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Eduardo Rossi, CEO, e Arthur Fontana, CTO da PayHop. Foto: Divulgação
Negócios

PayHop atrai Serasa Experian com solução de crédito com recebíveis como garantia para PMEs

Com apenas sete meses de operação, fintech garantiu uma rodada Seed de R$ 11,5 milhões para escalar solução Buy Now Pay Later para fornecedores e varejistas

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Soluções de crédito e BNPL (buy now, pay later), especialmente as voltadas para pequenas e médias empresas, são as novas “meninas dos olhos” do mercado brasileiro. De olho nesse buzz, a Experian Ventures, braço de venture capital da Serasa Experian, liderou uma rodada Seed de R$ 11,5 milhões na novata PayHop, fintech que permite que lojistas consigam crédito usando recebíveis de cartão como garantia. Também participaram do investimento a DOMO Invest e a Citrino Gestão

Operando há apenas sete meses, a PayHop é obra de Eduardo Rossi e Arthur Fontana, cofundadores e, respectivamente, CEO e CTO da fintech. A fintech se valeu de uma mudança recente empreendida pelo Banco Central nas regras para a operacionalização do registro e negociação de recebíveis de cartão. Pela nova regra, todas as operações realizadas com cartão são registradas em uma central unificada, que atesta a existência dos recebíveis, permitindo que o credor utilize esses pagamentos futuros como garantia para obtenção de crédito mais barato. 

“Toda mudança regulatória traz oportunidades. Nossa proposta de valor é, em vez de oferecer uma antecipação de recebíveis mais competitiva, trazer o mesmo insumo, que é o recebível do varejista, para a cadeia de produção. O core da PayHop é mitigar o risco de inadimplência na cadeia de produção utilizando o recebível do varejista como garantia de pagamento ao fornecedor”, disse Fontana em entrevista ao LABS.

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Assim, a PayHop desenvolveu uma plataforma para atender tanto PMEs quanto fornecedores, por meio da qual o varejista consegue utilizar seus recebíveis como garantia e assim acessar crédito junto aos fornecedores, reduzindo os custos com antecipação junto às maquininhas de cartão. Para alcançar esse varejista, a Payhop faz parcerias com fornecedores, que oferecem a solução da fintech como opção de pagamento para aqueles clientes que, por razões variadas, não conseguem liberação para fazer uma compra no prazo. 

“O varejista coloca seus recebíveis como garantia, mas quem vai nos ajudar a fazer o push comercial para o varejista aderir ao serviço é o fornecedor parceiro. Nosso go-to-market é o fornecedor, porque ele não consegue vender a prazo para todos os clientes. Então ele oferece a venda à vista, e o varejista teria que antecipar o recebível junto à maquininha. Nós propomos usar esse recebível como lastro. O varejista recebe um estímulo do fornecedor dele, de usar o recebível como garantia para fazer a compra em uma condição melhor. É um buy now, pay later para o varejista, e uma garantia de recebimento para o fornecedor”, explicou Rossi.

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O mercado explorado pela PayHop é gigantesco: de acordo com os fundadores, o mercado brasileiro de cartões movimentou mais de R$ 2,5 trilhões em 2021, sendo R$ 1,6 trilhão só de crédito. Ainda assim, há um número muito grande de fornecedores com dificuldades de vender a prazo e de varejistas que não têm acesso a crédito. 

“Um dos principais desafios ao crédito para varejistas é o de análise do risco de inadimplência, por conta da falta de histórico de crédito e de pagamento. No Brasil temos um baixo nível de acesso a crédito neste segmento. A solução da PayHop endereça precisamente essa dor, permitindo ao fornecedor vender mais a seus clientes varejistas e com menor risco de crédito nas vendas a prazo”, disse Fabrini Fontes, CIO da Serasa Experian. 

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Ainda novata no mercado, a PayHop está concentrando esforços em tracionar o produto e vai usar a rodada para crescer o time de tecnologia e produto e aceleração comercial. A preferência da fintech é por clientes de segmentos em que há maior recorrência de parcelamento e o ticket médio das transações feitas via plataforma é de R$ 3.000. A fintech não abre números da operação, como crescimento, faturamento ou volume transacionado nesses primeiros meses, mas afirma que trabalha para chegar ao fim do ano com uma base de mais de 200 fornecedores parceiros. 

De acordo com Fontana, a parceria com os investidores, especialmente com a Serasa, vai facilitar o acesso a dezenas de milhares de fornecedores com quem a instituição já tem um relacionamento sólido para a PayHop prospectar e oferecer seu produto. “Teremos a oportunidade de acessar um canal de distribuição de clientes totalmente em linha com o nosso core business, além de termos a expertise em mercado financeiro e de company building da Citrino e da DOMO”.

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