Economia

Argentina propõe projeto para dar controle sobre dívida externa e acordos com FMI ao Congresso

O país sul-americano emergiu recentemente de um default soberano após reestruturar quase 110 bilhões de dólares em títulos denominados em moeda estrangeira

Ministro Martín Guzmán em reunião na Casa Rosada, Buenos Aires, Argentina. Foto: 31/8/2020 Juan Mabromata/Pool via REUTERS
Read in english
  • O projeto de lei significaria que nenhum acordo com o FMI poderia prosseguir sem o apoio do Congresso;
  • Uma missão do FMI deve chegar ao país na terça-feira para iniciar negociações formais sobre a substituição de um acordo de 2018.

O Ministério da Economia da Argentina disse nesta segunda-feira que enviará ao Congresso um projeto de lei que estabeleceria o Poder Legislativo como o aprovador final de acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e emissões de nova dívida externa.

LEIA TAMBÉM: Missão do FMI viajará à Argentina para negociações formais sobre novo programa, diz porta-voz

O país sul-americano emergiu recentemente de um default soberano após reestruturar quase 110 bilhões de dólares em títulos denominados em moeda estrangeira, e enfrenta negociações a partir deste mês com o FMI sobre um acordo para substituir uma ferramenta falida de 57 bilhões de dólares.

“Achamos que seria saudável se as decisões de tomar empréstimos em moeda estrangeira tivessem a aprovação do Congresso”, disse o ministro da Economia argentino, Martín Guzmán, em um comunicado. “Isso tem a ver com transformar a sustentabilidade da dívida em política estatal.”

O projeto de lei significaria que nenhum acordo com o FMI poderia prosseguir sem o apoio do Congresso, nem poderia o governo emitir dívida externa sem o apoio dos parlamentares.

LEIA TAMBÉM: O “peso” que carregam os argentinos diante do dólar

Uma missão do FMI deve chegar ao país na terça-feira para iniciar negociações formais sobre a substituição de um acordo de 2018, que já teve cerca de 44 bilhões de dólares desembolsados.

“A intenção é substituir o programa atual por um novo baseado em princípios completamente diferentes, entendendo que não há restauração da estabilidade macroeconômica sem a retomada do crescimento econômico”, disse Guzmán.