A startup brasileira Olist anunciou nesta quinta-feira (19) que recebeu um aporte de R$310 milhões em uma rodada Série D liderada pelo SoftBank. O investimento teve participações do Valor Capital Group (que já era investidor do Olist), Península, VELT Partners, FJ Labs e o investidor Kevin Efrusy. Essa é a maior rodada que o Olist recebeu até hoje. No ano passado, o SoftBank já tinha investido R$ 190 milhões na empresa.
Ao LABS, Saulo Marti, CMO do Olist, disse que o recurso será aplicado no negócio principal da startup, que é oferecer soluções completas de e-commerce, aliado à fusões e aquisições estratégicas. Como a Clickspace, startup de soluções para marketplaces criada em 2017 que o Olist acaba de adquirir – o valor da transação não foi revelado. “A ClickSpace tinha muita sinergia com nossos próximos produtos e o time deles se juntou ao nosso”, disse.

Vamos aplicar [o recurso] em tecnologia, mais inteligência artificial e gerar cada vez mais resultado para os nossos clientes tanto por meio de melhorias contínuas no produto como de aquisições
Saulo Marti, CMO do Olist.
As próximas aquisições devem ser pautadas em inteligência de mercado, logística e serviços financeiros, baseadas na estratégia a longo prazo da startup. “Com certeza melhorar serviços logísticos é um grande pilar de sucesso para o Olist, vai fazer parte do nosso investimento, seja através de M&A (fusões e aquisições) ou investimentos em produto”.
Fundada em 2015, o Olist ajuda lojas físicas a entrarem também para o mundo das vendas online por meio de uma plataforma. A demanda pelo serviço disparou meses atrás, quando as lojas físicas começaram a fechar por conta das medidas de isolamento para conter o coronavírus.
No ano passado, o CEO do Olist, Tiago Dalvi, disse ao LABS que a expectativa da startup era fechar 2021 com 100 mil lojistas. Agora, a empresa já tem 90 mil e mais de 30% deles são internacionais. “A pandemia trouxe uma escala que a gente não estava acostumado e, ao mesmo tempo, uma metodologia de trabalho nova. E o mercado acelerou, foram cinco anos de e-commerce em cinco meses. Foi um tsunami que a gente conseguiu surfar”, disse Marti.
A nova rodada do SoftBank não mudou a liderança do conselho do Olist, segundo Marti. “Temos alguns parceiros novos, que são advisors do SoftBank. O time está mais robusto, mas a estrutura não mudou”, afirmou. A Série D não estava prevista para acontecer em menos de um ano, segundo Marti, mas o crescimento potencializado pela pandemia levou a empresa a “continuar pisando no acelerador”.

“Nossas rodadas são pautadas no nosso crescimento e nosso planejamento. Quando fazemos uma rodada não temos imediatamente) a pretensão de fazer outra. Tudo pode mudar de acordo com cenários de mercado, como, por exemplo, a própria pandemia. [As rodadas são] mais na linha de garantir que nossas estratégias tenham os recursos que elas precisam, e a gente está bem confiante que agora têm”.
Entre os planos do Olist está o lançamento de novos produtos e serviços, como o aplicativo Olist Shops, lançado neste ano e que permite que negócios criem vitrines online em menos de três minutos. “O nosso grande foco é o nosso core business (levar milhares de lojas físicas para o mundo online) mas acreditamos que há produtos e serviços novos para agregar a ele e deixá-lo cada vez mais robusto”.