Bruno Vieira Costa, CEO e cofundador da Abstra. Foto: Abstra/Divulgação
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A aposta do SoftBank para tirar o peso dos ombros dos desenvolvedores: Abstra

Startup brasileira que opera uma plataforma no-code fez parte da primeira leva de aportes early-stage do SoftBank na América Latina

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A vontade de Bruno Vieira Costa de entrar no mundo da tecnologia surgiu muito cedo. Ele veio de Marabá, uma cidade do interior do Pará, onde começou a programar com sete anos. Com 12, já desenvolvia jogos. 

Quando terminou o ensino médio, Costa fundou um estúdio de videogame com amigos em Belém. Na época, cursava Engenharia da Computação na Universidade Federal do Pará, mas deixou o estúdio e o curso para prestar vestibular para o Instituto Militar de Engenharia (IME) no Rio de Janeiro. 

Lá, Costa criou uma nova empresa de cursos preparatórios para vestibulares e provas de concursos. Quando estava no penúltimo ano da faculdade, em 2018, a edtech Descomplica comprou essa empresa, mas o empreendedor só deixou a operação em 2020 para criar uma nova empresa: a Abstra

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“Fui muito motivado pelo problema, gritante para mim, enquanto eu estava no Descomplica. O mercado está muito quente e é muito difícil encontrar programadores”, disse Costa, em entrevista ao LABS

Dentro de uma empresa, as mesmas pessoas de TI costumam ser acionadas para resolver os mesmos problemas. A Abstra surgiu quando Costa começou a procurar alternativas para resolver essas demandas – muitas delas refletem a falta de se ter desenvolvedores alocados para cada setor, uma necessidade que dificilmente as empresas conseguem suprir.

“Eu queria encontrar soluções que permitissem que esses setores tivessem autonomia, porque eles dependiam da TI para desenvolver qualquer coisa. Era ruim para eles, ruim para a empresa. Foi quando eu entrei em contato com ferramentas no code, testei várias e notei que elas tinham um déficit muito grande: ou eram ferramentas técnicas demais ou não permitiram customização”. 

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A Abstra é uma ferramenta que não necessita de código de programação e que, ao mesmo tempo, permite que designers, que normalmente não são técnicos em programação, criem plataformas complexas e customizadas. 

Em 2020, Costa lançou a primeira versão do protótipo da Abstra, com capital próprio (os recursos da venda da sua antiga empresa para a Descomplica) e conseguiu captar a Stone como cliente. Hoje, a startup atende 12 grandes empresas de tecnologia como a Accenture, Qulture Rocks, Stone e a própria Descomplica. Segundo Costa, uma ferramenta que demandaria da Stone uma equipe de três desenvolvedores, além de um time de validação, levou apenas uma tarde por meio da Abstra e o auxílio de um coordenador de atendimento e um analista de dados. 

Em junho de 2020, a Abstra captou uma rodada-anjo com amigos investidores. Em janeiro deste ano, Costa começou a buscar uma rodada Seed. “Levantamos o Seed aos poucos: tivemos o pre-Seed com o Iporanga, tivemos a aceleração do Y Combinator, e depois o SoftBank pegou a maior parte [da rodada, de US$ 2,3 milhões]”. 

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Um dos primeiro cheques dessa nova frente de atuação early-stage do SoftBank, a Abstra quer aproveitar a nova rodada para contratar mais pessoas e desenvolver mais o produto. “Estamos controlando para não não vender muito rapidamente [a plataforma para novos clientes] para garantir que a gente tenha uma experiência ótima para cada cliente”. 

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