Economia

Banco Central projeta PIB maior para o Brasil, de 4,6%; confiança do consumidor aumenta

Avanço da campanha de vacinação foi um dos fatores considerados pelo Banco Central; a nova projeção ainda está abaixo da estimativa do mercado

Emprego informal aumenta no Brasil durante pandemia
Foto: Roberto Herrera Peres/Shutterstock
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  • Recuperação parcial da confiança dos agentes econômicos, medidas de preservação do emprego e da renda, prognóstico de avanço da campanha de vacinação foram alguns aspectos considerados para a melhora da projeção;
  • No entanto, a instituição destacou que a disseminação de novas variantes do coronavírus, custos elevados em algumas cadeias produtivas e eventuais implicações das crise hídrica ameaçam a economia;
  • A nova projeção do BC para o PIB ainda está abaixo da estimativa do mercado de crescimento de 5%.

O Banco Central elevou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2021 para 4,6%. A projeção anterior era de um crescimento de 3,6%. Para elevar a projeção, a instituição considerou o resultado “melhor do que o esperado” no primeiro trimestre do ano e indicadores econômicos disponíveis para o trimestre corrente.

Recuperação parcial da confiança dos agentes econômicos, medidas de preservação do emprego e da renda, prognóstico de avanço da campanha de vacinação, preços de commodities elevados e efeitos defasados do estímulo monetário foram outros aspectos considerados favoráveis para a economia, segundo o Relatório Trimestral de Inflação do BC, divulgado nessa quinta-feira.

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No entanto, o BC destacou que o ritmo de crescimento ainda enfrenta bastante incerteza e apontou como principais riscos a disseminação de novas variantes do coronavírus, custos elevados em algumas cadeias produtivas e eventuais implicações das crise hídrica.

A revisão da projeção para o PIB foi determinada principalmente pela melhora dos prognósticos para o setor de serviços, cujo crescimento é estimado agora em 3,8%, ante 2,8% em março. As estimativas para o desempenho da agropecuária e da indústria sofreram ajustes menores –respectivamente de +2% para +2,5% e de +6,4% para +6,6%.

Do ponto de vista da demanda, houve alta na previsão para o consumo das famílias, de 3,5% para 4,0%.

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A nova projeção do BC para o PIB segue abaixo da estimativa do mercado de crescimento de 5%, segundo a mais recente pesquisa Focus feita com analistas econômicos.

Sobre a política monetária, o BC repetiu no documento as considerações feitas em sua reunião do Copom da semana passada, quando a taxa Selic foi elevada em 0,75 ponto percentual, para 4,25%. O texto reitera que, para a próxima reunião, o Copom antevê outra alta de 0,75 ponto percentual, mas que uma deterioração das expectativas de inflação pode exigir um aperto maior.

Confiança do consumidor brasileiro é mais alta em 7 meses

Em junho, a confiança do consumidor brasileiro chegou ao maior patamar dos últimos sete meses, mantendo uma trajetória de recuperação em meio a melhores percepções tanto sobre o momento atual quanto em relação ao futuro próximo. A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que seu Índice de Confiança do Consumidor (ICC) avançou 4,7 pontos em junho.

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“Sob a ótica das famílias, a percepção é de melhora da situação atual e também das perspectivas futuras”, explicou em nota Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens.

“Pela primeira vez desde julho do ano passado, a intenção de compras de bens duráveis avança de forma mais expressiva, o que parece relacionado a um maior otimismo em relação ao mercado de trabalho nos próximos meses, ainda que existam diferenças entre as faixas de renda.”