- A Argentina vem sofrendo com a alta do dólar e inflação, e a medida é uma tentativa do governo de controlar os efeitos da instabilidade ecônomica no país;
- Hernán Lacunza assumiu o posto após renúncia do então ministro da Fazenda argentino, Nicolás Dujovne.
A fim de promover alguma estabilidade em meio aos últimos eventos que abalaram o cenário político-econômico do país, a Argentina anunciou ontem, quarta-feira, seus planos de renegociar a dívida com o FMI. O comunicado foi feito pelo atual ministro da Fazenda argentino, Hernán Lacunza, que informou, durante entrevista coletiva, que devem ocorrer reuniões com o fundo nas próximas semanas para se discutir o tema.
Pontapé inicial de um diálogo que deve, segundo o próprio Lacunza, se estender por um prazo maior, e ser concluído apenas no próximo mandato presidencial do país; o principal objetivo da renegociação é estender os prazos de vencimento da dívida com a entidade financeira – e não elaborar uma nova proposta com novos valores de pagamentos e prazos – o que caracterizaria uma moratória.
“Acho que [o anúncio] pode ser de neutro a positivo”, disse Ezequiel Zambaglione, head de estratégia da corretora Balanz Capital Valores, de Buenos Aires, à agência de notícias Bloomberg. “No pior dos cenários, ninguém aceita a oferta e o governo continua na mesma situação. E, se chegar a um acordo e for bem-sucedido no diálogo, as necessidades de financiamento nos próximos anos serão menores”.
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Além da intenção de revisar os vencimentos da dívida com o FMI; durante a coletiva, Lacunza também anunciou o objetivo do governo de estender os prazos de vencimento das dívidas de curto prazo para investidores institucionais, como bancos e seguradoras. Ambas as medidas fazem parte da estratégia do governo argentino de tentar conter a alta do dólar e a inflação no país, que vem sofrendo com a instabilidade cambial.