O governo da Argentina iniciou nesta quarta-feira uma rodada de negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para tentar reduzir o valor de uma dívida que o presidente Alberto Fernández diz ser insustentável. Até o fim de março, o governo argentino precisa chegar a um acordo com credores estrangeiros e honrar compromissos antes de esgotar o próprio caixa.
No mesmo dia, as autoridades do FMI ouviram o ministro da Economia Martín Guzmán dizer que “haverá frustração entre os detentores de títulos [argentinos]”. A declaração foi feita durante a apresentação de Guzmán a congressistas sobre a estratégia do governo para reestruturar a dívida e parece ter sido feita para atrair apoio da coalizão governista e também entre a população.
Ele também disse que o governo não permitiria que investidores estrangeiros determinassem a política econômica do governo. “Não é realista nem sustentável reduzir o déficit fiscal em 2020. Precisamos de políticas expansionistas.” Amenizando o discurso, Guzmán acrescentou que há um “maior entendimento mútuo com o FMI”.
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Em entrevista ao Financial Times, Jimena Blanco, chefe para a América Latina na consultoria de risco Verisk Maplecroft, disse que o presidente Fernández busca equilibrar a busca por uma resolução pragmática e a manutenção do apoio político dos aliados, dentre os quais a ex-presidente e atual vice-presidente Cristina Fernández de Kircher. Recentemente, ela pediu um corte “substancial” na dívida de US $ 44 bilhões do país com o fundo.