Ademar Proença, COO da Hash. Foto: Divulgação/Hash
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Seis meses depois da Série B, Hash coloca mais US$ 40 milhões no bolso

QED Investors e Kaszek lideram a rodada série C na fintech de infraestrutura de pagamentos

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A Hash, fintech de infraestrutura de pagamentos, anunciou nesta quarta-feira (20) que recebeu um aporte de US$ 40 milhões (R$ 235 milhões) do QED Investors e da Kaszek, com participação da Endeavor Scale-Up Ventures

O fundo QED Investors já tinha liderado uma rodada de US$ 15 milhões na startup em abril deste ano. Ao LABS, o COO da fintech, Ademar Proença, disse que desde a Série B, a empresa “teve muita visibilidade” e dobrou o número de clientes corporativos – de oito para 16 –, além de aumentar o número de transações em seis vezes desde abril. 

“Com essas oportunidades surgem novas necessidades de contratação de time, investimento em infraestrutura e inovação. Surgiu a oportunidade de fecharmos essa rodada C para continuar acelerando esse crescimento e garantir que a gente não vai ter nenhuma desaceleração ao longo do processo, que a gente vai captar todas as oportunidades”, disse Proença.  

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Com o capital, a Hash pretende contratar funcionários para o time de tecnologia. Hoje, a startup tem 170 empregados e visa chegar a 190 até o final do ano. 

Santiago Fossatti, sócio da Kaszek, disse, em comunicado à imprensa, que “a Hash tem capacidade para ocupar um espaço importante na indústria de pagamentos e se tornar referência na América Latina”.  

Fundada em 2017, a Hash oferece infraestrutura bancária para outras empresas, ou seja, permite que empresas de outros ramos ofereçam serviços financeiros aos seus clientes, incluindo pagamentos via maquininhas e app, tudo acompanhado de perto por painéis de controle. 

No último ano, a fintech cresceu o volume de transações em maquininhas em 10 vezes e pretende atingir a marca de R$ 1,5 bilhão em volume total de pagamentos até o final de 2021. A startup também planeja disponibilizar contas digitais para as empresas clientes. 

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Entre os clientes da Hash, há desde empresas varejistas (como a Leo Madeiras), até empresas de bem-estar, farmacêuticas e bancos digitais. “Nosso objetivo é fechar esse ano com 20 clientes, ou seja, trazer mais quatro”, afirma Proença. 

Para o ano que vem, a meta é mais ambiciosa: a Hash quer chegar a 40 clientes até o final de 2022. E para conseguir isso, a empresa – que está entre as seis top fintechs brasileiras na lista da CB Insights 2021– aposta na customização do produto para cada cliente. 

“Entendemos a demanda do mercado de ter um apoio na hora de implementar a solução de meio de pagamento. Nossos clientes são muito especialistas no que fazem, mas não necessariamente entendem do mercado de pagamentos. Construímos um time para conseguir prestar todo esse apoio. O cliente consegue contar com nosso time de onboarding, o que diferencia das soluções genéricas que existem hoje”, conta Proença. 

É na diferenciação que a Hash pretende disputar o mercado de infraestrutura, que no Brasil já conta com a Zoop, do grupo Movile, e a novata argentina Pomelo, que recebeu um aporte de US$1 milhão da Sequoia em julho

Todo o custo da operação da Hash está incluído na taxa da transação da maquininha. Segundo Proença, a fintech procura trazer volume para conseguir ser competitiva no mercado. 

“Com volume a gente consegue ter a barganha de negociar taxas mais competitivas”, disse. As taxas variam de acordo com as operações dos clientes, de débito ou crédito, por exemplo. “Vamos descentralizar o mercado financeiro, que é altamente concentrado e com soluções genéricas. Se as empresas agregam pagamentos aos seus clientes, elas conseguem fazer mais negócios porque há mais visibilidade nos dados e na saúde financeira dos clientes”, lembrou o COO. 

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Proença disse ainda que a empresa percebeu um maior movimento dos clientes querendo trazer essa solução de maquininhas com o relaxamento das medidas de restrição da COVID-19. “Quando o mundo estava em uma pandemia mais restritiva, eles estavam mais preocupados em outras frentes, mas agora com o mundo voltando [ao normal], tem uma aceleração e interesse para participar desse mercado”.

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