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Fernando Ricco e Jorge Vargas Neto (à esquerda), cofundadores da BHub. Foto: Divulgação
Negócios

Com aporte de R$ 23 milhões, BHub quer popularizar modelo de gestão por assinatura no Brasil

Inspirada em unicórnio investido por Jeff Bezos, startup oferece serviços de “backoffice” e gestão para startups e PMEs por assinatura

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Com apenas três meses de operação, a startup BHub anunciou uma rodada de investimento pré-Seed de R$ 23 milhões nesta quarta-feira (22). A startup oferece um serviço de gestão por assinatura, no qual combina software e atendimento humano para gerenciar departamentos de contabilidade, financeiro, fiscal, RH e jurídico de seus clientes. 

O aporte foi liderado pelos fundos de venture capital monashees e Valor Capital, com participação da QED e da ClocktowerVC. Os fundos norte-americanos Addition, Picus, NorteVentures e EquitasVC também fazem parte da rodada ao lado de outros investidores-anjo.

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Um pesadelo de experiência: como fechar uma empresa inspirou a fundação da BHub

Ao encerrar uma de suas empresas, Jorge Vargas Neto, CEO da BHub, que também tem Fernando Ricco e Marcelio Leal entre seus fundadores, percebeu que a contabilidade precisaria ser toda revista. “Depois de dois anos de empresa, a gente teve de, praticamente, refazer toda a contabilidade do zero para poder pagar os investidores e encerrar a empresa”, contou ele ao LABS. Foi “um pesadelo de experiência” que inspirou a criação da BHub.

Vargas Neto explica que a companhia oferece um modelo de assinaturas para resolução de todas as demandas da área administrativa das empresas. Os planos começam a partir de R$ 1.299 por mês e vão desde os processos de criação de contrato social até pacotes de contabilidade e assistência jurídica, passando por criação de políticas de privacidade e gestão de RH.

O empresário precisa se concentrar no seu negócio de verdade para se manter competitivo. Em um cenário de rápida transformação digital, isso se torna cada vez mais necessário

Jorge Vargas Neto, CEO da BHub.

A empresa promete entregar tudo o que é necessário para gerir uma startup ou pequeno negócio: relatórios, acompanhamento de metas, documentação contábil e de cobrança, dentre outros. Esses dados são apresentados em uma plataforma online própria da BHub, disponível para celulares e desktops.

Atualmente, a companhia atende 51 clientes e pretende usar o aporte anunciado nesta quarta-feira (22) para investir na automação de processos e novas tecnologias. O público-alvo do negócio inclui startups em estágio inicial e PMEs.

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O modelo é semelhante ao do unicórnio Pilot — startup que recebeu investimentos do fundo pessoal do fundador da Amazon, Jeff Bezos, e também da Sequoia Capital, dentre outros. Segundo Vargas Neto, além da inspiração nos problemas pessoais e no sucesso da startup de São Francisco (EUA), o time da BHub ouviu mais de 200 empreendedores para entender suas dificuldades.

“A gente descobriu duas dores que afetam todos os empreendedores. A primeira delas é que o contador atua da mesma forma há duzentos anos. É um cara que não responde e-mail, não atende telefone e, normalmente, é um emissário das más notícias. Não é uma relação de parceria”, explica Neto. “O que leva ao segundo ponto, a falta de visibilidade para os empreendedores de como o negócio deles está se desempenhando. Em média, um contador leva de 45 a 60 dias para enviar um demonstrativo contábil, que já chega atrasado e, normalmente, não é compreendido”.

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O dashboard da companhia mostra os principais indicadores financeiros da empresa: posição de caixa, receita mensal, gastos, resultados líquidos e também um indicador de fôlego (cash runaway). Essa última, é uma métrica que indica quanto tempo uma empresa pode se manter em dia com seus compromissos sem perder suas receitas.

A criação do indicador foi diretamente influenciado pela pandemia, já que muitas companhias não estavam preparadas para enfrentar o momento. A Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, realizada pelo IBGE e publicada em julho de 2020 indica que 716 mil empresas fecharam as portas por conta da crise sanitária.

A BHub espera combinar esse tipo de dado vital para a saúde dos negócios com um atendimento ágil 24/7, com respostas em até três minutos. Para atingir esse objetivo, a empresa quer desenvolver mais automações de processos e vai mais que dobrar de tamanho após o aporte. O time da startup conta 24 colaboradores e a expectativa é de contratar mais 30 profissionais nos próximos meses.

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