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Os fundadores da Yuca: Rafael Steinbruch, Eduardo Campos e Paulo Bichucher. Foto: Yuca/Divulgação
Negócios

Com solução LaaS, Yuca levanta R$ 56 milhões em Série A

Startup focada em moradia compartilhada planeja se consolidar como gestora integrada de investimentos residenciais e imóveis; Yuca já captou R$ 200 milhões com seu FII

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Com uma solução LaaS (Living as a Service) e promessa de descomplicar o processo de aluguel de imóveis residenciais, a Yuca, startup de São Paulo, acaba de levantar R$ 56 milhões em uma rodada Série A liderada pela fundo de venture capital monashees e com participação da Terracota Ventures, ONEVC e Tishman Speyer, referência mundial no setor imobiliário. 

A Yuca estreou em 2019 como uma startup focada no aluguel de moradias compartilhadas, o coliving. Agora, com a operação consolidada e mais de 500 contratos sob gestão, a empresa vai investir os recursos do aporte na diversificação de seu portfólio, com a inclusão de produtos individuais e para famílias. Além disso, planeja também reforçar o time de profissionais de tecnologia e produto e fortalecer seu braço de investimentos. 

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Eduardo Campos, um dos fundadores da Yuca ao lado de Rafael Steinbruch e Paulo Bichucher, explica que a startup identificou três frentes de atuação para escalar a operação: ser multiproduto, ter uma forte base tecnológica e se posicionar como um player institucional.

“Nós começamos nichados, focados no coliving. Mas ao longo desses dois anos, o negócio evoluiu. Hoje a Yuca se posiciona como uma empresa de tecnologia voltada para a experiência de moradia, com um portfólio de produtos diversificado. Outro ponto fundamental é consolidar a Yuca como um player institucional. Nós vamos ao mercado de capitais para levantar recursos com grandes investidores, então é importante que eles nos vejam como um player institucional. A Série A reforça esse posicionamento diante do mercado de capitais,” diz Campos

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As incursões da Yuca no mercado de investimentos resultou na captação de R$ 200 milhões com investidores institucionais, por meio de um Fundo de Investimento Imobiliário (FII) – segundo a proptech, o primeiro no mundo com um portfólio majoritariamente de apartamentos residenciais compartilhados -, e com investidores pessoas físicas, por meio de quatro campanhas de crowdfunding. 

A Yuca planeja quadruplicar o montante de ativos sob gestão em 12 meses e assumir um papel de liderança no mercado de investimentos em residenciais. Para isso, está no horizonte a criação de uma plataforma de investimentos imobiliários. 

Estamos em um momento de amadurecimento da empresa. Caminhamos para nos tornarmos uma gestora integrada de capitais e de imóveis.

Eduardo campos, cofundador da yuca

O portfólio da Yuca é formado por imóveis de terceiros colocados sob a gestão da startup e por imóveis adquiridos por meio do FII – nesse caso, a Yuca cuida de todo o processo de compra e da gestão posterior dos alugueis.

Na hora de escolher imóveis para o portfólio, muita tecnologia e análise da dados. Segundo Campos, a Yuca olha para todo tipo de imóvel, inclusive para prédios inteiros e imóveis corporativos com potencial para uma “correção de uso”, algo que os efeitos da pandemia de COVID-19 sobre o mercado imobiliário evidenciou. 

Um dos apartamentos para aluguel da Yuca. Foto: George Gargiulo/Divulgação

“A pandemia trouxe essa necessidade de ressignificar alguns ativos. Imóveis comerciais que podem ter uma vocação residencial no futuro. A gente utiliza muita análise de dados para escolher os imóveis que vamos adquirir, sempre com base na projeção de retorno para o investidor”, explica Campos. 

No ano passado, a startup fez a aquisição dos primeiros prédios inteiros de seu portfólio, que serão reformados e adequados ao padrão da Yuca; o lançamento desses empreendimentos deve acontecer no primeiro trimestre do ano que vem. 

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“Aluguel all inclusive” 

O público-alvo da Yuca são jovens que vêm para São Paulo para trabalhar ou estudar e precisam de um contrato de aluguel facilitado, sem exigências comuns em imobiliárias tradicionais, como caução ou avalista. A Yuca exige apenas comprovante de renda e certidão de antecedentes criminais. Hoje, o perfil médio dos clientes da proptech são adultos de 28 anos que costumam ficar no imóvel até 15 meses. 

Um aluguel em moradia compartilhada com a Yuca sai, em média, por R$ 1.800,00 mensais; já imóveis de um quarto ou estúdios começam em R$ 2.300,00 até R$ 4.000,00 mensais. Esses valores incluem aluguel, condomínio, IPTU, contas de água, luz, gás e internet e serviço semanal de limpeza. A solução da proptech envolve ainda a reforma, mobília e decoração nos apartamentos.

Por enquanto, a Yuca não tem planos de operar fora de São Paulo capital. 

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