Fechar 2021 com 100 mil lojistas na base, e oferecendo uma série de novos serviços a eles, de ERP a crédito para capital de giro. Esses são os planos do Olist, startup com sede em Curitiba que oferece soluções completas de e-commerce, após o aporte de R$ 190 milhões liderado SoftBank – o nono do fundo japonês na América Latina em 2019. Um pouco antes, em setembro, a vizinha MadeiraMadeira também recebeu aporte do fundo. Redpoint eventures e Valor Capital, que haviam investido na startup nas rodadas anteriores, mantiveram suas posições nesta rodada de Série C do Olist.
Em entrevista ao LABS, Tiago Dalvi, CEO do Olist, disse que mais de 30 fundos foram procurados pela startup para essa rodada, principalmente os de fora do Brasil. Segundo ele, não foi só o smart money do SoftBank que atraiu o Olist. “Os outros fundos buscavam comparáveis ao Olist. Tentavam achar alguém que tivesse um negócio similar nos EUA, por exemplo. Mas o SoftBank não. Desde o início reconheceu que somos únicos.”
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Dalvi conta que também conversou com várias das startups investidas do fundo para validar as qualidades do SoftBank como um fundo que pode levar o Olist ao próximo nível – da mesma maneira que as rodadas anteriores, com Redpoint e Valor, fizeram.
“Participamos de um summit com eles e interagimos com vários que já estão lá na frente. É realmente um ecossistema incrível”. Essa foi a maior rodada de investimento do Olist – as duas anteriores somaram R$ 24 milhões.
Pequenos lojistas offline como alvo
O foco do Olist continua sendo o lojista offline. “É alguém que tem uma loja de decoração, games ou moda, por exemplo, que sabe comprar bem para vender bem, mas não sabe como começar a vender online ou mesmo a utilizar um marketplace”, descreve Dalvi.
Hoje, o lojista que opta pelo Olist tem apenas o trabalho de emitir nota fiscal e imprimir etiquetas de envio para os seus produtos. O Olist cuida da divulgação (com campanhas estratégicas de marketing digital nos principais marketplaces onde atua), da entrega, por meio de parcerias com empresas de logística, e até do pós-venda. Para isso, a startup fica com 20%, em média, das vendas, além de cobrar uma taxa de configuração (R$ 450) e uma mensalidade que começa em R$ 50.
Além da expansão da base de clientes, o Olist quer ampliar – e muito – os serviços do ecossistema da startup – o que também deve incrementar o faturamento da startup. A ideia é oferecer uma série de serviços, de ERP a crédito para capital de giro.
“Queremos que a nossa plataforma seja realmente a mais completa, que seja self service, com o lojista entrando e já começando a usar, sem precisar de um time comercial gigantesco para isso. Mas teremos um time comercial gigantesco assim mesmo, já que o nosso foco é expansão”, brinca Dalvi.
Embora a forma mais fácil de se fazer isso seja por meio de parcerias, inclusive com outras startups do portfólio do SoftBank e do próprio quintal do Olist, a startup não descarta a verticalização de algumas operações.
Sempre ponderamos se vale a pena fazer algo dentro de casa ou por meio de parcerias. Não descartamos a verticalização de nenhuma dessas etapas.
Tiago Dalvi, CEO do Olist.
Para dar conta da meta ousada de expansão de clientes, o Olist pretende investir pesado em contratações. “Devemos fechar 2019 com 380 funcionários, mas pretendemos acelerar e fechar 2020 com mais de 800”, diz Dalvi.
São profissionais não só para a sede, em Curitiba, e para o escritório em São Paulo, como também para times comerciais em todas as regiões do país. “Lembrando que no caso do time de tecnologia várias das posições podem ser remotas. Curitiba está atraindo mais gente de fora, é claro, mas é importante dizer que há oportunidade para pessoas de todos os lugares”.
A expansão do quadro de funcionários também exigirá uma nova sede. Hoje, o Olist ocupa dois andares em um prédio central de Curitiba. “Vamos anunciar em breve um investimento nesse sentido. Será em um landmark de Curitiba”, adiantou Dalvi.
Por ora, o Olist tem os pés fincados no Brasil e a meta de se tornar líder absoluto no que faz. Mas já estuda os mercados de outros países da América Latina, além de Portugal e Espanha, na Europa. “Começaremos a tratar da internacionalização em 12 meses”, diz Dalvi.