Os co-fundadores da Conta Simples: Fundadores - Rodrigo Tognini, Ricardo Gottschalk e Fernando Santos. Foto: Divulgação/ Conta Simples
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Deu match? Fundador do Tinder lidera aporte na Conta Simples

Fundo JAM, de Justin Mateen, liderou rodada de US$ 21,5 milhões na fintech brasileira. Valor Capital, Base10 Partners, Y Combinator, Quartz e Big Bets também participaram do investimento

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A fintech Conta Simples está fazendo o dinheiro do capital de risco girar. Depois de fazer seu primeiro investimento em uma startup, a mediatech Startups, a empresa anunciou nesta quinta-feira (16) a captação de US$ 21,5 milhões (R$ 121,4 milhões) do fundo JAM, do fundador do Tinder, Justin Mateen, que já investiu em uma das empresas que inspirou a Conta Simples, a americana Brex. Valor Capital, Base10 Partners, Y Combinator, Quartz e Big Bets também participaram da rodada.

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A nova rodada vem seis meses depois que a fintech recebeu R$ 28 milhões da aceleradora americana Y Combinator. A tese de que a fintech é “o Nubank das pequenas empresas” pegou no mercado. Antes mesmo de procurar investimento, a Conta Simples recebeu quatro propostas de investidores em duas semanas. “O mais difícil da rodada foi fazer o trabalho de acomodar todo mundo, um reduziu a participação aqui, o outro ali, no fim deu tudo certo”, contou o CEO e cofundador da fintech, Rodrigo Tognini

Nos últimos meses, diversas fintechs latino-americanas com pouco tempo de operação anunciaram grandes rodadas ou mesmo rodadas consecutivas, muito próximas umas das outras. “Estávamos discutindo que vamos receber pressão de investidor para ir nessa linha. Do tipo, tem cliente com menos tração que vocês levantando muito mais em avaliação maior”, ponderou Tognini

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A rodada será aplicada em produto e crescimento da equipe, triplicando o número de funcionários para 450. Tognini explica que a empresa quer lançar uma funcionalidade de gestão de gastos aliada aos produtos financeiros. 

Outra parte da rodada será usada em marketing para atrair clientes. “Calibramos um pouco mais para ter conversões maiores de clientes com assertividade, clientes que vão deixar mais receita na mesa”, pontua. A aquisição de empresas, bem como o investimento em outras startups, também não está fora de cogitação, segundo o CEO, embora não seja o principal foco do momento. 

Foco nos cartões corporativos no Brasil 

A Conta Simples tem uma plataforma que oferece cartões corporativos e conta corrente a pequenas e médias empresas. A fintech disse ter triplicado sua receita mensal, em comparação com dezembro de 2020, mas não revelou para quanto exatamente.

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“A nossa missão é destravar o máximo do potencial das empresas por meio de sistemas financeiros inteligentes. Não queremos dar apenas um produto sem custo, a gente tem que trazer produtos que trazem eficiência para eles, em relação à folha de pagamento, contador, sistema de contas a pagar e de reembolso”.

A startup é remunerada pela taxa de intercâmbio (a tarifa de transações) já que a plataforma é gratuita.  A Conta Simples quer terminar 2022 movimentando R$ 4,5 bilhões, o que, segundo Tognini, reforça a ideia de cliente que traz receita, que não abre uma conta “só por abrir”.

A startup ainda está no processo para obter uma licença de Sociedade de Crédito Direto com o Banco Central. Com a nova licença, poderá oferecer novos produtos de crédito – emitindo cartões de crédito – complementando os serviços de pagamento já oferecidos e dependendo menos de parceiros. 

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Hoje, a fintech tem 37 mil clientes e pretende chegar a 200 mil no final de 2022, apenas no Brasil. “Quando se trata de banking, há uma barreira do regulatório. Então a gente resolveu focar no Brasil porque cada país tem um regulador e isso faz com que a gente acabe perdendo o foco. Com o tamanho do Brasil, o mercado ainda é muito grande para a gente não focar 100% nele”, diz Tognini. 

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