Três meses após iniciar suas operações no Brasil, a Deel, startup fundada no Vale do Silício que desenvolve soluções para que empresas globais possam contratar profissionais de qualquer país de maneira descomplicada, escolheu o país para estrear na América Latina o Deel Card, um cartão de crédito pré-pago com bandeira Visa e saldo em dólar integrado à conta Deel.
O Deel Card é destinado a profissionais remotos contratados por empresas estrangeiras que utilizam a Deel para contratar e pagar os colaboradores, possibilitando que eles transfiram seus salários como crédito para o cartão. O grande diferencial é que todo o dinheiro transferido é convertido e mantido em dólar, ainda que o salário seja pago em euros, reais ou qualquer outra moeda.
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A ideia, explica Cristiano Soares, diretor da Deel no Brasil, é que o cartão seja uma opção adicional de saque para os profissionais que recebem o salário pela conta Deel – hoje, eles já podem resgatar o montante via transferência bancária, transferência para carteiras digitais, entre outros.
“Os profissionais poderão transferir parte ou a totalidade desses fundos para o cartão de crédito Deel, e o dinheiro fica guardado em dólar, sem necessidade de conversão. E enquanto o dinheiro fica no cartão, ele pode usar o cartão para efetuar pagamentos em qualquer estabelecimento que aceite bandeira Visa, online ou físico, no Brasil e no exterior”, diz Soares.

Pagamentos feitos com o Deel Card são convertidos na hora de acordo com o valor do câmbio comercial do dia. O mesmo vale para transações feitas em outros países – por exemplo, se o cartão for utilizado para efetuar um pagamento em pesos argentinos, a conversão será feita de acordo com a cotação da moeda em dólar no dia.
Isso, segundo Soares, representa uma maior valorização do dinheiro dos usuários do cartão. “Se eu tenho mil dólares no meu Deel card e saco todo o valor em um dia em que o dólar está valendo R$ 4,90, por exemplo, e na semana seguinte o dólar vai a R$ 5,20, eu perdi 30 centavos. Mas com o cartão Deel eu posso efetuar pagamentos e a conversão é feita conforme o câmbio do dia. Temos muitos usuários de outros países, em que a moeda está desvalorizada, que utilizam o cartão para as transações recorrentes e fazem apenas saques parciais, quando necessário”, explica.
Além do Brasil, o Deel card é oferecido também nos Estados Unidos e alguns países da Europa. O plano da empresa é ampliar a oferta do produto para toda a base de mais de 16.500 profissionais que hoje recebem pela Deel.
Brasil é país estratégico para expansão
Atualmente, a Deel atende mais de 2.500 empresas e viabiliza a contratação de profissionais de mais de 150 países. No primeiro trimestre de 2021, a empresa registrou um GMV superior a US$ 100 milhões. O crescimento acelerado chamou a atenção de investidores, que aportaram US$ 206 milhões em três rodadas nos últimos meses e elevou a valuation da startup para US$ 1,25 bilhão.
Na América Latina, a Deel está presente também no México e na Colômbia, e tem contratos com mais de 150 empresas. Há três meses operando no Brasil, a empresa tem mirado em clientes enterprise, empresas com mais de mil funcionários, e já tem contratos com empresas como Nubank, iFood e Rocket.Chat.
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Segundo Soares, o país é considerado um dos mercados mais relevantes para a Deel, que projeta que Brasil poderá representar 10% do faturamento da startup.
Para a gente ganhar a América Latina, o Brasil é essencial. O potencial de negócios do país é imenso, tem muito investimento vindo. Quando isso acontece, as empresas precisam contratar para crescer e expandir. E precisam contratar bem e rápido. É aí que a Deel entra.
cristiano soares, diretor da deel no brasil
O core-business da Deel é intermediar contratações de profissionais estrangeiros. Em outras palavras, a Deel cuida de todo o processo de contratação e a operacionalização dos pagamentos desses colaboradores, observando as normas trabalhistas e tributárias de cada país.
Para isso, a startup tem uma equipe de mais de 250 advogados que organiza toda a legislação trabalhista de cada país em que está presente e cuida de todo o processo de contratação referente a modelos de contrato, regimes de trabalho, remuneração, tributos e taxas locais, entre outros.
De acordo com as normas legais de cada país, o colaborador pode ter acesso ao seu pagamento em moeda local e escolher a maneira que deseja receber. Algumas das opções são: transferwise, transferência bancária, cartão de crédito, Paypal e até bitcoin. O preço dos planos contratados pelas empresas pode variar de acordo com o volume de contratações; o custo para os contratantes começa a partir de US$ 49.