André Sá e Marcelo Toledo, co-fundadores da Klivo. Foto: Divulgação/Klivo
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Focada em pacientes crônicos, healthtech Klivo capta R$ 45 milhões do Valor Capital Group

A startup, que hoje tem mais de 21 mil pacientes sob gestão, usará os recursos da Série A para crescimento e eventuais aquisições

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A healthtech Klivo anunciou, nesta terça-feira (23), que captou R$ 45 milhões em uma rodada Série A liderada pelo Valor Capital Group. Também participam outros investidores como Civilization Ventures, Tau Ventures e Reaction, além dos fundos brasileiros Canary e Norte Ventures e investidores anjo que participaram da rodada Seed da Klivo, de US$ 2,5 milhões, em 2020.  

André Sá (ex-sócio do BTG Pactual e da Stone) e Marcelo Toledo (ex-sócio do Nubank) fundaram a Klivo no segundo trimestre de 2019 com a intenção de solucionar problemas de custo da saúde para pacientes crônicos (com doenças recorrentes como diabetes, hipertensão, doenças respiratórias, por exemplo). 

Segundo Sá, nos Estados Unidos, um paciente crônico representa 70% do custo total de saúde do mercado. No Brasil, o custo é de 80%, diz o executivo. 

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“Esse paciente é contínuo. São doenças de longa duração e o sistema de saúde é todo desenhado para um evento agudo. Esse paciente que devia ser acompanhado de uma forma muito mais longitudinal acaba sendo acompanhado de forma esporádica”. 

A Klivo se propõe a tratar esses pacientes crônicos com aparelhos e dados para acompanhamento contínuo. A startup conta com uma equipe de 71 profissionais de saúde como médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos. 

Hoje, são mais de 21 mil pacientes na carteira da startup, que chegam por meio de empresas que oferecem a Klivo como um benefício corporativo, como a Ambev, ou planos de saúde clientes da healthtech, como a Unimed, Porto Seguro e a Prevent Senior e empresas farmacêuticas. 

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“Para diabéticos, usamos um glicosímetro, que é um equipamento que mede a glicemia do sangue. A gente recebe as informações online na nuvem e entendemos como é que está a condição de saúde do paciente”, explica Sá, em entrevista ao LABS.

Ele diz que a startup também ajuda o paciente na adesão medicamentosa, ou seja, na compra do medicamento, além de conteúdo educacional. A empresa conseguiu um aumento de adesão medicamentosa de 51% desses pacientes, com uma redução geral de custos de até 65%. 

Melhorando a qualidade de vida de pacientes com atendimento contínuo 

“Queremos entregar uma melhora de qualidade de vida, engajar o paciente com uma melhora de indicadores clínicos. Um paciente engajado melhora clinicamente e gasta menos no sistema de saúde”. 

Por meio de seu aplicativo, a Klivo consegue ver o dia da semana e o período do dia que o paciente está mais ativo para personalizar o atendimento. 

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“A pandemia trouxe essa essa questão da digitalização da jornada do paciente. Acho que a gente vai ter alguns Nubanks dentro do setor de saúde nos próximos dez anos”, diz Sá. Segundo o executivo, assim como a crise de 2018, da bolha imobiliária americana, criou oportunidades para entrantes no setor financeiro, a pandemia também “desorganizou” o mercado, dando oportunidade para novos players. 

Com o novo aporte, a startup pretende fazer aquisições, investir em escala e ampliar linhas de cuidado. O negócio, por si só, segundo Sá, tem uma margem bruta “atrativa” na transação de cada cliente, que é rentável. Contudo, a startup ainda consome caixa porque investe em produto, que inclui time clínico para desenvolvimento de protocolos e time de tecnologia. 

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O executivo lembra que o Brasil tem 52% da população adulta com pelo menos uma condição crônica, ou seja, cerca de 80 milhões de pessoas. Apenas 24% da população tem acesso ao setor privado de saúde no Brasil. “Somos pequenos comparado ao potencial que existe mas imaginamos triplicar de tamanho para o próximo ano”.

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