O Google for Startups do Brasil, programa de conectividade e empreendedorismo da big tech, divulgou nesta quinta-feira (19) um relatório sobre seus feitos nos cinco anos de presença no país: já são 265 startups brasileiras que passaram por programas de longa duração da rede.
Em 2016, o Brasil era lar de 5 mil startups. Hoje, já são 13 mil. E, se quando o Google for Startups instalou seu campus no país o Brasil não tinha nenhum unicórnio, hoje são mais de 15. Seis deles fazem parte da rede da aceleradora do Google: Creditas, Loft, Loggi, Nubank, QuintoAndar e Nuvemshop. “A quantidade de unicórnios no Brasil só é menor do que nos Estados Unidos e China”, disse Fábio Coelho, presidente do Google no Brasil.
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Dentre as startups que participaram dos programas do Google for Startups no Brasil, 86% têm presenças de mulheres, 58% têm presença de pessoas negras e 53% têm presença de pessoas da comunidade LGBTQIA+ em posições de liderança. Segundo o relatório, elaborado em parceria com o instituto de pesquisas Kantar, mais de R$ 35 bilhões em investimentos foram levantados por essas startups da rede, que geraram mais de 15 mil empregos. 27 startups que passaram pela aceleradora tiveram exits.
O relatório fala ainda de R$ 4,5 milhões em média em investimento nas startups do Google for Startups em 2020. Mas, vale ressaltar: os investimentos são desiguais. Algumas startups, principalmente os unicórnios, captam muito, e outras, nem tanto assim. “Esse é um ponto de melhoria, a disponibilidade de investimentos no Brasil. É nítida a concentração de alguns fundos com um maior volume de investimentos de capital de risco em algumas startups. A média é uma forma de olhar o dado, mas a concentração existe”, disse André Barrence, diretor do Google for Startups para América Latina.
“Hoje o volume de venture capital investido no Brasil representa 3% do volume total investido globalmente. Quando olhamos em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, os investimentos ficam em torno de 0,6%. Em mercados mais maduros como Israel e Estados Unidos, essa proporção é quase três vezes maior, então temos um grande potencial de crescimento”, complementa Barrence.
O Google for Startups normalmente não investe nessas empresas, contudo, no ano passado a aceleradora criou um fundo para investir em startups que tem pelo menos um fundador negro.
Segundo o Brazil Digital Report 2019, da McKinsey, 69% das startups no país faturam menos de R$ 50 mil por ano. Segundo o Google for Startups, metade das empresas que passaram pelos programas faturam mais do que isso e 14% delas faturam mais de R$ 1 milhão por mês.
As startups aceleradas pelo Google for Startups tiveram em média crescimento de receita de 17% em 2020 em comparação com 2019 e 82% delas ampliaram time no pandêmico ano passado. Em média, cada startup da rede contratou 15 novos funcionários.
Para startups da comunidade do Google for Startups, o volume de investimento de venture capital cresceu em média 108% ao ano. 95% das startups que já passaram pelos programas avaliam a iniciativa positivamente e os outros 5% são neutros, segundo o relatório.
87% das empresas dizem que a participação em algum programa do Google for Startups contribuiu para o aumento da credibilidade da startup no mercado e 83% dizem que a participação em algum programa contribuiu para a capacitação de fundadores como líderes de negócios. Enquanto isso, 75% dessas startups concordam que a participação em algum programa do Google for Startups contribuiu para que a startup chegasse ao nível de capacitação técnica que tem atualmente.
No relatório, o Google for Startups também elencou setores como agro, cibersegurança, finanças, saúde, recursos humanos, educação e law techs como principais setores de inovação no Brasil. “Acredito que as startups terão um papel protagonista na retomada da economia no Brasil, a transformação digital da sociedade vai continuar nos próximos anos”, disse Barrence.
Além de São Paulo, o Google for Startups tem campi espalhados em Madri, Seul, Tel Aviv, Tóquio e Varsóvia. O relatório completo pode ser acessado aqui.