Vanessa D’Angelo, Head de Marketing para a América Latina na LogMeIn. Foto: Divulgação
Negócios

LastPass vê demanda crescer com LGPD no Brasil e alcança marca de 25 milhões de usuários

Em conversa com o LABS, Vanessa D'Angelo, Head de Marketing para a América Latina na LogMeIn, relatou um salto na busca pela solução devido ao trabalho remoto: LastPass cobre 70.000 empresas

Read in english

A LogMeIn anunciou que o LastPass, empresa da qual é dona e que opera com gerenciamento de senhas e identidade, atingiu 25,6 milhões de usuários pelo mundo. Com 12 anos, o LastPass foi fundado para criar e gerenciar senhas. Pouco mais de uma década depois, a plataforma auxilia milhões de usuários e as 70,000 empresas que usam a ferramenta globalmente a melhorar sua segurança cibernética e proteger seus ativos digitais. 

Em conversa com o LABS, Vanessa D’Angelo, Head de Marketing para a América Latina na LogMeIn, relatou um salto na procura pela solução tanto por usuários quanto por empresas, por conta do trabalho remoto, ainda que a LogMeIn não forneça dados sobre o crescimento durante os sete meses de pandemia. “As empresas estão preocupadas em proteger seus times que estão remotos”, disse. 

LEIA TAMBÉM: O foguete dos games: Ubisoft viu faturamento crescer 70% na América Latina com a pandemia

Embora a LogMeIn não divida números de usuários por região, a América do Norte concentra a maior parte de empresas e pessoas que utilizam a solução. “Em todos os continentes o número de usuários é dividido de forma semelhante, mas obviamente a América do Norte acaba se destacando muito mais”. Entre os clientes globais divulgados pela LogMeIn estão a Universidade de Harvard, o Pinterest, a Udacity, o Tinder, a Universidade de Princeton e a Salesforce.

Foto: Shutterstock

No Brasil a LogMeIn viu um aumento na procura pelo LastPass por conta da Lei Geral de Proteção dos Dados (LGPD), sancionada no dia 18 de setembro. Originalmente aprovada pelos parlamentares brasileiros em 2018, a lei estabelece que empresas especifiquem ao usuário como serão usados os dados coletados e por quanto tempo manterão posse deles, além de obrigar as empresas a destruírem os dados depois que sua finalidade for atingida, se isso for solicitado pelo usuário. “Essa demanda já vem nos últimos meses, porque [a lei] demanda a preservação das informações. O LastPass tem sido uma ferramenta de apoio para a LGPD”, contou D’Angelo.

LEIA TAMBÉM: Lei Geral de Proteção de Dados entra em vigor no Brasil após sanção de Jair Bolsonaro 

As empresas que operam no Brasil têm procurado a plataforma para ter uma conformidade a mais, segundo D’Angelo. O LastPass não é uma ferramenta essencial para a adequação das empresas à norma, mas, de acordo com D’Angelo, a plataforma é um “apêndice à LGPD”. Ao fazer as alterações para compliance da lei, as tech também passaram a procurar cofre de senhas e opções de armazenamento de informações sensíveis, que é a área de atuação do LastPass: o armazenamento da identidade do usuário. “Não é algo do tipo ‘tenho o LastPass estou protegido pela LGPD’, não é isso. Mas é uma situação em que você tem a proteção dos dados no time da sua empresa. Você sabe que aquilo não é acessado. Você sabe que aquilo está preservado. É nesse sentido de ter uma dor de cabeça a menos”.

Quando o usuário entra em um site e preenche dados com número do cartão, telefone e etc, o LastPass pode armazenar tudo isso, se o usuário permitir. Ele só coloca suas informações naquele momento. É uma solução a mais para as empresas ficarem mais tranquilas, principalmente em relação ao time da própria empresa, ao saber como as informações estão sendo armazenadas e cuidadas.

Vanessa D’Angelo, Head de Marketing para a América Latina na LogMeIn

Dos escritórios da LogMeIn no Brasil e no México o LastPass atende toda a América Latina. “Os dois países são muito importantes. O Brasil acaba trazendo um pouco mais, pela expansão territorial e pelo tempo de atuação da LogMeIn no País. O México vem crescendo exponencialmente também”, disse. Os planos de expansão, segundo D’Angelo, serão discutidos. Isso porque, com a pandemia, foi visto que não é necessário um escritório físico para atuar em outros países. 

Preservando a segurança das empresas durante a transição para o home office

O LastPass garantiu a proteção de seus clientes durante a transição para o trabalho remoto. A ferramenta ajuda funcionários a não dependerem de senhas e os alerta quando informações pessoais estão em risco. “O legal desse amostral de 25 milhões de usuários é que permite que a gente faça pesquisa anuais com o público que utiliza a ferramenta para estudos de comportamento do usuário. O que importa para a gente não é só o número de 25 milhões, mas é como que esses 25 milhões estão se comportando. E isso faz com que a gente vá fazendo atualizações no produto para atender melhor”, disse D’Angelo. 

Pesquisas da LogMeIn apontam que 80% dos ataques de hackers acontecem por senhas fracas e repetitivas. D’Angelo aponta que a fragilidade da segurança da informação nas empresas não é algo corporativo, mas sim um problema do usuário pessoa física. Isso porque o usuário costumeiramente mantém o mesmo padrão de senha da vida pessoal para a vida corporativa. Assim, os hackers conseguem identificar padrões repetitivos, verificar onde o usuário trabalha e por meio de uma falha individual causar um problema na empresa. 

“Sabemos que geralmente no ambiente corporativo as pessoas têm 50 senhas em média para memorizar, o que é humanamente impossível”, relata. Quando se fala em agências de publicidade e marketing digital, esse número de senhas praticamente dobra, porque essas empresas têm de memorizar senhas das redes sociais dos clientes. “Além de que são times que se revezam em diferentes horários. E como essas senhas são compartilhadas? Se não for o post-it colado no monitor, vai ser uma planilha no Excel, que pode até ter senha, mas é facilmente quebrada por um hacker”, afirma. 

Vanessa D’Angelo, Head de Marketing para a América Latina na LogMeIn. Foto: Divulgação

LEIA TAMBÉM: Trabalho remoto estabelece novas configurações nas casas brasileiras

Ainda que a área de TI da empresa estabeleça que o funcionário utilize um padrão de senha com números, letras, símbolos e caixa alta e obrigue a mudança a cada 40 dias, isso não significa que a senha será eficiente. É possível que o funcionário mude a senha e só acrescente os números sequenciais: 1,2,3 no final, conforme explica a Head de Marketing. “Somos humanos. Vamos pelo mais fácil. Como colocar essa responsabilidade no usuário?”. 

Para proteger a identidade do usuário na nuvem, a LogMeIn expandiu o LastPass para além do gerenciamento de senhas em 2019 com o lançamento do LastPass Identity, uma solução que combina o gerenciamento de  senhas e a funcionalidade SSO (Single Sign-On) com autenticação adaptativa multifatorial (MFA). Por meio desta última versão, o LastPass utiliza reconhecimento facial. “Nosso objetivo é acabar com as senhas para acabar com os problemas e trazer segurança”, ressalta D’Angelo.

Keywords