As startups da América Latina entraram de vez no mapa do venture capital em 2021. Até setembro, a região levantou impressionantes US$ 11,5 bilhões em capital de risco, segundo dados preliminares da LAVCA (Associação para o Investimento em Capital Privado na América Latina). Para surfar essa onda recente de investimentos, a gestora Capital Lab Ventures quer mais do que um fundo, quer se transformar em uma plataforma de fomento ao empreendedorismo e à inovação.
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Formada por brasileiros e com sedes em Londres (Inglaterra) e em São Paulo (Brasil), a gestora lançou um fundo de US$ 100 milhões para transformar algumas das startups da região em “minimultinacionais”. “A Capital Lab Ventures tem no seu DNA encontrar startups que resolvem alguns dos maiores problemas que temos na nossa sociedade”, explica a managing partner da Capital Lab Ventures, Vanessa Viana.
Capital Lab quer ser uma ponte entre startups da América Latina e de outros pólos de inovação
Além das startups da América Latina, o fundo também tem interesse em startups de mercados como Inglaterra e Israel. Nesse formato, o fundo pretende ser uma ponte entre Brasil, América Latina, Londres e Israel. E o objetivo é que nessa via transitem conhecimento e oportunidades de negócios para empresas, além de recursos.
“Isso é visto com muito bons olhos para essas empresas europeias que não têm um mercado consumidor tão grande quanto o nosso. A gente faz esses investimentos cross-border unindo o melhor dos dois mundos. Você tem o melhor do desenvolvimento tecnológico com o melhor do tamanho do mercado”, explica Viana.
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O processo de seleção de startups pelo fundo passa pela escolha de setores que possam dar um salto com ajuda de tecnologias inovadoras. Para isso, o fundo quer estar próximo de universidades e centros de pesquisa nas regiões onde atua.
Viana explica que Capital Lab busca startups que possam desenvolver soluções em áreas deep tech, ou seja, avanços tecnológicos difíceis de reproduzir e focados em ciências avançadas. Áreas como computação quântica, nanotecnologia, gestão climática e outras estão no radar da Capital Lab.
Segundo a executiva, o que os empreendedores latino-americanos mas têm feito é desenvolver soluções que reduzem os custos de transações e reduzem a assimetria de informação — mas poucas dessas soluções são baseadas em “conhecimento científico” aprofundado.
A companhia já investiu em sete startups da América Latina: Dinie, I4Sea, Clorent, Pink Farms, Geru, Uello, Atomic Agro. A companhia também busca negócios em segmentos como cidades conectadas, mobilidade, finanças, varejo, cibersegurança, educação, saúde e futuro do trabalho.
Para a executiva, a nova onda de venture capital pode ser o que a oportunidade certa para a região para dar o salto tecnológico de que necessita. “Temos muitas oportunidades pela frente. É a hora de pegarmos o melhor da tecnologia do mundo e darmos um salto”, explica a gestora a frente do Capital Lab Ventures.