A EmCasa, startup de compra e venda de imóveis, anunciou nesta quarta-feira (21) um aporte de US$ 21 milhões (R$110 milhões) da Globo Ventures, fundo que já investiu no Grupo Zap Viva Real, da Igah Ventures e de fundos já investidores como a monashees, MAYA Capital, Pear Ventures, NBV e ONEVC.
O montante será investido em tecnologia e expansão pelo Brasil e desenvolvimento de produtos financeiros. Hoje, a startup opera somente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Antes dessa captação, a empresa já havia recebido R$48 milhões.
Filho de corretora, o CEO da EmCasa, Gustavo Vaz, já conhecia o mercado imobiliário. Sabia que, no Brasil, o corretor de imóveis tinha que aprender a tirar fotos, analisar questões jurídicas, e que era o responsável pela “transação mais importante da vida das pessoas”, que, segundo ele, é a compra da propriedade.
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“Ficou muito claro que uma das principais dores do mercado era assessoria. O cliente não tinha a informação que ele precisava para tomar a melhor decisão de compra de imóvel e a melhor decisão para tomar crédito”, disse Vaz, em entrevista ao LABS.
Em 2018, Vaz se uniu a Lucas Cardozo e Gabriel Laet para criar uma plataforma com recomendações de compra e venda de propriedades e construiu um time de 80 corretores contratados. Ele conta que no primeiro ano a startup não vendeu, apenas trabalhou o sistema de gestão que usa inteligência artificial e metodologia para uma boa experiência ao cliente.
Pela plataforma da EmCasa é possível fazer um tour virtual 3D pelo imóvel e o processo de pagamento é integrado com os bancos. Cabe à EmCasa encontrar o financiamento mais econômico para o cliente.
Segundo Vaz, os corretores da EmCasa chegam a vender em média 10 vezes mais imóveis por ano do que os corretores tradicionais, em um tempo três vezes menor do que a média de 45 dias do mercado. “Você combina toda essa tecnologia proprietária com um time que vai seguir esses processos à risca e consegue entregar uma experiência muito melhor e mais eficiente para o cliente”, conta.
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Em 2020, a EmCasa dobrou o faturamento e a expectativa para esse ano é atingir R$50 milhões. Vaz conta que a startup não estava ativamente buscando capital, porque já tinha feito uma rodada no ano passado e outra no ano anterior, e parte do dinheiro ainda estava no caixa da empresa.
“Não é que a gente precisava desse investimento, porém quando a gente olha os resultados dos últimos 18 meses, vemos que criamos um modelo que funciona muito bem, o modelo de tecnologia com especialistas na casa. Acho que é um papel importante da startup estar sempre no radar de potenciais novos investidores e a gente recebeu algumas propostas”.
Hoje, 40% dos clientes da EmCasa chegam à empresa de forma orgânica, ou seja, por recomendações. Isso gera muita confiança no trabalho da startup, que, segundo Vaz, tem feito R$ 700 milhões em transações por ano, algo traduzido em torno de 2.500 clientes por ano.
A EmCasa já trabalha com parcerias com os bancos para conceder crédito imobiliário aos seus clientes, mas também pensa em ampliar o leque para oferecer consórcios e empréstimos com garantia.
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“A gente olha muito para o mercado, tem muita gente criando coisa nova e quando a gente faz essas comparações vemos que a EmCasa construiu um produto único. Hoje a gente entende exatamente como é uma compra ideal de um imóvel. Se acontece A, você tem que fazer B, se acontece C tem que fazer D, se tem tal complexidade jurídica, faz dessa outra forma. Mapeamos tudo isso e construímos essa tecnologia proprietária com o time interno”.