Baseada no conceito de community group buy – modelo de e-commerce de produtos de supermercado baseado em micro localizações, em que as compras são feitas por empreendedores parceiros pelas redes sociais – a Favo, startup de apenas um ano de idade baseada no Brasil e no Peru, já se tornou fonte de renda de mais de 3 mil pessoas e já realizou mais de 170 mil entregas, empoderado cidadãos comuns por meio da digitalização e ajudando-os a se tornarem empreendedores por meio da plataforma.
A proposta é simplificar a cadeia de suprimentos e promover uma mudança na forma como as famílias latino-americanas fazem compras de supermercado. Por meio da sua plataforma, a Favo conecta empreendedores-líderes das comunidades aos consumidores finais.
A tecnologia da Favo permite que qualquer pessoa se torne empreendedor: ao se cadastrar como vendedor, o parceiro tem acesso a uma loja virtual personalizada que oferece todo o catálogo de produtos da startup, hoje composto por mais de 2.000 itens de varejo com preços abaixo do mercado. Compete a cada parceiro divulgar a sua loja virtual e promover suas vendas junto à sua comunidade – a forma mais comum é por meio das redes sociais.
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Na prática, imagine um líder comunitário divulgando o link de sua loja virtual para sua vizinhança; essa comunidade adere à proposta e passa a fazer compras de supermercado via plataforma – sem um valor mínimo de pedido ou taxa de entrega; cada venda gera uma comissão para remunerar o líder comunitário. Os empreendedores recebem os produtos comprados de suas lojas em casa e a entrega para os clientes finais é organizada pelos próprios empreendedores.
“A Favo nasceu para transformar a compra de supermercado numa tarefa mais fácil, barata, humanizando a experiência. E só consegue fazer isso pela força das comunidades, da vizinhança, que se une para comprar e gerar renda para quem precisa. É uma possibilidade para qualquer pessoa, de qualquer classe, com qualquer formação, ter uma atividade e uma remuneração”, explica Marina Proença, cofundadora da Favo.
Nascida no Peru em 2019, a Favo desembarcou no Brasil em fevereiro de 2020, semanas antes de a pandemia de COVID-19 transformar profundamente a economia e as relações sociais e trabalhistas no país. O aumento do desemprego e a redução da renda média em milhares de lares brasileiros potencializou o mercado que a Favo quer alcançar: o de pessoas que não possuem condições de empreender por si mesmas, mas possuem uma boa rede de contatos e necessitam de uma fonte de renda.
Esse é o papel social da Favo, que está na essência da startup: empoderar comunidades criando oportunidades em um contexto cada vez mais escasso de trabalho.
ALEJANDRO PONCE, FUNDADOR DA FAVO.
Atualmente, a Favo opera nas cidades de São Paulo e Lima, capital do Peru, mas planeja expandir suas operações em 2021 para outras cidades, México e Colômbia, impulsionada pelo aporte de BRL 35 milhões que recebeu de fundos venture capital como Global Founders Capital e Elevar Equity.
A startup não revela seu faturamento, mas afirma que registrou um crescimento de 30% mês a mês e, com o investimento, projeta aumentar a receita em dez vezes.
Social commerce ultrapassa fronteiras da China e se torna cada vez mais popular
O social commerce, modelo de negócios praticado pela Favo, nasceu na China e busca fortalecer o comércio online a partir das redes de relacionamento de pessoas que vivem em uma mesma região (cidade, bairro, condomínio).
Pesquisa feita pelo eMarketer/Insider Intelligence mostra que as vendas realizadas nesse modelo de negócios na China podem chegar a $ 363 bilhões em 2021, um aumento de 35,5% em relação ao ano anterior. Vendas em plataformas de social commerce representarão 13% do total de vendas do comércio eletrônico no país.
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Na China, o rápido desenvolvimento de infraestrutura de telecomunicação e o consequente aumento do uso de smartphones introduziu milhões de pessoas de comunidades rurais no ecommerce. Essas comunidades foram essenciais para alavancar as operações da plataforma de social commerce chinesa Pinduoduo no site de ecommerce com maior crescimento de todos os tempos. De acordo com o levantamento do eMarketer, a plataforma atingiu $ 251,76 bilhões em receitas de comércio eletrônico em 2020, apenas cinco anos após seu início.
O modelo está se popularizando rapidamente em outros países. A estimativa é de que nos EUA o social commerce movimente $ 36 bilhões em 2021, o equivalente a 4,3% do comércio eletrônico americano.