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Dos cupons ao cashback: a Cuponeria quer ensinar o brasileiro a economizar nas compras

Startup que nasceu para popularizar o modelo de cupons completa dez anos e mira crescimento como plataforma de benefícios corporativos

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É provável que você já tenha se deparado com essa cena: na fila de um McDonald’s e de um Pão de Açúcar, o consumidor mostra o aplicativo da marca para o caixa em troca de algum desconto em lanches ou produtos da rede de mercados. Esse tipo de ação é bastante comum fora do país, principalmente nos Estados Unidos, e deve se tornar cada dia mais corriqueira para os brasileiros também.

Curiosamente, a Cuponeria foi a responsável pelo primeiro cupom de desconto da rede de restaurantes fast-food e da cadeia de supermercados no Brasil. A startup foi fundada em 2011, pelos amigos Thiago Brandão, Nara Iachan e Lionardo Nogueira. Na época, o trio percebeu uma oportunidade para popularizar o formato no país e ajudar os consumidores a economizarem em suas compras.

Cuponeria: defensora da “cultura dos cupons”

Atualmente, a Cuponeria distribui cerca de 1 milhão de cupons por mês, conta com 7 milhões de usuários e mil empresas parceiras, entre elas Americanas, Marisa, Amazon, iFood, Casas Bahia, McDonald ‘s, dentre outras.

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A startup completou dez anos em outubro e segue apostando alto na divulgação do formato. Atualmente, os consumidores e marcas estão mais acostumados com os cupons, que incentivam os consumidores a fecharem compras e servem como uma estratégia para ampliar as vendas dos varejistas.

“Quando a Cuponeria surgiu, as empresas não acreditavam em cupom no Brasil. Os varejistas não tinham tecnologia para aceitar os cupons. Tudo isso era mato quando chegamos, não existia nada”, comenta o CEO da Cuponeria, Thiago Brandão. “Durante a jornada de crescimento, precisamos ensinar para as empresas o valor dos cupons e aprender com elas que tipo de tecnologia construir para o formato funcionar”.

Com a pandemia, a Cuponeria viu crescer a busca por cupons — especialmente para e-commerces. De acordo com o Google Trends, a busca por cupons de desconto durante a pandemia aumentou 20% em relação ao período anterior. Nesse período, a Cuponeria estima ter movimentado mais de R$180 milhões.

Thiago Brandão e Nara Iachan, cofundadores da Cuponeria. Foto: Divulgação

Foi nesse período também que a empresa dobrou de faturamento e de tamanho, alcançando os 100 colaboradores no time.

No entanto, esse mergulho no digital não foi fácil, já que a Cuponeria focava suas soluções, principalmente, nos cupons para o varejo físico. Ao mudar de estratégia para atender o volume de demanda do online, a startup se deparou com outro benefício comum no exterior, mas pouco conhecido dos brasileiros: o cashback.

Dos descontos ao cashback

Outra ferramenta que vem ganhando destaque no e-commerce brasileiro, o cashback ainda está longe de ser popular. Nesse formato, uma porcentagem do valor que os consumidores pagam em suas compras retorna como crédito em uma carteira selecionada pelo vendedor. O CEO da Cuponeria comenta que a pandemia impulsionou essa forma de consumo por conta do aumento das vendas online.

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“O cashback foi muito impulsionado pela pandemia. As empresas precisavam encontrar formas de se aproximar do consumidor. E o cashback é um formato interessante porque o consumidor sempre ganha. Você não precisa pegar um cupom ou fazer uma campanha, porque todos os dias tem algum cashback. Isso fideliza o cliente”, explica Brandão.

Para o cofundador da Cuponeria, os dois formatos são complementares.

O cupom gera aquele impulso que você precisava para fechar um negócio, já o cashback faz você fechar mais negócios, com mais frequência.

Thiago Brandão, CEO da Cuponeria

O executivo acredita que a experiência de “receber o dinheiro de volta” ainda está ligada a um nicho do mercado. A startup pretende escalar o cashback para que eles estejam presentes não apenas em grandes compras, como: eletrônicos e móveis,mas também nos gastos do dia a dia. Para o CEO da Cuponeria, a própria forma como a experiência de compra e venda acontece vai ser muito influenciada pela dupla “cupom + cashback”.

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Um dos exemplos de marca que vem ganhando tração na plataforma pensando em novas experiências é o gigante do e-commerce Shopee. A plataforma de Cingapura já é o app de compras mais baixado do Brasil.

“A nova forma de comprar é mais conectada com a experiência do usuário do que aquela antiga, na qual você só coloca o produto no carrinho e acabou. A vinda dessas plataformas como a Shopee é muito interessante porque tira muitos varejistas da zona de conforto, de não fazer campanhas, cupons, não gamificar o processo de venda”, comenta Brandão.

Com a volta das atividades econômicas no comércio físico e o crescimento do online, a empresa mantém expectativas positivas para o futuro. “Para 2022, queremos conquistar os 30 milhões de membros e a expectativa é fechar o ano de 2021 com R$ 300 milhões movimentados em cashback e R$ 700 milhões transacionados em todas as modalidades”, afirma a cofundadora Nara Iachan.

Benefícios corporativos como serviço

Além das soluções para ajudar os consumidores a economizar, a Cuponeria também vem expandindo sua atuação para oferecer mais serviços para clientes corporativos. Uma dessas ofertas é oferecer uma solução de clube de benefícios para marcas como Bradesco, Elo, Banco Pan, Sicredi e Ticket Alimentação.

Com o Bradesco, por exemplo, a empresa apresentou a ideia de cupons para um objetivo diferente: aumentar a fidelidade dos clientes.

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A Cuponeria desenvolveu a tecnologia para plugar seu serviço de cupons e benefícios ao aplicativo bancário. Assim, a startup oferece o serviço de clubes de benefícios para complementar a experiência de marcas do setor financeiro.

“Hoje, quando você escolhe um banco, você não está interessado só em uma conta corrente. Você quer saber qual cashback ele dá, quais os benefícios, os mimos que banco fornece. Só que para o banco, o essencial do negócio dele é cuidar da parte financeira da sua experiência, não falar de desconto na casquinha do McDonald’s. Mas é isso que o consumidor quer. E é aí que nós ajudamos os bancos”, explica Brandão.