Os streamings de música em 2020
Os streamings de música em 2020. Foto: ShutterStock
Tecnologia

O que esperar dos serviços de streaming de música em 2020 na América Latina

Se 2019 foi palco da chegada de novos players, 2020 pode ser o ano em que a hegemonia do Spotify será realmente testada na região

Mais de cinquenta anos após o lançamento do primeiro disco de vinil e décadas após a era dos CDs, são os serviços de streaming que estão levando o acesso à música a novos patamares. Assim como no caso dos serviços de vídeo por demanda, a guerra pelos assinantes apenas começou neste segmento. Se 2019 foi palco da chegada de novos players, 2020 pode ser o ano em que a hegemonia do Spotify será realmente testada, principalmente na América Latina.

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Lançado em 2008, o Spotify é hoje o líder no segmento de streamings de música e foi o primeiro a descobrir o poder dos países emergentes para esta indústria. A América Latina é hoje um dos grandes pilares da empresa. Durante os primeiros anos, a marca foi praticamente um sinônimo do serviço por aqui. 

A plataforma do Spotify, hoje o líder do segmento na América Latina. Foto: ShutterStock

Mas o jogo está mudando e há novos concorrentes capazes de incomodar a até então consolidada liderança da empresa sueca na América Latina. Mesmo com um portfólio menor, o Amazon Music é uma das grandes apostas para isso.

No Brasil, o serviço foi lançado em setembro como uma das grandes vantagens da assinatura do Amazon Prime, o pacote da gigante do varejo que oferece assinatura do streaming de música, vídeo e plataforma de livros da marca, além de benefícios em compras no e-commerce, por uma mensalidade única de R$ 9,90 ou R$ 89,90 ao ano. A grande aposta da empresa era que o custo-benefício pudesse abalar a audiência consolidada do Spotify no país, o que ainda não aconteceu. 

Mesmo que o plano mais barato do Spotify no país tenha um valor competitivo (R$ 8,50), a opção é restrita a universitários e não contempla todos os benefícios agregados do pacote da Amazon. Ainda assim, o preço tende a ser a grande frente de batalha pela descentralização do mercado no Brasil e na América Latina.

O poder das parcerias 

Plataforma da Deezer
Plataforma da Deezer, principal concorrente do Spotify no Brasil. Foto: ShutterStock

Enquanto a Amazon apostou em usar um combo de serviços próprios com uma agressiva estratégia de precificação, outros streamings encontraram em parcerias com marcas de segmentos relacionados a resposta para aumentar sua popularidade no mercado latino-americano. 

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Esta foi a estratégia adotada pela Deezer no Brasil, mercado que já é o segundo mais importante para a marca a nível mundial. Entre os mais de 185 países nos quais atua, a empresa francesa que alcançou a marca de unicórnio em 2018 possui mais de 40 parcerias com empresas de telecomunicações, oferecendo o streaming sem custos para assinantes de determinados planos. 

No Brasil, a parceria da Deezer é com a TIM, operadora que concentra 23,85% do mercado brasileiros, de acordo com relatório da Teleco de outubro. Para usuários dos planos Beta da TIM, a versão premium da Deezer é gratuita e o uso não desconta dados da franquia contratada pelos usuários. Para outros planos da operadora, o serviço pode ser contratado individualmente. 

Nosso relacionamento com a TIM está continuamente em desenvolvimento, assim como fazemos com outros parceiros. E, é claro, estamos sempre avaliando novas estratégias de chegar ao cliente

Oscar Castellano, CEO da Deezer na América Latina, em entrevista para o Diários Associados. 

A marca também já teve uma parceria com o time do Flamengo no passado e não descarta a possibilidade de estabelecer novos acordos com marcas relevantes no mercado brasileiro para continuar expandindo a sua atuação no país. 

Streamings de música em 2020

Se em uma perspectiva mundial já podemos esperar uma competição muito mais acirrada na indústria da música, na América Latina, que já provou ser um mercado estratégico para o segmento, a batalha deve ser ainda mais intensa. 

De maneira geral, o Spotify deve perder parte de seu market share para Amazon Music e Deezer. Ao mesmo tempo, streamings com foco muito claro em consumidores da América do Norte, como Apple Music e Tidal, devem, finalmente, se decidir sobre apostar ou não na América Latina. Para além dos preços, a aposta em ritmos urbanos populares também deve ditar o tom na luta para conquistar os assinantes latino-americanos.