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Metaverso: existe lucro além do hype? Vitreo lança fundo de investimento para surfar essa tendência

Com fundo lançado no fim do ano passado, gestora quer facilitar investimentos de brasileiros nas companhias que estão construindo a web 3.0

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Imagine se você pudesse investir, lá em 2007, nas fabricantes de componentes de hardware e software do iPhone. Vale lembrar que na época o celular da Apple era apenas uma aposta que, depois, se provou incrivelmente bem-sucedida. Uma gestora de investimentos brasileira acredita que uma oportunidade parecida está disponível novamente. Só que agora a grande aposta é no metaverso.

Esse é o nicho que a Vitreo, gestora adquirida pelo BTG Pactual em março de 2021, quer explorar. A empresa completou três anos em outubro do ano passado e afirma ter mais de R$ 13 bilhões sob gestão. Agora, quer sair na frente com a oferta de investimentos em ativos digitais ligados ao metaverso. 

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“A motivação é meio óbvia, de repente, só se fala de metaverso. Nós temos como objetivo trazer as melhores ideias de investimento para os clientes e facilitar o acesso dos brasileiros a essas ideias revolucionárias”, explica o CIO da Vitreo, George Wachsmann.

George Wachsmann, CIO da gestora de investimentos Vitreo. Foto: Vitreo/Divulgação


A gestora brasileira anunciou no fim de novembro um fundo de investimento em empresas e criptomoedas relacionadas ao metaverso. O fundo está disponível para o público em geral e tem um valor de aplicação inicial de R$ 1.000. A estrutura do fundo é de ações de BDRs (Brazilian Depositary Receipt, ou certificado de depósito de valores mobiliários), com composição de até 20% de ações no exterior e o restante em BDRs emitidas no Brasil.

Aposta no (meta)futuro

Para a Vitreo, empresas como Meta (dona do Facebook), Nvidia, Unity, AMD, Roblox e outras, estão criando as bases — ou a infraestrutura — de uma “versão 3.0 da internet”. Mas, como em todo investimento, Wachsmann faz questão de ressaltar o caráter incerto do mercado. Desde o lançamento do fundo, até janeiro de 2021, empresas de tecnologia tiveram reajustes nas expectativas de liquidez e algumas das principais criptomoedas perderam até 40% de seu valor.

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Esse caráter de longo prazo é ressaltado pela Vitreo, que promete uma comunicação transparente e simples para seus clientes.

É um fundo para ganhar dinheiro nos próximos dez anos, não nos próximos dez meses. Neste início, estamos discutindo as apostas iniciais das empresas que vão tornar possível a infraestrutura do metaverso.

George Wachsmann, CIO da Vitreo

O executivo da Vitreo explica que o fundo voltado para o metaverso aloca cerca de 10% em uma carteira de criptomoedas — com investimentos relacionados à NFTs (sigla em inglês para token não-fungível, saiba mais sobre o assunto) e jogos do tipo play-to-earn. Nesse estilo de game, os jogadores são remunerados com frações de criptoativos conforme se mantêm ativos.

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Apesar da proposta da Vitreo e de outras gestoras de popularizar esse tipo de investimento para alcançar novos clientes, Wachsmann sabe que conceitos como metaverso, criptomoedas e NFT ainda não são completamente compreendidos por boa parte de sua audiência.

“Você não precisa falar difícil para falar de forma profunda sobre investimentos. Queremos desmistificar, mudar a forma como o investidor lida com investimento. Em outras palavras, se a minha mãe não entender o que eu estou fazendo, não estamos fazendo um bom trabalho”, afirma o CIO da Vitreo.

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