Albert Morales, CEO da Belvo no Brasil. Foto: Belvo/Courtesy
Negócios

Startup Belvo aposta no Open Finance para expandir na América Latina

A empresa cria APIs para que instituições financeiras e fintechs criem produtos e serviços mais adequados aos seus clientes

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Um estudo conduzido pela Belvo, plataforma de APIs financeiras que se posiciona como líder na América Latina, aponta para o aumento expressivo da procura por serviços financeiros digitais, impulsionada em parte pela pandemia de COVID-19, em parte pelo surgimento de um ambiente regulatório mais favorável, particularmente no Brasil e México, onde a implementação do Open Banking já iniciou. 

De olho no potencial desse novo mercado que se configura, a startup espanhola que hoje opera no Brasil, Colômbia e México, quer expandir sua atuação por toda a América Latina, promovendo a digitalização dos serviços financeiros de bancos e empresas.

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“Nosso foco é o mercado latino-americano por uma razão simples: um alto número de pessoas desbancarizadas, fora do circuito bancário tradicional, mas que empreendem, que consomem, que precisam de serviços financeiros digitais acessíveis. É só observar a alta receptividade a novos produtos financeiros, como o PIX, por exemplo. Há muita demanda e os bancos e instituições financeiras precisam se adaptar a esses novos modelos financeiros”, explica Albert Morales, CEO da Belvo no Brasil e América Latina.

Ao mesmo tempo em que o mercado é prolífico, o acesso aos dados financeiros da população é restrito – seja porque as instituições financeiras não possuem integração (algo que se pretende resolver com o Open Banking), seja porque o alto número de pessoas desbancarizadas resulta em escassez de dados sobre as práticas financeiras e os hábitos de consumo da população. É aí que entra a Belvo.

A Belvo é uma plataforma de API de Open Banking que possibilita que instituições financeiras acessem e interpretem os dados financeiros de seus usuários e possam, a partir daí, criar produtos que atendam à demanda dos clientes, desde soluções de pagamento e crédito, até investimentos, empréstimos, seguros, entre outros.

Com apenas dois anos de operação, a startup já conta com 35 instituições parceiras, entre grandes bancos, financeiras, fintechs, empresas de contabilidade e bancos digitais. O potencial do mercado explorado pela Belvo ajudou a startup a levantar US$ 13 milhões em aportes de fundos de venture capital.

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Morales acredita que o acesso a dados enriquecidos vai impulsionar a evolução para o Open Finance, com novas formas de acessar dados financeiros e novos atores digitais criando produtos e serviços financeiros. Mais transparência, mais acesso e mais competição. 

As pessoas têm necessidades que só podem ser identificadas e atendidas através do acesso de dados autorizado pelo consumidor. É isso que o Open Finance promove: transparência, acesso e concorrência saudável. É a evolução natural do sistema bancário aberto do Open Banking

aLBERT MORALES, CEO DA BELVO NO BRASIL.

Diante desse cenário promissor, os planos de expansão da Belvo incluem Argentina, Chile e Peru até o fim do ano – mas o desembarque nesses países depende do avanço da regulamentação do Open Banking. “Precisamos de segurança jurídica e apoio das entidades reguladoras para aportar novas soluções”, explica Morales. 

Pesquisa da Belvo mostra ecossistema financeiro em amadurecimento 

A pesquisa conduzida pela Belvo mostra que novos players não-tradicionais, como fintechs, big techs e plataformas de economia compartilhada, devem apostar cada vez mais no Open Finance através de parcerias com instituições financeiras ou incorporando serviços financeiros ao seu próprio catálogo de serviços e produtos. 

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“Além do acesso a dados crus, as empresas serão capazes de adicionar uma camada extra de inteligência a estas informações, ajudando a melhorar a tomada de decisão e oferecendo pagamentos instantâneos, através das APIs, diretamente de seus aplicativos”, diz o report. 

A aposta do estudo é de que as empresas de empréstimo serão as mais beneficiadas pelo modelo de compartilhamento de dados. 

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