A fintech brasileira Vixtra, que nasceu em julho, anunciou nesta quarta-feira (27) que recebeu um aporte de R$ 35 milhões, liderado pelos sócios da empresa de comércio exterior Sertrading. A primeira rodada da startup também conta com a participação dos investidores Mauro Negrete (ex-CTO da Cetip e investidor do Mercado Bitcoin) e Gustavo Jobim (fundador da GPS Investimentos, ex-sócio da Goldman Sachs e membro do conselho da FGC).
A Vixtra pretende ser um meio de pagamento para o comércio exterior. A empresa surgiu da combinação das experiências de pagamentos B2B e comércio exterior dos co-fundadores Leonardo Baltieri, Caio Gelfi e Guilherme Rosenthal.
“Quando um importador [brasileiro] está trazendo um produto do exterior, ele tem que fazer o pagamento dessa importação de maneira antecipada. Ele paga o fornecedor internacional dele e vai receber esse produto cerca de 90 dias depois. Então, precisa de muito capital de giro para fazer importações no Brasil“, explica Baltieri. A Vixtra intermedia o pagamento dos importadores com fornecedores e faz o pagamento à vista em reais, o que protege o importador de variações cambiais. “Negociamos com bancos de câmbio de forma unificada e conseguimos taxas melhores”, afirma.
O foco da startup não são as grandes empresas, mas sim o chamado middle market, setor em que estão cerca de 39 mil empresas no Brasil. A Vixtra quer trabalhar com as empresas que importam até US$ 10 milhões.
“Ao longo da vida trabalhando com comércio exterior vi a falta de linhas de crédito para o setor, não só Brasil como América Latina [hispânica] também. Os bancos de grande porte têm preocupações em relação ao mercado emergente, que não tem a mesma saúde financeira que o mercado europeu e o mercado americano”, disse Rosenthal.
Além do financiamento da importação, a fintech verifica se o importador e fornecedor cumprem regras de compliance. A plataforma da Vixtra também consegue controlar o processo de importação, rastreando o produto.
A startup usa modelos algoritmos para definir a taxa de intermediação, levando em consideração o tempo de deslocamento da mercadoria, o risco de crédito do importador, o produto importado e o país de origem do exportador.
Em fase pré-operacional, a rodada Seed será aplicada em tecnologia para desenvolver a plataforma da startup e em recursos humanos, crescendo o número de funcionários de 30 para ao menos 70 pessoas neste ano.