Grande parte dos consumidores online mexicanos pretende aumentar ou manter os gastos em sites internacionais durante e após a pandemia de COVID-19. Mais da metade dos entrevistados que compram de plataformas estrangeiras pelo menos uma vez a cada três meses planeja pelo menos manter a frequência durante a crise.
Essas informações foram reveladas por uma pesquisa exclusiva conduzida pelo EBANX, fintech brasileira e mantenedora do LABS, sobre a influência da COVID-19 nas compras online. No México, 1.660 pessoas participaram do estudo, respondendo a perguntas entre os dias 5 e 18 de maio.
O estudo A Influência da COVID-19 nas Compras Online Internacionais no México: Intenção de Compra e Preferências de Pagamento mostra que quase 80% dos mexicanos que gastam em média até MXN 100 por mês durante o surto disseram que manterão ou aumentarão seus gastos assim que a pandemia terminar. Entre aqueles com um tíquete médio mais alto, entre MXN 200, MXN 300 e MXN 400, as porcentagens são de 44%, 42,8% e 37,5%, respectivamente, de acordo com o estudo, que pode ser baixado aqui.

“A intenção de recuperação aparece com força entre os que hoje gastam menos. E mesmo entre tíquetes médios mais altos, ela também é muito forte. Dados como esses apontam que os consumidores mexicanos estão abertos e tendem a restaurar seus hábitos de consumo,” disse André Boaventura, sócio e CMO do EBANX. “A pandemia teve um grande impacto no comércio mundial e na economia de todos os países, então uma intenção de recuperação como essa é muito significativa”, acrescentou.
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A frequência de compras digitais em sites internacionais deve se manter estável, mas o tíquete médio em geral, incluindo todos os entrevistados, diminuiu ligeiramente devido à crise. Os mexicanos pretendem reduzir em 17% os ingressos médios para MXP 296,99 após o surto.

A pesquisa teve como objetivo acompanhar o comportamento atual dos consumidores, considerando medidas de distanciamento social e outros impactos da pandemia de COVID-19 no México, além de estabelecer uma perspectiva sobre como eles desejam consumir em sites internacionais nos dias após a pandemia; 1.660 pessoas de todo o país responderam à pesquisa.
Mesmo durante a pandemia, os consumidores estão buscando plataformas
O apetite dos consumidores mexicanos pode estar dando sinais de recuperação agora, durante a pandemia. Os dados da pesquisa mostram que mais da metade (53%) dos que costumavam comprar com frequência em plataformas internacionais de comércio eletrônico – pelo menos uma vez a cada três meses – disseram que manterão ou até aumentarão sua frequência de compras durante a pandemia. Isso é ainda mais significativo ao se levar em conta que os consumidores com essa frequência de compras representam quase 60% de todos os participantes da pesquisa.
Uma possível diminuição na frequência de compras durante o COVID-19 está intimamente ligada à renda familiar: 39,6% daqueles com alta renda disseram que sua frequência de compras diminuirá durante a pandemia, assim como 35,5% dos mexicanos da classe média alta. As porcentagens para a classe média baixa e pessoas com baixa renda são maiores: 48,2% e 47,6%, respectivamente.
“Embora os percentuais sejam altos, eles não ultrapassam 50%, o que é muito significativo considerando os impactos econômicos da COVID-19,” destacou Boaventura. “Os sites internacionais de comércio eletrônico oferecem uma grande variedade de produtos de qualidade, de smartphones de última geração a lençóis. Mesmo em tempos difíceis e com altas taxas de câmbio, eles ainda oferecem preços competitivos, sendo uma boa opção para os mexicanos e outros consumidores latino-americanos, independentemente da sua renda familiar. Isto é reforçado pelos dados recolhidos em nossa pesquisa”, completou.
Métodos de pagamento local são essenciais no comércio eletrônico do México
Entre os 53% de compradores frequentes que manterão ou aumentarão suas compras durante a pandemia, 8 em 10 preferem pagar com cartão de débito ou OXXO – um voucher que permite pagamentos offline, com dinheiro, em lojas de conveniência.
Quase todos os participantes da pesquisa (98,3%) disseram que não mudarão seu método de pagamento usual para compras online em sites internacionais durante a pandemia do COVID-19. A maioria (quase 82%) de todos os usuários de OXXO declarou que ainda o usaria para compras internacionais, mesmo em um cenário de horário de trabalho comprometido nas lojas de conveniência OXXO. E entre os que não continuaram a usá-lo, a alternativa foi desistir da compra por 42,4%.
“Os métodos locais de pagamento, como cartões de débito e OXXO, desempenham um papel importante na compra online no México, independentemente da faixa de renda familiar. Era assim antes da pandemia do COVID-19 e continua sendo assim agora. Facilitar as compras internacionais para consumidores mexicanos significa oferecer essas opções”, avalia Boaventura.
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As compras planejadas estão sendo mantidas basicamente para os mesmos tipos de produtos, com exceção de uma queda de 13,5% observada no segmento de Vestuário e Beleza. No entanto, essa categoria ainda figura como as principais compras planejadas, junto com Eletrônicos/Telefones e Decoração/Eletrodomésticos.

Semelhanças entre a recuperação dos mercados do México e do Brasil
No final de maio de 2020, o EBANX lançou uma edição do estudo para o Brasil. E os resultados mostram resultados semelhantes entre as duas maiores economias latino-americanas. Assim como entre os consumidores online mexicanos, existe a intenção de recuperar gradualmente as compras entre os brasileiros.
Durante a pandemia, mais da metade (52,3%) dos brasileiros que gastaram até R$ 60 em comércio eletrônico internacional antes da COVID-19 preveem que manterão ou aumentarão os gastos enquanto durar a crise. Isso também é verdade em termos de frequência: 53% dos que compraram com frequência em sites internacionais antes da pandemia (pelo menos uma vez a cada três meses) declararam que a manteriam ou aumentariam durante a pandemia.
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“A intenção de recuperação do apetite do consumidor é mostrada nos dois mercados. Isso é muito significativo em termos de recuperação da própria região latino-americana e também é importante para o comércio global, considerando que a América Latina é o mercado-alvo da expansão internacional de muitas empresas digitais globais”, afirmou Boaventura.
O relatório completo pode ser baixado aqui.