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Negócios

Bons ventos: startups da América Latina começam 2022 com salto de 70% em investimentos

Startups arrecadaram US$ 1.3 bilhão; Brasil liderou com 62 rodadas e 45% do volume captado na região

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As startups da América Latina começaram 2022 impulsionadas pelos bons ventos do venture capital, que continuam soprando por aqui. Relatório elaborado pela plataforma de inteligência Sling Hub mostra que em janeiro as startups latino-americanas garantiram US$ 1.3 bilhão em investimentos, um salto de 70% em relação ao volume arrecadado em janeiro de 2021 (o ano dos recordes, vale lembrar), de US$ 764 milhões. Se 2022 já começou assim, o que podemos esperar do ecossistema no resto do ano?

Ao todo, foram concluídas 81 rodadas de investimento em janeiro. O valor médio dos cheques foi de US$ 25.4 milhões, um ticket 56% maior do que a média registada em 2021. 

As startups brasileiras abocanharam 45% do volume captado na região nesse primeiro mês do ano – foram US$ 591 milhões em 62 rodadas. Embora continue na liderança, o Brasil atraiu menos investimentos de risco do que em janeiro de 2021, quando recebeu US$ 668 milhões. 

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Logo após o Brasil, aparece a Colômbia, com uma captação total de US$ 255 milhões, 19% do volume total injetado na região. A diferença aqui é que o país registrou apenas 5 rodadas. Quem elevou a régua foi a Tul, um e-commerce de materiais de construção que levantou US$ 181 milhões em uma Série B liderada pela 8VC e Avenir Growth Capital – e inclusive anunciou sua estreia no Brasil. Com isso, a construtech quebrou dois recordes: o de maior rodada para uma construtech da América Latina e a maior rodada Série B para uma startup da Colômbia. 

Em terceiro lugar ficou o México, que recebeu uma injeção de US$ 202.8 milhões distribuídos em 7 rodadas. Completam o ranking a Argentina, com US$ 152 milhões em 3 rodadas; o Chile, com US$ 90.7 milhões também em 3 rodadas e o Uruguai, com US$ 20 milhões em 1 rodada. 

Dos sete países sobre os quais a Sling Hub coleta dados, apenas o Peru não registrou nenhuma rodada de financiamento. 

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Falando em maiores rodadas, em primeiro lugar no pódio está a brasileira Creditas com sua Série F captada menos de um ano após atingir o status de unicórnio. A fintech brasileira captou US$ 260 milhões e foi avaliada em US$ 4.8 bilhões. Em segundo lugar, está a Tul. E em terceiro, a argentina Satellogic, com uma rodada de US$ 150 milhões. 

Completam o top 10 das maiores rodadas: a Gupy (US$ 90 milhões – a maior para uma startup de recursos humanos da América Latina); Xepelin (US$ 80 milhões em uma rodada de dívida); Mati (US$ 70 milhões); Nexo (US$ 50 milhões); LAIKA (US$ 48 milhões); FairPlay (US$ 35 milhões) e Rei do Pitaco (US$ 32 milhões).

Na lista dos investidores mais ativos estão SoftBank, que aportou investimentos em 7 startups latino-americanas; seguido por Kaszek e MAYA Capital, empatados em segundo lugar com 5 investidas cada; Domo, Canary, Iporanga e Endeavor participaram em 3 rodadas cada um. 

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Brasileiras vão às compras

Janeiro também foi um mês quente para fusões e aquisições: foram 30 deals, sendo 25 aquisições e 5 fusões de startups latino-americanas. As startups mais visadas foram as fintechs: as tecnologias financeiras responderam por 20% das startups adquiridas nesse mês. 

88% das aquisições foram feitas por empresas brasileiras. O relatório traz três destaques: a compra da Petix, uma fabricante de itens de higiene para pets, pela qual a Petz desembolsou US$ 12.6 milhões; a compra da plataforma de investimentos Lote45 pela Sinquia por US$ 14.3 milhões; e a aquisição da argentina Navent pela brasileira Quinto Andar, por valor não divulgado.