Marketplace que conecta bares, restaurantes, hoteis e padarias, entre outros serviços de alimentação a fornecedores, a Cayena acaba de concluir uma rodada de investimentos Série A de US$ 17,5 milhões (cerca de R$ 88 milhões), liderada pela gestora com sede em Nova York Vine Ventures. A rodada também teve a participação da MSA Capital, Canaan Partners, Picus Capital, FJ Labs, Clocktower Ventures, Coca Cola Femsa Ventures, Gilgamesh, Astella, Endeavor, Grão VC, entre outros.
Os novos recursos chegam menos de seis meses após a última rodada da Cayena e têm destino certo: a expansão do marketplace para outras regiões do país. A startup, que hoje atua em 50 cidades do estado de São Paulo, também pretende aumentar significativamente o tamanho de sua equipe, dobrando o time atual de 60 colaboradores até o fim do ano, com foco especial em cargos de tecnologia e dados. Juntando a rodada inicial da startup, com o Canary, e as duas últimas, a Cayena já levantou mais de US$ 21 milhões.
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Fundada por Gabriel Sendacz, Pedro Carvalho e Raymond Shayo em 2019, a Cayena é um marketplace B2B focado na indústria de reposição de alimentos em atacado – uma indústria que está apenas começando sua transformação digital. Por meio da plataforma (site ou app), restaurantes (e dark kitchens dedicadas ao segmento de delivery) podem repor estoques com dezenas de fornecedores pré-qualificados – são mais de 30 mil itens disponíveis. Os produtos são entregues no dia seguinte e sem custo.
Os clientes da Cayena também podem usar a solução Buy Now Pay Later da fintech, batizada de Cayena Pay e que permite que eles realizem compras usando crédito concedido por meio de uma análise do seu fluxo de caixa e outros dados, o que significa capital de giro de uma maneira diferente da tradicional.
“Quem vende pela Cayena, por sua vez, obtém uma demanda incremental recorrente, instantânea e sem risco de crédito – algo absolutamente inovador para os padrões atuais da indústria”, disse Carvalho.
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A Cayena tem cerca de 2 mil clientes e já intermediou a venda de R$ 100 milhões em mercadorias para eles. A startup espera que até o fim do primeiro semestre de 2022 toda a base de clientes esteja usando o Cayena Pay como forma de pagamento para os seus pedidos.
A Cayena opera em um modelo 100% asset light, no qual os fornecedores conectados ficam responsáveis pela logística de entrega das mercadorias. A partir de um determinado pedido mínimo os fornecedores realizam as entregas sem cobrar nenhuma taxa adicional por isso. “Nós acreditamos que a deficiência do mercado de food service não está na falta de caminhões, de galpões ou de fornecedores, mas sim na falta de tecnologia. Por isso, nós deixamos os nossos parceiros focar no que fazem de melhor (operação de armazenagem e logística) enquanto nós focamos naquilo que a tecnologia faz de melhor: organizar dados e simplificar processos”, disse Carvalho ao LABS.
Quando questionado sobre o modelo de remuneração da Cayena, Carvalho explicou que são os fornecedores quem pagam pelos serviços da startup, sem detalhar exatamente o tamanho da comissão que o marketplace recebe. Ele salientou que não existe nenhum custo fixo ou taxa de implementação para um novo fornecedor se conectar à plataforma.
Ao TechCrunch, Shayo disse que o Brasil será o principal foco da empresa pelos próximos anos, mas que outros países latino-americanos já estão na rota de expansão da plataforma.
“As ineficiências da cadeia de suprimentos para PMEs são enormes em todos os mercados emergentes. Por investirmos globalmente através das lentes da China na digitalização da cadeia de suprimentos, monitoramos a evolução dos players de compras de restaurantes em todas as principais regiões. A Cayena está posicionada para ser a vencedora na América Latina devido à capacidade do seu time de executar e constantemente iterar o produto. Estamos entusiasmados em reforçar a nossa parceria com a Cayena para transmitir as melhores práticas derivadas da China e de outros mercados emergentes.” disse Ben Harburg, managing partner da MSA Capital, um VC global que já investiu em fintechs como Nubank e Klarna, bem como em outras empresas que seguem a tese de marketplaces B2B no Oriente Médio e na Ásia, e que participou dessa rodada.