A plataforma de e-commerce Nuvemshop (ou Tiendanube, como é chamada nos demais países da América Latina) anunciou nesta terça-feira (17) que recebeu uma rodada Série E de US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões) co-liderada pelos fundos Insight Partners e Tiger Global Management. Os fundos Alkeon e Owl Rock também participaram do aporte, ao lado de Sunley House Capital e VMG Partners, bem como dos investidores anteriores Accel, Kaszek, Qualcomm Ventures LLC, ThornTree Capital e investor Kevin Efrusy. Com o novo aporte, a Nuvemshop foi avaliada em US$ 3,1 bilhões (R$ 16 bilhões), o que faz da startup o mais novo unicórnio da América Latina e um dos mais valiosos da região.
Com os recursos levantados nesta e nas últimas rodadas, a Nuvemshop quer ampliar o leque de soluções financeiras e de logística que oferece a mais de 90 mil lojas online – eram 30 mil no início de 2020, ou seja, antes da pandemia de COVID-19.
Isso também quer dizer ampliar o número de parceiros, hoje em cerca de 1 mil, e triplicar o volume de aplicativos conectados à Nuvemshop nos próximos 18 meses (hoje em pouco mais de 150). Diferente de gigantes como Amazon e Mercado Livre, que montaram estruturas próprias de logística e de finanças e têm cada vez mais investido em conteúdo e serviços próprios, a Nuvemshop usa, desde 2020, uma estrutura que permite que os lojistas escolham seus próprios parceiros de entrega e pagamentos. Hoje, são mais de 1 mil parceiros conectados à Nuvemshop na América Latina.
“Quando a gente começou a Nuvemshop em 2011, a penetração de comércio eletrônico estava próxima de 0,5%. Hoje estamos falando de mais ou menos 10% de penetração de comércio eletrônico no Brasil, mas a gente acredita que essa penetração deve crescer até 50-60% na próxima década. Ou seja, o e-commerce vai ser mais relevante do que o varejo tradicional que a gente conhece”, disse ao LABS um dos fundadores e CEO da Nuvemshop, Santiago Sosa.
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“Acreditamos que uma grande parte disso deve vir das PMEs (pequenas e médias empresas) e, para isso, basicamente precisa se construir infraestrutura. Quando a gente pensa o que faremos com o aporte, basicamente é construir infraestrutura em sentido muito amplo, desde inovação no produto que já existe, novas soluções, trabalhar com parceiros, soluções financeiras, logísticas, que apoiam o pequeno lojista nesse crescimento. Conceitualmente, essa vai ser a utilização do dinheiro”, complementou o executivo.
Segundo ele, a Nuvemshop espera que seus clientes alcancem R$ 7 bilhões em vendas (GMV) na América Latina, o dobro do registrado em 2020, quando esse volume cresceu 280% sobre 2019. “E essa número deve crescer entre 10 e 15 vezes nos próximos anos”, salientou Sosa. Um IPO, possivelmente nos Estados Unidos, também está no horizonte da empresa.
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A Nuvemshop também usará o novo aporte também para acelerar sua expansão na América Latina, chegando à Colômbia ainda este ano e ao Chile e ao Peru em 2022. A Nuvemshop quer criar uma operação 100% local em cada país, contratando talentos também locais – só em 2021, devem ser mais de 300 novos contratados.
Atualmente, a empresa tem mais de 600 colaboradores no Brasil, México e Argentina (país onde foi fundada, em 2011, por Santiago Sosa, Alejandro Vázquez, Martin Palombo e Alejandro Alfonso). Até 2022, o quadro de funcionários deve ultrapassar 1,5 mil pessoas.