Paulo Alencastro, da Acesso Digital
Paulo Alencastro, co-fundador e VP de Estratégia e M&A da Acesso Digital. Foto: Divulgação.
Tecnologia

Acesso Digital recebe aporte de R$ 580 milhões, que será usado em aquisições

Rodada liderada pela General Atlantic e pelo SoftBank é a maior Série B de uma empresa de Saas na América Latina

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Na última segunda-feira (21), a startup de identificação Acesso Digital anunciou um aporte de R$ 580 milhões liderado pelos fundos General Atlantic e SoftBank. A startup, criada em 2007, fez suas primeiras captações neste ano. A primeira foi em janeiro, quando recebeu uma rodada de R$ 40 milhões da Igah Ventures (que nasceu da junção da e.bricks Ventures e da Joá Investimentos no início deste ano), e a segunda agora, com o maior valor já recebido por uma empresa de Saas (Software as a Service) na América Latina em uma rodada Série B. 

De acordo com os termos do investimento, General Atlantic (que já investiu na XP, Gympass e QuintoAndar) e SoftBank Latin America Fund (que ja’investiu na Loggi, Banco Inter, Creditas e VTEX, entre outras startups) ganharão, cada um, um assento no conselho da Acesso Digital.

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A IDTech atua com soluções de proteção de identidade digital e usará o recurso para contratação de talentos – principalmente nos times de engenharia – e aquisição de empresas. “Estamos olhando para o roadmap de produto, de como a gente consegue encurtar o tempo, olhando para algumas empresas que já estão mais evoluídas em temas que têm sinergia com nossa estratégia de médio a longo prazo”, explicou Paulo Alencastro, co-fundador e VP de Estratégia e M&A da Acesso Digital, em entrevista ao LABS. Ou seja, adquirir empresas que já possuem produtos para a evolução da Acesso. 

No mês passado, a IDTech comprou uma startup brasileira de análise de imagens, a Meerkat. “Essa aquisição veio da estratégia de olhar para times de tecnologia. A visão computacional, a Inteligência Artificial, o Machine Learning, são parte de inteligência de dados e tudo isso faz sentido para nós”, comentou. 

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Quando a Acesso iniciou o negócio, com capital próprio, a startup pretendia ajudar empresas em processos de desburocratização. “A gente tornava os processos de negócios das empresas mais digitais usando nossa plataforma”, relatou o co-fundador. Desde então, a Acesso amadureceu não só a ideia do modelo de negócio, mas também as tecnologias utilizadas. “Compreendemos que a melhor forma de trabalhar essa parte de digitalização da sociedade partiria de um eixo central da identidade digital da pessoa”. 

Foi assim que a Acesso passou a trabalhar com reconhecimento facial buscando garantir a prevenção de fraudes. “No futuro imaginamos que com o reconhecimento facial a gente consiga trazer uma série de facilidades no dia a dia das pessoas, no qual não é necessário ter senha, cartão”, explica. 

A COVID-19 acelerou o processo de digitalização e também aumentou o número de tentativas de fraude, o que alavancou a demanda da Acesso.  “Percebemos um crescimento em torno de 30%”, contou Alencastro. Segundo ele, a pandemia antecipou em seis meses o comportamento dos brasileiros esperado para dois anos. “Coisas que até então só se tinha o hábito de fazer fisicamente passaram ser feitas digitalmente”. 

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A startup tem hoje mais de 400 clientes, entre eles bancos como Itaú, Santander, fintechs como o PicPay e varejistas, como o Magazine Luiza. Para eles, oferece soluções de autenticação de identidade digital como reconhecimento facial, admissão à distância e assinatura eletrônica. Recentemente, a empresa também começou a atender no setor de telemedicina. 

No ano passado, a empresa faturou R$ 74 milhões. Mês passado, a Acesso teve um faturamento recorrente anual de R$ 120 milhões e pretende fechar 2020 com aproximadamente R$ 150 milhões.

Segundo a agência de notícias Reuters, a Acesso tem planos para realizar um IPO no prazo de cinco a sete anos. E embora a empresa diga que concentrará suas operações no Brasil nos próximos 18 meses, uma expansão para outros países da América Latina também está em estudo. “Dentro desse processo já começamos a discussão para a ampliação para outros mercados. Acredito que dentro de um curto prazo teremos mais clareza sobre o tema e possivelmente uma expansão global”.

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