Marc Lahoud, CEO e co- fundador da QueroQuitar. Foto: Divulgação/QueroQuitar
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Fintech QueroQuitar capta R$15 milhões para escalar plataforma de negociação de dívidas

A startup opera um marketplace de negociações de dívidas e negociou R$ 620 milhões em acordos no último ano

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A startup de negociações de dívidas QueroQuitar anunciou nesta quarta-feira (22) que recebeu uma rodada de R$15 milhões liderada pela doValue, uma instituição financeira europeia. A fintech planeja usar o investimento em tecnologia, dados e marketing. 

A startup nasceu em 2015 como uma plataforma de auxílio para pessoas negativadas pagarem dívidas, de forma que o devedor pudesse ver as dívidas e selecionar as melhores opções para quitar os débitos em um processo de negociação digital. 

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Marc Lahoud fundou a fintech com Artur Zular e Alencastro Silva, que têm experiência em varejo, saúde e mercado financeiro. A empresa foi investida pela Wayra, aceleradora da Telefônica, e foi aprovada no primeiro programa de inovação do Bradesco, o Inovabra. Em  junho de 2016, a startup começou a operar no mercado de cobrança digital. 

Um ano depois, a startup conseguiu que os bancos e instituições retirassem contratos de exclusividade que tinham com assessorias de cobrança tradicional para que pudesse ofertar a negociação com os credores. “Hoje operamos no mar aberto aqui, ou seja, a QueroQuitar tem acesso a todas as dívidas do devedor dentro daquele credor”, explica Lahoud, em entrevista ao LABS.

“Como é que iríamos entrar para concorrer em uma carteira de recuperação de crédito que era exclusiva de um outro player? Então, foi um ano de trabalho de palco evangelizando o mercado para que as pessoas entendessem que aquilo seria possível. Só seria possível ter um canal amigável, voltado para o consumidor, se houvesse a mudança da cláusula de exclusividade, e isso deu certo”. 

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Hoje, funciona assim: empresas conectam suas carteiras de créditos a recuperar no marketplace da QueroQuitar, que, consegue acessar as dívidas dos devedores para verificar os débitos para negociação. “O devedor consegue achar a dívida e ver as ofertas que ele pode ter para liquidar aquele débito, selecionar o que cabe no bolso e pagar diretamente ao credor sem intervenção humana, sem ser cobrado ostensivamente por um cobrador”, disse. 

A startup já negociou dívidas de 57 milhões de devedores com 77 milhões de contrato sob gestão, já que cada pessoa costuma ter mais de uma dívida. 

Depois de atrair o devedor para a plataforma por meio de anúncios nas redes sociais, por exemplo, com o acordo fechado, a startup acompanha o pagamento de cada parcela e emite alertas para que o devedor não esqueça de fazer o pagamento. O serviço é gratuito para o devedor. A QueroQuitar é remunerada pelas empresas que intermedia a negociação de dívidas, como o Santander, BMG, e varejistas. 

No último ano, a startup fez 570 mil negociações, gerando mais de R$ 620 milhões em acordos. “O mercado brasileiro conta com 64 milhões de brasileiros negativados e 5,6 milhões de empresas na mesma situação. São volumes massivos que mostram uma dor social e a QueroQuitar tem esse papel não só de recuperar crédito para as empresas, mas de resgatar esse devedor para um status de um consumidor mais sustentável”. 

A startup tem 62 funcionários e com o aporte já dobrou a equipe. Para o ano que vem, a meta é manter o crescimento da empresa de 200% alcançado este ano. 

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