A digitalização – de negócios, serviços, produtos até então com pouca tecnologia agregada – foi a palavra de ordem que impulsionou os investimentos de capital privado em empresas da América Latina em 2021, de acordo com dados consolidados divulgados pela LAVCA (Associação para o Investimento em Capital Privado na América Latina), levando os investimentos de capital privado para um novo recorde de US$ 29,4 bilhões.
Desse volume, a injeção de capital de risco atingiu US$ 15,7 bilhões, mais do que a América Latina levantou na década anterior inteira. O capital de risco como parte do investimento total de capital privado na região saltou de 25% em 2020 para 54% no ano passado, o que só confirma 2021 como um ano sem precedentes quando o assunto é investimentos.

O relatório mostrou ainda que dezesseis startups ultrapassaram o valuation de US$ 1 bilhão no ano passado:
- Facily
- Olist
- Merama
- Mercado Bitcoin
- CargoX
- CloudWalk
- unico
- MadeiraMadeira
- Clara
- Konfío
- Clip
- Bitso
- Ualá
- Nuvemshop
- Mural
- NotCo
O valor médio das rodadas de venture capital cresceu significativamente em todos os estágios de investimento, impulsionados pelo interesse dos investidores globais e locais na região, pelo aumento do capital disponível e pelo volume de exits. As rodadas Seed ficaram em média em US$ 1,5 milhão; as rodadas para startups early-stage ficaram em média em US$ 17,2 milhões e o valor médio dos cheques para startups late-stage ficou em US$ 133,5 milhões.
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A América Latina também viu crescer o número de mega-rodadas de venture capital, acima de US$ 250 milhões: foram 12 no total (em 2020 foi apenas uma, a do Rappi, de US$ 300 milhões):
- Nubank – US$ 750 milhões
- Kavak – US$ 700 milhões
- Rappi – US$ 500 milhões
- Nuvemshop – US$ 500 milhões
- Kavak – US$ 485 milhões
- Loft – US$ 425 milhões
- Nubank – US$ 400 milhões
- Ualá – 350 milhões
- QuintoAndar – 300 milhões
- Bitso – US$ 250 milhões
- Facily – US$ 250 milhões
- Clip – US$ 250 milhões
Outros dados interessantes divulgados pela LAVCA: startups lideradas por mulheres captaram 26% das rodadas de venture capital com valor acima de US$ 1 milhão em 2021, o dobro dos 13% alcançados em 2019.
Alguns destaques do relatório por país:
- México: o país experimentou uma mudança significativa no volume investido por estágio – em 2020, startups early-stage abocanharam 49% dos investimentos; em 2021, 64% das rodadas foram captadas por startups maduras (late-stage).
- Colômbia: foi aqui que aconteceu a maior Série B até aqui: a proptech Habi captou US$ 100 milhões.
- Chile: já o Chile ficou com o recorde histórico de maior rodada de venture debt com a rodada de US$ 200 milhões da fintech Xepelin.
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O que é tendência
Quando se olha para os setores que mais atraíram investimentos, nada de novo sob o Sol: as fintechs continuam liderando, tendo abocanhado 39% do volume investido, seguidas pelas plataformas e soluções para e-commerce, que levaram 25% dos investimentos.
No entanto, os investidores estão cada vez mais buscando por negócios que, dentro desses setores, desenvolvam serviços e produtos especializados, incluindo pagamentos, Bank as a Service, Buy Now Pay Later, agregadores de marca, modelos D2C (direto para o consumidor) e vitrines digitais para pequenas e médias empresas.