A empreendedora colombiana Daniela Izquierdo sempre foi apaixonada por comida e pela indústria de restaurantes. Ela começou a cozinhar logo depois do ensino médio, mas seguiu um caminho diferente da cozinha logo após. Graduou-se em engenharia industrial pela Universidade de Los Andes, em 2015, e, pensando que cozinhar era só um hobby, foi trabalhar em uma empresa de investimentos e na consultoria McKinsey antes de fazer MBA em Harvard.
“Fui sortuda o suficiente para assistir a única aula sobre indústria de resultantes em Harvard e foi nessa aula que comecei a pensar sobre como desenvolver um modelo de negócio que poderia tirar proveito do crescente mercado de delivery e do fato que os restaurantes estão migrando para o virtual. Eu poderia eliminar coisas que eu não gostava nos restaurantes, como o fato de correrem muitos riscos [porque apostam em uma única marca e cardápio] e eles não usavam tecnologia”, a CEO disse ao LABS.
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Foi nessa aula que ela conheceu Juan Guillermo Azuero, que acabou virando seu sócio na Foodology, uma plataforma que desenvolve e opera cozinhas virtuais, criada para o delivery na América Latina. Os dois fundaram a empresa em junho de 2019.
Em abril do ano passado, eles ganharam um prêmio de US$ 75 mil da Harvard Business School para novos empreendimentos. “Foi ótimo porque basicamente nos deu a validação do nosso modelo de negócio e atraiu interesse de investidores”, disse a executiva. Na metade de 2020, a Foodology captou US$ 4 milhões em uma rodada Seed.
O dinheiro ajudou a empresa a escalar. Recentemente, a startup atingiu 1 milhão de pedidos preparados em suas operações na Colômbia e no México (mercado onde a plataforma estreou quatro meses atrás).
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Desde sua criação, a Foodology abriu mais de 25 cloud kitchens, o equivalente a 125 marcas de restaurantes, em oito cidades da América Latina.
“O México é um mercado grande e interessante. É fragmentado em termos de números de restaurantes e a maioria deles são informais”, disse Izquierdo. A startup tem crescimento mensalmente cerca de 80% no país. No próximo mês, a Foodology colocará o pé em Lima, no Peru, e mira o Brasil para 2022.
Izquierdo explica que o crescimento rápido está relacionado ao modelo de negócio da plataforma. As marcas da Foodology estão disponíveis pelos aplicativos de entrega; elas são operadas de “dark kitchens”, que não tem serviços presenciais, e, portanto, tem custos e capacidade de produção otimizados. Segundo Izquierdo, a Foodology pode lançar uma nova marca de restaurante em menos de duas semanas, dividindo a mesma cozinha de outras marcas.
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A plataforma está de olho em uma Série A e pretende construir um time de pelo menos 20 pessoas no Brasil no ano que vem. Hoje, contando Colômbia e México, a Foodology tem 350 funcionários.
A startup se inspira na RebelFoods, da Índia, que agora vale US$2 bilhões. Jaydeep Barman, o CEO da RebelFoods, também é um dos mentores e conselheiros da Foodology.
Para guiar o crescimento, a foodtech coleta dados das preferências do usuário para entregar melhores experiências ao cliente.
“Criamos tecnologia que permite que a gente identifique processos do mercado para tornar uma cozinha eficiente. Criamos as marcas e as operamos das cozinhas, tendo certeza que os consumidores vão receber uma ótima experiência em suas casas”, disse Izquierdo. Sob o guarda-chuva das marcas da Foodology, há pizza, salada, café da manhã, entre outros cardápios.
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“O mercado de foodtech na América Latina é muito grande e os consumidores estão procurando diversificação nas comidas. Chegamos aqui por expandir geograficamente e crescer o número de marcas dentro das nossas cozinhas”.
Izquierdo acredita que a Foodology fechará o ano com cerca de 1,6 milhão de pedidos desde a criação da startup, e cerca de 180 mil pedidos por mês (hoje a empresa entrega cerca de 100 mil pedidos por mês). Mas o objetivo é ainda maior: liderar o delivery, mercado de US$20 bilhões na América Latina.