De um olho em uma nova rodada de investimentos ainda em 2021 e nas preparações para um IPO mais adiante, o EBANX, fintech global de pagamentos que também é dona do LABS, anunciou mudanças no topo da liderança nesta sexta-feira. A contratação de um novo C-level e também uma troca de funções entre os co-fundadores são parte de um plano ambicioso de crescimento, com foco em tecnologia e operações. Fundado em 2012, o EBANX olha agora para seus próximos dez anos.
A primeira grande mudança é a troca do CEO (ou Chief Executive Officer, na sigla em inglês). Alphonse Voigt, co-fundador que ocupava essa posição nos últimos nove anos, passa agora a responder como presidente-executivo, à frente do conselho administrativo da companhia e dos planos de abertura de capital. Ao mesmo tempo, o mais metódico dos co-fundadores e ex-COO (ou gerente executivo de operações) João Del Valle assume como CEO.
O sonho grande ficou ainda maior e a partir de agora assumo esta nova posição, ajudando a desenhar a próxima década do EBANX. E o João, nosso novo CEO, é um exemplo de dedicação, foco e orientação a resultados. Ele tem uma capacidade ímpar de manter a empresa crescendo exponencialmente enquanto projeta o nosso futuro.
Alphonse Voigt, presidente-executivo do EBANX.
Seguimos ainda mais fortes e estruturados para fincar o protagonismo da América Latina no mercado global, e o do EBANX no mundo dos pagamentos e da tecnologia.
João Del Valle, CEO do EBANX.
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Outro co-fundador, Wagner Ruiz, que respondia como CFO (gerente-executivo de finanças), deixa a função para abraçar de vez algo que já era de sua responsabilidade. Passa a ser o CRO (gerente-executivo de riscos) do EBANX, de olho em regulação e compliance. E para ajudar a colocar a empresas nos trilhos do IPO, um novo C entra em cena: Alexandre Dinkelmann, ex-BTG e ex-TOTVS, assume o papel de CFO.
A nova liderança tem a missão de consolidar a empresa como líder em pagamentos na América Latina. O EBANX processa pagamentos para marcas globais como Uber, Spotify, AliExpress e SHEIN, entre outras. Atualmente, o EBANX oferece mais de 100 opções de pagamento local na América Latina para comerciantes globais e já ajudou mais de 70 milhões de pessoas a acessar serviços e produtos globais.
Nas entrelinhas, isso significa que os planos da empresa vão muito além dos pagamentos internacionais. Del Valle adiantou ao LABS que novos anúncios nesse sentido serão feitos nos próximos meses.
Ainda em março, a fintech anunciou sua expansão para a América Central e mais o Paraguai. Até o fim deste primeiro semestre, o EBANX estará operando em 15 países da América Latina .
Em 2020, em razão da pandemia de COVID-19, os consumidores adotaram o e-commerce como nunca antes. E não só no Brasil. A América Latina vive hoje seu grande momento no comércio digital.
A região liderou o crescimento das vendas de varejo eletrônico no mundo no ano passado (36,7%), e foi a segunda em crescimento no número de compradores digitais (7,3%), de acordo com o Global Ecommerce Update 2021, um estudo da eMarketer.
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Além disso, o estudo anual do EBANX, Beyond Borders, divulgado em outubro do ano passado, mostra que a região deve ser o mercado de crescimento mais rápido do mundo para o comércio digital como um todo em 2021 (o que inclui não apenas as vendas no varejo, mas também produtos digitais e outros segmentos), possivelmente empatando com ou passando o Sudeste Asiático.
Del Valle não abre números absolutos de faturamento, mas disse que as transações na América Latina, sem contar as do Brasil, triplicaram em 2020 e que o número de compras processadas pelo EBANX em 2020 saltou 38%, para 145 milhões.