividade para oferecer crédito e seguros para os clientes deles”. 

Com a Mosaico, o BTG financiou, fez o IPO e converteu o kicker em equity da empresa, em que hoje o BTG é acionista. No caso da startup Brasil ao Cubo, o BTG também financiou a dívida, e logo em seguida a Gerdau investiu na empresa. Neste caso, o BTG não se converteu em equity kicker, mas ganhou um upside na valorização da startup

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O Google, Facebook, Uber, Spotify, Zoom, Beyond Meat, Lyft, Pinterest e Dropbox estão entre as empresas mais famosas que já fizeram o financiamento da dívida. 

Segundo Pompeu, o venture debt se encaixa com um momento de inflexão das empresas, quando a startup vai comprar um concorrente, ou quando vai expandir, o que demanda um investimento maior. Portanto, não é uma linha de capital de giro. Funciona assim: ao invés de vender ações, a startup toma uma dívida, e posterga o pagamento para quando vender as ações na próxima rodada. O BTG só avalia tíquetes a partir de R$ 10 milhões.

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