A Argentina fechou um acordo de dívida de US$ 45 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI), disseram o governo do país e o FMI nesta quinta-feira, após negociações para aparar as arestas finais do texto acordo. Um primeiro entendimento sobre o acordo tinha sido atingido em janeiro.
“Após intensas negociações, o governo conseguiu selar um acordo com o FMI”, disse o Ministério da Economia argentino em comunicado, acrescentando que o acerto será enviado ao Congresso nesta quinta-feira.
O FMI disse em comunicado que os dois lados chegaram a um consenso entre autoridades de alto escalão sobre um mecanismo de financiamento estendido.
A porta-voz presidencial Gabriela Cerruti disse que o tópico mais difícil do acordo foi sobre como aumentar os preços da energia, mantidos baixos por meio de subsídios da ordem de US$ 11 bilhões no ano passado.
“A questão tarifária foi uma das mais discutidas e intensamente negociadas”, disse ela em entrevista coletiva nesta quinta-feira. “Mas foi alcançado um entendimento e um caminho que atende aos mais vulneráveis e avança na construção de tarifas razoáveis que nos permitem focalizar gastos para gerar emprego e impulsionar a economia.”
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O Congresso da Argentina precisa aprovar o acordo e precisa fazer isso rapidamente, já que o próximo pagamento, deste mês, é da ordem de US$ 2,8 bilhões.
O acordo do FMI, que vai rolar uma linha de crédito de US$ 57 bilhões de 2018, é fundamental para a estabilização da economia do país, que luta contra uma inflação galopante e a diminuição de reservas em moeda estrangeira.
Segundo o presidente argentino, Alberto Fernández, se o acordo fosse aprovado, o país começaria a fazer pagamentos ao FMI só em 2026 e os concluiria até 2034.