Uma das vantagens competitivas do iFood é o volume de restaurantes e entregadores cadastrados na plataforma. Para todos os elementos conectados na cadeia criada pelo aplicativo de entregas, a agilidade é essencial. Uma das formas de garantir a segurança do serviço de delivery está na validação das contas de restaurantes e entregadores — quanto mais ágil é esse processo, menores são as perdas da plataforma.
Curiosamente, uma startup que nasceu durante um almoço entre amigos em um restaurante criou uma solução que entrega para o iFood a solução do problema de verificação desses dados. A fintech Transfeera realiza micro-depósitos na conta dos colaboradores cadastrados para garantir que todos os dados estão corretos e, assim, corrigir possíveis erros de preenchimento.
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Assim, a companhia de entregas pode inserir restaurantes e colaboradores de forma mais rápida e também colabora com a imagem da empresa em relação à agilidade no pagamento desses colaboradores.
Inteligência em serviços financeiros
Fundada em 2017, pelos amigos Guilherme Verdasca, Fernando Nunes e Rafael Negherbon, a fintech tem a missão de simplificar transações financeiras e oferecer economia às empresas que realizam pagamentos por meio de transferências bancárias — e hoje evoluiu sua oferta de serviços financeiros.
“A ideia surgiu durante uma conversa de almoço. Eu precisava fazer uma transferência bancária de baixo valor, mas não queria pagar a tarifa de TED porque a considerava alta. O protótipo era uma solução para transferências entre pessoas físicas, que reduziria o custo e simplificaria o processo. Entretanto, depois de participar do programa de aceleração, entendemos que existia uma carência de serviços financeiros voltados às empresas”, conta o CEO da Transfeera, Guilherme Verdasca.
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Atualmente, a Transfeera oferece duas soluções: uma plataforma de gestão de pagamentos e recebidos (ContaTransfeera) e um serviçoç para validação de contas e cadastros que previne transações equivocadas (ContaCerta). Essa última atende clientes como B2W, Enjoei, Shopee, além do próprio iFood.

Com cerca de 360 clientes corporativos, a startup já realizou mais de 6 milhões de pagamentos e validou mais de 21 milhões de contas bancárias. Dentro desse tipo de transação, a companhia investe em inteligência de dados para travar cerca de 95% das fraudes possíveis.
Entregamos processamento e infraestrutura de pagamentos, mas um dos grandes diferenciais da Transfeera é nosso serviço de inteligência
Guilherme Verdasca, CEO da Transfeera
De acordo com Verdasca, o próximo passo da companhia é ampliar sua solução com base no chamado open banking — que envolve a integração do ecossistema e compartilhamento de dados bancários. A startup faz parte dos grupos de trabalho do Banco Central para o aprimoramento da segurança e desenvolvimento de novos produtos relacionados ao sistema de transferências instantâneas PIX.
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Além de serviços de inteligência e processamento de dados, a startup também busca entregar valor para marketplaces e outras fintechs. “O próximo passo é usar toda a estrutura do PIX e sua agenda evolutiva e também a estrutura de open banking para entregar as ferramentas mais interessantes dessa estrutura para os nossos clientes melhorarem suas operações de pagamento”, conta Verdasca.
Recentemente, a startup participou das últimas duas edições do programa Scale-Up da Endeavor e, em 2020, recebeu aporte de R$3 milhões, liderado pelo Goodz Capital e com a participação de Bossa Nova Investimentos, Honey Island e Curitiba Angels.
“No ano passado mais do que dobramos de tamanho. Recebemos um aporte expressivo, investimos em tecnologia e na experiência da plataforma. Temos a expectativa de fechar [uma nova rodada de captação] no primeiro trimestre para poder pisar muito no acelerador em 2022”, conta o CEO da Transfeera.