A brasileira Anna Gemelli, de 28 anos, está de malas prontas para viajar à África do Sul. Ela conheceu o país em 2014 a trabalho, se encantou e decidiu que voltaria com mais tempo para aproveitar as atrações turísticas. Em 2020, ela e a sua mãe vão passar 15 dias de férias em Joanesburgo, Cidade do Cabo e Pilanesberg, destino tradicional para quem deseja fazer um safari.
Bacharel em Turismo, Anna trata com prioridade o planejamento de suas viagens. Ela conhece sete países: Rússia, Inglaterra, Argentina, Uruguai, África do Sul, Colômbia e Paraguai. “Nos últimos anos, não lembro de algum ano em que eu não tenha viajado para fora ou para dentro do país, ou que eu não tenha guardado dinheiro para viajar”, diz.
A viagem para a África do Sul, no entanto, fugiu a essa regra. Anna não tinha o dinheiro reservado para aproveitar as passagens aéreas promocionais que encontrou. “Provavelmente, se eu não pudesse parcelar as passagens, eu não teria conseguido viajar, porque eu não tinha esse dinheiro disponível à vista”, destaca.
Quanto às atrações turísticas e à acomodação, Anna diz que também considera o parcelamento, caso encontre um pacote vantajoso. Para a brasileira, além de ter sido uma condição para ela conseguir viajar à África do Sul, o parcelamento possibilitou a diluição dos gastos das passagens durante o ano.
Por opção ou por necessidade, o parcelamento e a cobrança na moeda local são métodos de pagamentos requisitados pelos brasileiros. Em alguns casos, como o de Anna, eles são pontos-chave para a decisão de realizar a compra de um serviço de turismo. Assim, a oferta de um preço atrativo não garante uma conversão por si só. Para grande parte os brasileiros, só é possível aproveitar os preços baixos se houver um método de pagamento compatível com a sua realidade.
Esse foi mais um dos achados da pesquisa Beyond Borders Research 2018-2019 – The cross-border consumption in Brazil, realizada pelo EBANX. O estudo que ouviu mais de três mil consumidores brasileiros para identificar seus hábitos de consumo em sites internacionais.
Entre os participantes que responderam sobre viagens internacionais, 40% preferem pagar pelas passagens aéreas em reais e em prestações e 38,4% têm a mesma preferência quando se trata de hospedagem. Os que optam por pagar pelas passagens à vista e em reais são 9,5% e pelas acomodações, 9,9%.

Por terem, geralmente, um ticket médio maior, as passagens aéreas e as acomodações exigem mais planejamento e entram como gastos prévios à viagem. Com relação às atrações turísticas, tickets médios normalmente inferiores, a relevância do parcelamento e do pagamento local cai brevemente, mas continuam sendo a preferência de um em cada quatro turistas.
A Head de Marketing da Opinion Box – empresa responsável por aplicar os questionários da Beyond Borders Reserach – Daniela Schermann, ressalta a preferência dos brasileiros por métodos de pagamentos diversificados.
“Oferecer diferentes formas de pagamento é muito importante para as empresas que querem se destacar, especialmente no comércio online. Os dados da pesquisa que fizemos com o EBANX reforçam essa tendência também no mercado de turismo, ao destacar como os meios de pagamento influenciam a decisão de compra”, analisa.