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Negócios

Proptechs desbancam fintechs e lideram investimentos na América Latina em maio

Relatório da Sling Hub mostra que as startups voltadas para o mercado imobiliário abocanharam US$ 369 milhões dos US$ 1.26 bilhão injetados; América Latina ganhou três novos unicórnios

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Depois de um abril de investimentos em queda, com o volume de capital tendo ficado abaixo de US$ 1 bilhão e 12% abaixo do registrado em março, as startups da América Latina ensaiaram uma recuperação em maio e a injeção de capital voltou a superar a marca do bilhão. Ao todo, foram captados US$ 1,26 bilhão em 84 rodadas, resultado 53% melhor do que o de abril e 9% maior do que o de maio do ano passado. 

Os dados foram compilados pela Sling Hub, plataforma de inteligência de dados de startups da América Latina. Segundo o relatório, a maioria das rodadas de maio foram pré-sede e Seed (26) e Série A (10), e a média dos cheques ficou em US$ 15 milhões. A recuperação em maio foi impulsionada pelos setores de proptechs e fintechs, que, juntas, levaram US$ 725 milhões do montante investido na região no mês. 

As fintechs, aliás, cederam o posto de líderes em volume captado, algo que não acontecia desde setembro passado. Dessa vez, foram as proptechs que mais arrecadaram fundos, um total de US$ 369 milhões em doze rodadas. Esse é o melhor resultado do setor desde que a brasileira Loft levantou uma Série D de US$ 425 milhões em março de 2021. 

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Dessa vez, no topo da lista está uma proptech colombiana, a Habi, que captou US$ 200 milhões em Série C liderada por Homebrew e SoftBank Latin America Fund. Com isso, a startup fundada por Brynne McNulty Rojas e Sebastian Noguera se tornou também a primeira proptech unicórnio da América Latina fora do Brasil, se unindo às brasileiras Loft e QuintoAndar

A prata ficou com a argentina Belong e sua Série C de US$ 80 milhões. Completam a lista de proptechs investidas em maio: Spot 2 (México), Philippo (Chile), Stattus4, Villa 11, Captei, Chavi e Yolo (Brasil). 

Apesar de ficar atrás em volume captado, o setor de fintechs ainda foi o que mais fechou rodadas em maio, foram 19, mas com cheques menores que totalizaram US$ 356 milhões. 

O top 10 maiores rodadas de investimento de maio ficou assim: 

Fonte: Sling Hub


Na distribuição por país, o Brasil segue concentrando a maior parte dos investimentos, com 43% do volume injetado: 60 startups brasileiras captaram US$ 547 milhões. Em seguida vem Colômbia, que em apenas 4 rodadas de investimento levantou US$ 245 milhões, representando 19% dos investimentos da região no mês de maio. Mais de 80% do montante colombiano veio da rodada unicórnio da Habi.

Source: Sling Hub

Três unicórnios novos no pedaço

Maio voltou a fazer novos unicórnios na América Latina, foram três, de três países e setores diferentes: 

🦄 Habi, proptech da Colômbia – plataforma de compra e venda de imóveis fundada em Bogotá, a Habi captou US$ 200 milhões com os fundos Homebrew e SoftBank Latin America Fund. Fundada em 2019, a Habi utiliza um algoritmo e banco de dados para precificação customizada dos imóveis. Com isso, afirma ser capaz de vender um imóvel em até 10 dias.

🦄 Dock, fintech do Brasil – a Dock é uma empresa de meios de pagamento e banking as a service. A fintech levantou US$ 110 milhões em rodada liderada por duas gestoras de private equity, Lightrock Silver Lake Waterman, e com participação de investidores existentes, Riverwood Capital (dona de parte relevante do capital da empresa), Viking Global Investors e Sunley House Capital. Com a captação, a Dock diz ter atingido um valor de mercado estimado em mais de US$ 1,5 bilhão.

🦄 Nowports, logtech do México – a logtech criou uma solução para digitalizar a experiência logística de importação e exportação de empresas latino-americanas. Em maio, captou US$ 150 milhões em Série C liderada pelo SoftBank Latin America Fund e acompanhada por Tiger Global, Monashees, Soma Capital, Broadhaven Ventures, Mouro Capital, Tencent, e Base10 Partners. Segundo a Nowports, com o novo investimento o valuation bateu a marca de US$ 1,1 bilhão.