Operando há um ano, a Inventa anunciou nesta quarta-feira (27) o terceiro aporte de sua história, três meses apenas após a Série A. Liderada pelo fundo norte-americano Greylock Partners, investidor de empresas como Airbnb e Facebook, e acompanhada por investidores anteriores como Greenoaks, a16z, monashees, Tiger Global, entre outros, a Série B de US$ 55 milhões chega para acelerar os planos da startup. Com os recursos, o marketplace que conecta pequenos lojistas a fornecedores quer acrescentar quatro novas categorias de produtos e estrear, ainda em 2022, em um segundo mercado latino-americano (México ou Colômbia).
“O novo investimento apenas atesta o potencial do nosso produto e a boa execução da empresa até aqui. Teve foco também, timing, de esses investidores olharem para gente e resolverem apostar [neste momento]. Mas continuamos falando pouco e trabalhando muito”, disse ao LABS o cofundador Marcos Salama, que, antes de criar a Inventa, ao lado de Fernando Carrasco (ex-BCG) e Laura Camargo (que trabalhou para fundos como General Atlantic e Pátria, além da Gympass), liderava a unidade de supermercados do Rappi.
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De janeiro para cá, a Inventa “dobrou de tamanho”, vendo sua base de lojistas subir de 20 mil para mais de 40 mil e sua rede de fornecedores saltar de 400 para mais de 800, principalmente nas regiões Sudeste e Sul do país.
O grande objetivo da Inventa continua sendo fechar 2022 com 100 mil clientes lojistas e mais de 4 mil fornecedores. Com cerca de 5 milhões de pequenos empreendedores no Brasil, essa meta, segundo Salama, apenas arranha a superfície do mercado endereçável da empresa.
Para acelerar seu crescimento, a Inventa pretende agregar quatro novas categorias de produto a sua plataforma nos próximos meses: acessórios, bijuterias, pets e papelaria. Atualmente, a Inventa já oferece produtos de beleza & bem-estar, casa & decoração e mercearia. “As novas categorias são categorias que nossos clientes e os amigos dos nossos clientes vêm buscando. É uma demanda que já existe”, salientou Salama.
O mix de produtos da Inventa, aliás, é feito considerando não só as demandas que os próprios lojistas trazem, com base na vontade de seus clientes, mas também olhando para concorrentes próximos, para fornecedores de produtos similares que talvez tenham preços mais baixos, e outros dados que, a medida que a plataforma cresce, vão ficando mais ficando cada vez mais robustos e ricos.
No total, a plataforma tem mais de 6 mil produtos em seu catálogo de fornecedores, que incluem marcar como Davene, Lovme e Ruby Rose na categoria de cosméticos, e Ki-Suco, Bio2, Bombay, Glup, Promix e Tivva, na de mercearia.
Mais do que simplesmente conectar duas pontas – empreendedores e fornecedores –, a Inventa os ajuda a montar o mix ideal de produtos com base em dados e também o apoio do crédito a custo zero. A remuneração da Inventa é uma comissão de 15% sobre as vendas e que entra na equação da negociação com os fornecedores.
Em média, os lojistas têm crédito pré-aprovado de R$ 1,5 mil, R$ 2 mil dentro da plataforma. Eles não pagam juros sobre essas operações e tem de 30 a 90 dias para pagar o crédito usado, parcelado no boleto. A Inventa também tem um programa de indicação, no qual as marcas podem recomendar clientes lojistas para a plataforma. Esses clientes podem ganhar R$ 250 em descontos e incentivos na realização da sua primeira compra via Inventa. A iniciativa tem escalado de maneira muito rápida, informou a startup, o que também tem feito as marcas enxergarem cada vez mais valor na Inventa como parceira B2B.
A internacionalização da startup, que já estava no horizonte em janeiro, virou uma certeza para 2022 com a Série B. México ou Colômbia serão o segundo mercado da Inventar na América Latina, disse Salama ao LABS. “A tecnologia é a mesma em qualquer lugar certo? Mas é natural que tenhamos equipes comerciais locais, capazes de dar o molho local à operação.”